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A Terrível Natureza da Incredulidade(12 min de Leitura)


A doutrina de vir a Jesus Cristo para a vida eterna, nos informa do terrível mal; aquele único, ou pelo menos o principal, obstáculo ao pecador. As Escrituras convocam: “Vinde a mim” (Mt 11:28) e afirmam: “e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37b). Então, que mal é esse que impede os pecadores de virem a Jesus Cristo? Esse mal é incredulidade; porque se pela fé chegamos; então é pela incredulidade que nos afastamos ou nos mantemos distantes. Portanto, o mesmo mal que a princípio fez o mundo separar-se de Deus, é também o que nos mantém longe Dele até hoje. Hoje, porém, a incredulidade pode passar desapercebida, agindo com maior facilidade.

Esse pecado pode ser chamado de diabo branco, porque muitas vezes, em suas ações maliciosas na alma, nos engana se passando por anjo de luz. Sim, a incredulidade age como se fosse um conselheiro do céu. Portanto, observo a seu respeito:

É o Pecado Acima de Todos os Outros

A incredulidade tenta mostrar alguma razão plausível em suas tentativas, ela é enganadora. Isso porque ela tenta nos convencer de uma suposta inaptidão e despreparo de Cristo, tentando tirar dEle a nossa confiança. Nos afastando de toda e qualquer sensibilidade sobre o pecado, pelo afastamento do Homem para com Deus, a incredulidade nos leva à falta de arrependimento e humildade, impedindo que o coração seja quebrantado.

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É o Pecado Ligado aos Méritos

A consciência do pecador diz a ele que ele não tem nada de bom, que ele é um pecador muito ignorante, cego e de coração duro, indigno de ser notado por Jesus Cristo. A incredulidade usa dessa consciência para mantê-lo longe de Cristo, quando faz com que o pecador olhe para os seus próprios méritos e dignidade ao invés de crer em Cristo. “Como você presume vir a Jesus Cristo, pecador odioso?”, diz a incredulidade. Ela tenta estruturar nossas vidas e consciências em nossas próprias virtudes, afirmando auto suficiência ou inaptidão. De uma forma ou de outra, ela nos mantém distantes de Deus.

É o Pecado Mais Ligado aos Sentimentos

O pecador sente as obras do pecado, de todo tipo de pecado e miséria em sua carne; ele também sente a ira e o julgamento de Deus devido ao pecado e, muitas vezes, cambaleia sob ele. “Agora”, diz incredulidade, “você pode ver que a graça de Deus não está sobre você; porque aquilo que trabalha em você é corrupção. Você também pode perceber que Deus não te ama, porque o sentido de sua ira repousa sobre você. Portanto, como você presume vir a Jesus Cristo?”. Além de ser ligado aos méritos este é, portanto, o pecado mais ligado aos sentimentos.

É o Pecado Mais Ligado à ‘Sabedoria da Carne’

A sabedoria de nossa carne pensa que é prudente questionar um pouco, recuar um pouco, ouvir os dois lados por um tempo e não ser precipitado, repentino ou desaconselhável, com uma ousada presunção de Cristo. E essa incredulidade de sabedoria se encaixa. Ela nos faz questionar o caráter de Deus constantemente, a Sua vontade e os Seus feitos, de forma que O confronta diretamente. Confiar e render-se parece perigoso demais para a carne em sua presunção.

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É o Pecado da Desconfiança

É o pecado, acima de todos os outros, que continuamente sussurra no ouvido a alma, com desconfiança da fidelidade de Deus, mantendo a promessa aos que vêm a Jesus Cristo para a vida. Se desconfiamos de Deus e de Sua obra, então não nos aproximamos dEle e nos mantemos distantes. Este pecado também sugere desconfiança quanto à disposição de Cristo em recebê-lo e salvá-lo. E nenhum pecado pode fazer isso tão astutamente quanto a incredulidade.

É o Pecado mais Resistente

É também aquele pecado que está sempre à mão para fazer uma objeção contra esta ou aquela promessa, que pelo Espírito de Deus é trazido ao nosso coração para nos confortar. E se o pobre pecador não estiver ciente disso, por alguma exação, ligeira, artimanha ou desleixada, rapidamente arrancará dele a promessa novamente, e ele terá pouco benefício.

É o Pecado que Leva a Todos os Demais Pecados

A incredulidade, ao nos tornar desconfiados, receosos, egoístas, endurecidos, resistentes e autossuficientes, faz com que busquemos a satisfação em outros meios, mesmo que sejam ineficazes para o pecador. Dessa forma, torna-se o condutor de todos os abismos da alma.

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É o Pecado da Separação

A incredulidade é, acima de todos os outros pecados, aquele que enfraquece nossas orações, nossa fé, nosso amor, nossa diligência, nossa esperança e devidas expectativas. Ele até tira o coração de Deus no dever, tornando-nos exatamente o oposto do Caráter de Deus e da Sua vontade manifesta. Este é o pecado da divisão, da separação.

É o Pecado da Enganação

Por fim, esse pecado, como já disse, aparece agora na alma com tantas pretensões doces a maior segurança e proteção, que é, por assim dizer, conselho enviado do céu; propondo à alma determinada sabedoria, cautela, atenção, conselho e, por fim, o afastamento e endurecimento. “Certifique-se, primeiro, de que Deus te ama; não se apegue a nenhuma promessa até que você seja forçado por Deus; nem tenha certeza da sua salvação; duvide ainda, embora o testemunho do Senhor muitas vezes tenha sido confirmado em você. Viva não pela fé, mas pelo sentido; e quando você não pode ver nem sentir, então teme e desconfie, então duvide e questione tudo”. Estes são os conselhos diabólicos da incredulidade, tão cobertos de pretensões ilusórias, que o cristão mais sábio dificilmente consegue se livrar desses raciocínios.

Apenas a Fé Pode Vencer a Incredulidade

O Contraste da Fé e da Incredulidade

A fé crê na palavra de Deus, mas a incredulidade questiona a sua veracidade (Sl 116:24). A fé crê na palavra, porque é verdadeira; mas a incredulidade duvida disso (1 Tm 4:3; Jo 8:45). A fé vê mais na promessa de Deus para ajudar, do que em todas as outras coisas para impedir; mas a incredulidade, apesar da promessa de Deus, diz: ‘Como podem ser essas coisas?’ (Rm 4:19-21; 2 Re 7:2; Jo 3:11,12). A fé te fará ver o amor no coração de Cristo, mesmo durante a repreensão; mas a incredulidade imaginará ira em Seu coração, mesmo quando Ele disser o Seu amor (Mt 15:22-29; 25:24).

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A fé ajudará a alma a esperar, embora Deus adie dar; mas a incredulidade se ofenderá e vomitará tudo, se Deus se demorar (Sl 25:5; Is 8:17; 2 Re 6:33). A fé dará consolo no meio dos medos; mas a incredulidade causa temores no meio do conforto (2 Cr 20:20,21; Mt 8:26; Lc 24:25). A fé sugará doçura da vara de Deus; mas a descrença não encontra consolo em suas maiores misericórdias (Sl 23; Nm 12). A fé produz grandes encargos; mas a incredulidade torna os intoleravelmente pesados ​​(Ml 1:12,13). A fé nos ajuda quando caímos; mas a incredulidade nos derruba quando estamos de pé (Mq 7:8-10; Hb 4:11). A fé nos aproxima de Deus quando estamos longe Dele; mas a incredulidade nos afasta de Deus quando estamos perto Dele (Hb 10:22; 3:12,13).

Onde a fé reina, ela declara que somos amigos de Deus; mas onde a incredulidade reina, ela declara que somos seus inimigos (Hb 3:18; Ap 21:8). A fé coloca um homem em graça; mas a incredulidade o mantém sob ira (Rm 3:24-26; Ef 2:8; Jo 3:36; 1 Jo 5:10 ; Hb 3:17; Mc 16:16; Jo 8:24). A fé purifica o coração; mas a incredulidade a mantém poluída e impura (At 15:9 ; Tt 1:15,16). Pela fé, a justiça de Cristo é imputada a nós; mas a incredulidade nos detém na lei para perecer (Rm 4:23,24; 11:32; Gl 3:23).

A fé torna nossa obra aceitável a Deus por meio de Cristo; mas tudo o que não provém da fé é pecado (Rm 14:23). Pois sem fé é impossível agradá-lo (Hb 11:4; Rm 14:23; Hb 11:6). A fé nos dá paz e consola nossas almas; mas a incredulidade opera problemas e agitações, como as ondas inquietas do mar (Rm 5:1; Tg 1:6).

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A fé nos faz ver preciosidade em Cristo, mas a incredulidade não vê forma, beleza ou graça nEle (1 Pe 2; Is 53:1-3). Pela fé, temos nossa vida na plenitude de Cristo; mas, por incredulidade, passamos fome e nos afastamos (Gl 2:20). A fé nos dá a vitória sobre a lei, o pecado, a morte, o diabo e todos os males; mas a incredulidade nos deixa antipáticos para todos (1 Jo 5:4; Lc 12:46).

A fé nos mostrará mais excelência nas coisas não vistas do que nas vistas, ela coloca nossas expectativas em Cristo e na eternidade; mas a descrença vê mais valor nas coisas visíveis e temporais (2 Co 4:18; Hb 11:24-27; 1 Co 15:32).

A fé torna os caminhos de Deus agradáveis ​​e admiráveis; mas a incredulidade os torna pesados ​​e duros (Gl 4:6; 2 Co 12:10,11; Jo 6:60; Sl 2:3).

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E Excelência da Fé

Pela fé Abraão, Isaque e Jacó possuíam a terra da promessa; mas por causa da incredulidade, nem Arão, nem Moisés, nem Miriã puderam chegar lá (Hb 11:9; 3:19). Pela fé os filhos de Israel passaram pelo mar Vermelho; mas pela descrença a generalidade deles pereceu no deserto (Hb 11:29; Jd 5). Pela fé, Gideão fez mais com trezentos homens e alguns jarros vazios do que todas as doze tribos podiam fazer, porque não criam em Deus (Jz 7:16-22; Nm 14:11,14). Pela fé, Pedro andou sobre a água; mas, por incredulidade, ele começou a afundar (Mt 14:22-33).

Assim, muitos mais exemplos poderiam ser adicionados. Devo suplicar a todo Homem que preste atenção à incredulidade para que, vendo que há uma promessa de salvação eterna, não venha qualquer um de nós, por incredulidade, ficar de fora dela.


Extraído de “The White Devil, by John Bunyan”. Citações escriturísticas a partir da Almeida Corrigida Fiel (ACF). 2019 © Traduzido por Amanda Martins. Para o uso correto deste recurso visite nossa Página de Permissões.

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John Bunyan

John Bunyan (1628-1688) foi um escritor e pregador nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra, foi o autor de The Pilgrim's Progress, provavelmente a alegoria cristã mais conhecida em todos os tempos.

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