
AMANDA MARTINS ORTEGA
ABORTO EXPLÍCITO
Edições Reformai
Capa:
Elnatan Rodrigues
Autor:
Amanda Martins Ortega
Edição:
Elnatan Rodrigues
Revisão:
Elnatan Rodrigues
2ª Edição Abril 2018
Edições Reformai, 2018©️ Todos os direitos autorais estão reservados. Citações Escriturísticas a partir da ACA (Almeida Corrigida Atualizada),Sociedade Bíblica do Brasil, 2018. É permitido, pelo autor e editores desta obra, breves citações em outros materiais, dos textos presentes neste material com devidas fontes.
Em nossos dias temos presenciado a grotesca diferença entre o que significa ser humanista e humano. As ideologias têm avançado rumo a destruição de toda ordem, ética e moral, ferindo principalmente todo e qualquer fundamento Bíblico. Porém, uma vez eliminada a Verdade, onde estaria a nossa finalidade, segurança e significado? O Homem que busca afirmar-se como o centro de todas as coisas, na alegação de direitos e liberdade, acaba destruindo a si mesmo como pessoa e espécie.
Não é novidade para ninguém que os cristãos são absolutamente contrários a tudo o que possa remeter as ideologias do século. Mas, infelizmente, apesar de famosa a posição dos judaico-cristãos e conservadores, a grande maioria desconhece o que acontece por trás das ideologias e o motivo por sermos contrários a elas. Inclusive, infelizmente temos visto a tal adentrar em nossos púlpitos através de pregações de livre-arbítrio, direito incondicional do Homem, dentre outros. Os ortodoxos, por sua vez, são constantemente tidos por retrógrados, fascistas, anti-liberdade, dominadores, controladores, homofóbicos, racistas e cativos. Bastaria, entretanto, o esclarecimento de causa para identificar o grande problema de tal doutrinação que cativa e mata bilhões de pessoas em todo o mundo, das mais variadas maneiras anunciadas pela ideologia. É escravidão e morte do início ao fim!
Neste material iremos abordar um dos temas mais discutidos e abrangentes da atualidade: o aborto. Isso porque este tema não diz respeito a tão somente o uso de medicamentos ou procedimentos abortivos, mas a todo um ciclo de degradação humana que começa na mentalidade do povo e termina no extermínio em massa. Vamos esclarecer a origem, propósito e fundamento das maiores heresias propagadas na atualidade que tentam contra a família o tempo todo. Ainda, não perdendo o alvo principal do tema, trataremos de maneira pessoal com as pessoas que pensam em cometer ou já cometeram aborto, além de esclarecermos a questão no contexto do estupro e das recomendações médicas. Existe diferença entre aborto e pena de morte? Até onde o aborto poderia ser considerado homicídio? O que dizer sobre a saúde pública e legalização do aborto? Quando, após a fecundação, podemos considerar haver um ser humano ou mesmo uma gravidez? O que dizer dos anticoncepcionais, eles são abortivos? O que fazer se a situação não colabora com a recepção de uma criança? Enfim, são muitos os pontos a serem estudados.
Convidamos você a entrar nessa jornada de descoberta e libertação através da exposição da verdade utilizando, inclusive, das falas e explicações de aborteiros e movimentos pró-aborto. Este material se utiliza de citações de autores de diversas crenças e atividades, não necessariamente professores da fé reformada.
Aborto induzido, eis um tema que levanta debate em todo o mundo nos seus diferentes aspectos: morais, éticos, políticos, biológicos, econômicos, legais e religiosos. Há quem não se importe com o assunto ou sequer demonstre uma posição a respeito, como também quem julga ser apenas uma questão de saúde pública. Há ainda aqueles que são radicalmente contra. Muitos pensamentos sugerem a abolição do aborto, mas também uma multidão tenta justificá-lo como sendo plausível. Certamente o aborto envolve muito mais do que pensamos, o fato é que perdemos a dimensão do assunto. Chega a ser assustador o número de teses que se levantam para defender ou até afirmar a necessidade do aborto!
“O fato de que o aborto e o infanticídio resultam na destruição de seres humanos inocentes não pode, em si, ser razão para encara-los como sendo errados.” – TOOLEY, Machael – filósofo.
“Matar [bebês no ventre] é a coisa mais importante que eu poderia fazer em minha vida.” – LINKINS, Emily – médica abortista.
“O crescimento demográfico infinito é impossível num planeta que é finito, acabaria com a natureza, com tudo. Então, a redução de crescimento populacional é bem-vinda.” – EUSTÁQUIO, José Alves – professor da escola nacional de ciências estatísticas.
“O aborto não é um problema maior do que uma mastectomia. Ambos são soluções para um problema.” – GRAMES, David – ex aborteiro.
“O aborto deveria ser legalizado, e as vezes até necessário. Há momentos em que uma mãe deve ser capaz de decidir que o feto, sendo humano completo, precisa morrer.” – WOLF, Naomi – jornalista e ativista feminista.
“Ser um membro da espécie homo sapiens não é suficiente para conferir um direito à vida.” – SINGER, Peter – filósofo secularista, materialista.
“Os mentalmente defeituosos não têm direito a vida, podendo ser mortos para servirem de alimento – se viéssemos desenvolver um gosto pela carne humana – ou para fim de experimentação cientifica.” – SINGER, Peter – filósofo secularista, materialista.
“É imoral não abortar bebês com Síndrome de Down.” – DAWKINS, Richard – evolucionista.
“A coisa mais misericordiosa que uma grande família faz por um dos seus pequeninos é matá-lo.” – SANGER, Margaret – feminista.
Benjamin Solomon Carson, médico neurocirurgião, psicólogo, escritor, professor e filantropo estadunidense, compara o aborto com a escravidão e advoga por sua proibição total. Une-se a ele grande parte da população em defesa da vida fetal enquanto, ao mesmo tempo, outra parte da população defende o aborto em algumas circunstâncias ou mesmo em qualquer circunstância, apoiando-se no direito de decisão materno. Algumas instituições investem bilhões de dólares para promover o aborto tendo por finalidade causas próprias, sendo patrocinadoras mundiais de movimentos conhecidos por todos. Diante de tantas opiniões e ações, para que possamos concluir algo sobre o assunto precisamos refletir sobre e definir alguns pontos que dizem respeito ao aborto. Não podemos ficar na superfície das opiniões enquanto estamos abordando um assunto tão sério que é a vida ou, quero dizer, a banalização da vida.
Sou cristã e, para mim, é impossível tratar do assunto sem considerar a existência do Criador e Mantenedor da vida. Já Albert Camus, ateu radical, diz que, em última análise, toda revolta do homem é uma revolta contra a criação.
“A revolva metafisica é a revolta do homem contra a sua condição e contra sua criação, ou contra os motivos de sua criação e que justificariam sua condição”.
Precisamos considerar que um relógio aponta para um relojoeiro, um prédio aponta para um engenheiro, uma obra de arte aponta para um artista, assim por diante. Uma vez que toda criação aponta e revela um criador, toda revolta do homem é uma revolta contra o criador da criação. O que está por trás do aborto é nada menos do que a revolta do homem contra Deus e isso fica nítido em cada tese que defende o aborto, sendo algumas delas: a negação da existência do Criador (e até da alma) – a crença no evolucionismo; a tentativa de tomar o controle sobre si mesmo e sobre o outro – egoísmo; a “agenda de gênero”; o domínio acima do próprio Deus – antropocentrismo. Porém, ainda há quem queira fazer um aborto sem mesmo concordar com ele, talvez por uma questão de praticidade e/ou conveniência. Todos estes casos serão tratados neste material!
“A destruição de uma vida humana – seja ela embrionária, fetal ou viável – é uma agressão ao trabalho único de formar pessoas, feito por Deus. O aborto é uma agressão a Deus, não só ao homem. Deus fez seu trabalho único no ventre desde o momento da concepção. Este é o testemunho claro do Salmo 139:13 e de Jó 31:15” – PIPER, John – pastor, fundador e professor do Bethlehem College & Seminary em Minneapolis, Minnesota.
Estar contra a vida é o mesmo que estar contra o Criador e Mantenedor da vida. Para crer nisto não é preciso ser cristão, como corrobora o ateu Albert Camus. Você pode crer diferente ou ainda não estar ciente disso, entretanto, convido você, leitor, que não é cristão ou sequer acredita na existência de Deus para refletir sobre o tema através deste material, pois nele abordamos os principais aspectos que dizem respeito ao aborto, sendo eles também legais, biológicos, morais e éticos. Não podemos tomar alguma posição analisando apenas um lado da moeda, por isso, considero de suma importância citarmos os movimentos que defendem o aborto e o(s) motivo(s) do aborto ser defendido por eles. Convido meus leitores a navegarem pela história que, infelizmente, em muito é obscura. Sejamos claros ao tratar do tema em todas as mentalidades. Examinando o aborto em tudo o que ele aborda e acomete, teria ele fundamento plausível em alguma esfera? Ainda, sobre as mulheres que se encontram na dúvida sobre abortar ou não, ou até aquelas que já cometeram algum aborto, trataremos do assunto de forma pessoal.
Apesar de óbvio, considero importante iniciar deixando claro que o material aqui redigido só diz respeito – em todos os aspectos – ao aborto induzido, isto é, ao aborto que não acontece espontaneamente (quando a mulher “perde o bebê”). Conforme o dicionário Houaiss, “aborto é a interrupção da gravidez com a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero materno, resultando na sua morte ou sendo por esta causada”. Isto pode ocorrer de forma espontânea ou induzida, provocando o fim da gestação e, consequentemente, fim da atividade biológica do embrião ou feto. Isto é importante ser destacado porque existem mulheres que sofrem o aborto espontâneo e carregam sobre si um fardo de culpa que não compete a elas, talvez por fazerem alguma ligação ética, moral e até religiosa entre o aborto que a acometeu e o aborto cometido (induzido), trazendo para si alguma responsabilidade inexistente. Não existe comparação – repito: em qualquer aspecto – entre o aborto induzido e o aborto espontâneo. O aborto induzido gera a morte do embrião ou feto por responsabilidade humana assumida (consciente/ proposital), já o aborto espontâneo é gerado pela morte do embrião ou feto, ocorrente por qualquer motivo biológico. Mulheres que estiveram grávidas e perderam seus bebês são consideradas mães tanto quanto aquelas que os viram nascer, pois delas houve vida, amor e doação de forma semelhante. Trataremos disso também neste material!
Mas, voltando ao assunto, seria o homem o dono da própria vida e também alheia? Seria ele o centro de tudo, podendo decidir a existência dos demais? Teria ele o controle acima do Criador? E sobre os estupros e recomendações médicas para abortar? Existe diferença entre aborto e pena de morte? Até onde o aborto poderia ser considerado homicídio? O que dizer sobre a saúde pública e legalização do aborto? Quando, após a fecundação, podemos considerar haver um ser humano ou mesmo uma gravidez? Anticoncepcionais são abortivos? O que fazer se a situação não colabora com a recepção de uma criança? E se já foi cometido o aborto, como tratar o assunto? Enfim, são muitos os pontos a serem estudados.
O aborto se tornou algo tão comum em banalização da vida que podemos ouvir alguém dizendo: “vai um aborto aí?”. Isso é estarrecedor! É triste saber que o lugar mais perigoso para um indivíduo estar pode ser o ventre da própria mãe, já que não é a criança que pode decidir por si mesma.
“O lugar mais perigoso do mundo é um ventre” – Cardeal Sin, das Filipinas.
“Deus ama o útero da mulher. Ele criou o útero para que seu próprio Filho habitasse ali no estágio mais vulnerável de sua vida terrena. Por extensão, Deus fez o mesmo para cada um de nós. O útero é o lugar designado por Deus para se ter segurança, mas, agora, tragicamente tornou-se o lugar mais perigoso da Terra” – JONES, Mark – autor e pastor.
Isso me faz questionar até onde o egoísmo do Homem pode conduzí-lo. Poderia ele pensar em algo além de si mesmo? Esse tema me leva a refletir sobre a ganância e o profundo abismo obscuro que é o coração do Homem. Não seria pecado?! Se nem mesmo o útero materno pode propor segurança a nós, existiria algum lugar seguro debaixo do sol? O aborto induzido me faz entender como o ser humano se tornou inimigo de Deus, isso ao ponto de ser o oposto dEle, pois enquanto Deus dá a própria vida por Seus filhos pela graça, a humanidade é capaz de matar seus filhos por egoísmo.
Como em minha parentela, o aborto (ou a possibilidade) se tornou algo comum na maioria dos lares. Ele está mais perto de nós do que parece e também por isso é de suma importância o avaliarmos com critério. Já temos por natureza a tendência de visarmos a nós mesmos que, ora ou outra, para a nossa satisfação, de uma forma ou de outra, requerer a morte de alguém. Se somarmos esta tendência (sem lutarmos contra ela) a todo desconhecimento sobre o assunto, poderemos facilmente ser comparados aos piores assassinos já existentes.
“Matar não é tão grave como impedir que alguém nasça, tirar a sua única oportunidade de ser. O aborto é o mais horrendo e abjeto dos crimes. Nada mais terrível do que não ter nascido!” – SABINO, Fernando.
“Eis porque o aborto é um pecado tão grave. Não somente se mata a vida, mas nos colocamos mais alto do que Deus; os homens decidem quem deve viver e quem deve morrer.” – Madre Teresa de Calcutá
“A melhor foto que eu não fiz foi o filho que eu não tive.” – BRUNET, Luiza – ainda carrega o sofrimento por ter abortado aos seus 17 anos.
“As que já são mães e vão às ruas em defesa do aborto estão deixando claro que seus respectivos filhos são apenas abortos que ou esqueceram de acontecer.” – AZEVEDO, Reinaldo.
Este material é um brado pela vida e por aqueles que não têm como se defender. Certa feita, alguém disse: “Aborto é condenar um reuzinho sem crimes”.
“Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição. Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” – Provérbios 31:8,9 (Bíblia Sagrada).
Como você já deve ter percebido pela introdução do nosso tema, nossa ênfase está na palavra ‘vida humana’. Isso porque um dos pontos mais importantes a serem tratados, e que em alguns meios definem os polos do debate, é a definição de quando o feto ou o embrião se torna humano ou vivo: se na concepção, no nascimento ou em algum ponto intermediário.
Biologicamente falando, há quem defenda a teoria de que o feto se torna humano apenas no nascimento, como também quem acredite que isso ocorra em determinado momento do seu desenvolvimento (como quando o coração começa a bater ou quando o cérebro começa a emitir ondas). Há ainda aqueles que acreditam ser o embrião humano desde o princípio – desde a concepção, quando ainda é chamado de zigoto. Afinal, o feto em desenvolvimento já é um ser humano, ele já é vivo? Para algumas pessoas um embrião não passa de uma ‘bola de sangue’ por considerarem não ter ele ainda consciência.
“Durante séculos e séculos, a ciência discutiu o momento exato do início da vida humana. E, por muito tempo, muitos acreditavam na rudimentar teoria do filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C., e chegava a afirmar que, durante os três primeiros meses de vida, o feto apenas teria vida vegetal e animal. Com o passar dos séculos e o aprimoramento de conhecimentos científicos, novas teorias acerca do começo da vida humana ganharam dimensão. E, até nos dias atuais, diante de discussões sobre a utilização de células embrionárias, por exemplo, este assunto vem à tona, suscitando as mais diversas justificativas a respeito do momento em que é formado um ser humano. Na realidade, a partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida, que não é a do pai nem a da mãe, mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria, chamado de ovo ou zigoto, depois de embrião ou feto.” – SANTOS, Ivanaldo – Doutor em estudos da linguagem, professor do departamento de filosofia e do mestrado em Letras, coordenador da linha de pesquisa ‘Epistemologia e educação’.
Resolver essa questão faz toda a diferença no tema que estamos abordando, pois aqueles que se baseiam na tese do embrião não humano, ou não humano até certo ponto do seu desenvolvimento, acreditam que não seja errado abortar (ou abortar antes do ponto específico até o embrião se tornar humano), pois, nesse caso, não estariam matando um ser humano. Isso descaracterizaria o aborto como sendo um crime de homicídio. Além de nosso tema, esta questão aborda as pesquisas e o uso de células tronco, o manuseio de embriões em laboratório, o congelamento de embriões humanos, dentre outros.
“São seres humanos, sem dúvida. Se toda vida começa com o óvulo fecundado, como poderiam não ser? É só por cinismo ou arrogância que alguém pode dizer que não sabe onde começa a vida. O Código Civil de 2002 diz que a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei garante, desde a concepção, os direitos do nascituro. A Constituição garante a todas as pessoas a inviolabilidade do direito à vida” – GARCIA, Maria – advogada e professora de biodireito constitucional.
Sobre ser vivo, a união de duas células vivas é um zigoto, obviamente vivo. Tendo cursado medicina, amando a área da embriologia, o que sempre me admirou foi a forma criteriosa, espetacular e rápida como se forma e desenvolve um zigoto, embrião e feto. Para entendermos um pouco mais o assunto, vamos expor o que isso significa:
Zigoto é a fase inicial da vida de um novo indivíduo, consequente da reprodução sexuada. É o nome do óvulo fecundado, mais conhecido como ‘célula diplóide’, resultante da união dos núcleos de duas células mutuamente compatíveis, isto é, dos gametas masculino e feminino (óvulo e espermatozoide) da mesma espécie. Os gametas masculino e feminino carregam consigo as informações genéticas da espécie que, ao se unirem, dão origem a um novo ser da espécie com suas características pessoais. Apesar de o DNA, em si mesmo, não se tratar de um material vivo, as células que o contém, deram origem e são descendentes são vivas em todo o processo, desde a fecundação. Em nosso genoma, formado na concepção, existem 30 a 40 mil genes com instruções para a formação e funcionamento de todo o processo de desenvolvimento do ser humano, o que diz respeito a absolutamente todas as suas características físicas e fisiológicas. Gozar da união celular que constitui, em si mesma, um indivíduo completo, e ainda assim afirmar ser tão somente um aglomerado de células, é um tanto leviano. São 3 bilhões de elementos ordenados sequencialmente, o que seria equivalente a 800 Bíblias ou 4 mil livros de 500 páginas cada. As características genéticas da espécie (já) fazem com que esse indivíduo seja da espécie de seus progenitores e as características pessoais resultantes dessa união dá ao ser o nome de indivíduo (um ser singular). Se estamos falando da espécie humana, logo estamos falando que um zigoto já é humano por ser um indivíduo da informação genética humana, isto é, da natureza humana, vivo e em desenvolvimento.
Embrião é o nome que é dado para a fase seguinte, o início do desenvolvimento nas primeiras divisões celulares (ou a camada primária de células). Isso ocorre dentro de 5 dias após a fecundação, ainda antes de o embrião ser implantado no útero materno. Em cada célula do nosso organismo, o filamento estendido de DNA chega a ter cerca de 2 metros, afirmando e confirmando a concepção a cada divisão celular. Assim, se todo o DNA fosse emendado em um único filamento, seria tão comprido que se estenderia da Terra à Lua, ida e volta, várias vezes, possuindo 20 milhões de quilometros. Toda esta origem, porém, está completa na fecundação. Embrião diz respeito ao processo que dá origem aos tecidos presentes no corpo humano, o que dá origem aos órgãos, membros e a absolutamente todo o corpo que é inteiramente formado pelos tecidos. Isso quer dizer que todo o material para o desenvolvimento humano já está ali presente e todo o processo ocorre dentro da bolsa amniótica no ventre materno através das divisões celulares.
O embrião deixa de assim ser chamado, passando a ser chamado de feto, na oitava semana após a concepção. Estamos falando de desenvolvimento e feto é o nome dado à fase quando já são formados os membros do indivíduo, o qual é nominado feto até o seu nascimento quando passa a ser chamado de recém-nascido, perdurando o nome “feto” todo o restante do desenvolvimento e amadurecimento biológico do indivíduo no período da gravidez.
Um indivíduo, em qualquer fase de desenvolvimento intrauterino – seja zigoto, embrião ou feto – é vivo. Não é este um ponto questionável. O que causa divergências e que acaba sendo uma tentativa de justificação para o aborto induzido é: seria um simples aglomerado de células ou seria um ser humano?
Não é possível crer que, em qualquer fase do desenvolvimento fetal, alguém que tenha todas as informações de humano seja algo diferente de humano. Um zigoto ou um embrião não é uma ameba ou qualquer ser sem classificação. Um indivíduo não é biologicamente mais humano ou menos humano conforme seu desenvolvimento e/ou degradação, tampouco conforme sua forma física, desenvoltura ou acolhimento na comunidade humana. Se considerássemos fase de desenvolvimento da vida como sendo fator que define a humanidade dos indivíduos humanos, logo, posso crer que uma criança é menos humana que um adulto pelo fato de não estar tão desenvolvida dentro da espécie como um adulto. Ou então, alguém que possua um membro a menos, ou a mais, ou alguém com maior peso, ou menor peso, não poderiam ser considerados humanos, por se destinguirem daquilo o que consideram ser o ‘padrão’ da espécie humana.
Até o décimo oitavo dia após a união dos gametas (após a concepção), o embrião é desenvolvido em total dependência da mãe até que, a partir de então, se inicia a formação do sistema cardiovascular – artérias, arteríolas, vênulas, veias e capilares. O sistema cardiovascular é o primeiro a funcionar no embrião, principalmente devido à necessidade de um método eficiente de captação de oxigênio e nutrientes, de forma um pouco mais independente da mãe. Em questão de dias se iniciam os batimentos cardíacos, isto é, o coração começa a bater entre o vigésimo segundo e vigésimo quarto dia, enquanto o fluxo de sangue começa na quarta semana do desenvolvimento, podendo ser visto através da ultrassonografia.
Você pode estar me perguntando o porquê dessas informações. Acontece que existem três classificações de aborto:
- O Aborto subclínico: abortamento que acontece antes de quatro semanas de gestação;
- O aborto precoce: entre quatro e doze semanas;
- O aborto tardio: após doze semanas.
São raros os abortos subclínicos, antes dos vinte e dois dias após a concepção, até porque antes deste tempo raramente a mulher consegue detectar uma gravidez e, muito menos, tomar a decisão de abortar. Isso significa que os abortos induzidos raramente são feitos antes do coração do feto começar a ser formado ou a ter batimentos. Ou seja, a grande maioria dos abortos implica a interrupção dos batimentos de corações humanos. Com apenas trinta dias após a concepção o embrião já tem cérebro e com quarenta dias ele já emite ondas.
A questão que gera divergência é mais pedagógica do que biológica ou mesmo espiritual. Em nenhum momento biológico ou espiritual o feto muda de natureza, portanto, trata-se do tempo de desenvolvimento do feto e não da natureza do feto. A pergunta a ser feita, portanto, não é quando começa a vida humana, mas sim o que é vida humana. É fato que de um ventre humano não poderá vir uma bactéria, um cachorro, um camelo, uma ameba, um ovo de dinossauro, um verme ou um elefante. É obvio que de uma mulher venha um bebê humano, portanto, não estamos falando de uma natureza que muda conforme o tempo, mas apenas do tempo de desenvolvimento do feto ou da vida humana. Um feto não se torna humano apenas no seu nascimento quando apenas tem o nome da sua fase de desenvolvimento mudado para ‘recém-nascido’, assim como uma criança não se torna humana só quando atinge sua fase adulta.
A lógica de alguns é que um recém-nascido é ser humano e o feto não é recém-nascido, logo, um feto não é humano e o aborto é permitido. Mas, se formos seguir essa lógica, poderíamos afirmar que um adulto é ser humano e uma criança não é adulta, logo, uma criança não é humana e então o infanticídio é permitido. A questão é que estamos falando de ser humano e não de estar humano. A vida humana é composta por vários estágios e um humano nunca para de mudar até a sua morte, seja física, mental ou espiritualmente. Seu desenvolvimento dura até a fase adulta e não são apenas os adultos considerados humanos. Porém a natureza humana – a substância, a característica genética e a forma – nunca muda. Se eu lhe mostrasse uma imagem que contenha: um feto, um recém-nascido, uma criança de cinco anos, uma de dez, um adolescente, um adulto e um idoso e lhe perguntasse qual é a representação da espécie humana, haveria um deles em especial? Uma vez que a vida humana é composta por vários estágios, nenhum deles a deduz com exclusividade!
“Em resumo, o ser humano não é determinado por seu estágio de desenvolvimento, mas por ser humano. A vida de um humano normal se transforma através de mudanças contínuas, contudo nenhuma delas muda sua condição humana. Se infelizmente uma criança cessa seu desenvolvimento normal, isso faria dela menos humana por não chegar em outro estágio que denominamos de adulto?” – KUSTER, Bernardo – palestrante e autor.
“Como podem ver, não existe mudança dramática na forma ou na substancia desse ser durante o seu desenvolvimento. É inegavelmente um ser humano. ” – NATHANSON, Bernard – médico ginecologista, obstetra, ex aborteiro.
“O que define um ser humano é o fato de ser membro da nossa espécie. Assim, quer seja extremamente jovem (um embrião), quer seja mais idoso, ele não muda de uma espécie para outra. Ele é da nossa estripe. Isto é uma definição. Diria, muito precisamente, que tenho o mesmo respeito a pessoa humana, qualquer que seja o número de quilos que pese, ou o grau de diferenciação das células”. – LEJEUNE, Jérôme – médico francês, pediatra e professor de genética, a quem se deve a descoberta da anomalia cromossômica que dá origem à trissomia.
Quem analisa a forma como é feito um aborto, identifica a criminalidade e crueldade de tal. Para se tirar um bebê de 80 dias de sua mãe, a mulher é colocada em posição perturbadora e nela é introduzido um tubo de sucção (aspiração à vácuo) que desmembra a criança brutalmente. Alguns desses membros passam pelo tubo de sucção, porém outros podem ser grandes demais e ficam, aleatoriamente, soltos no ventre. Uma pinça é inserida na mulher para esmagar a cabeça do feto, pois a cabeça inteira não pode passar pelo tubo ou ser retirada. A criança nessa fase, como pode ser visto, já está completamente formada. Suas mãos e pés são menores que um quarto de uma moeda, porém, totalmente iguais às mãos de um adulto. Durante o aborto, ainda quando o tubo está sendo inserido na mulher, a criança fica agitada, desesperada, sabendo que está em risco. O ultrassom realizado durante o aborto pode identificar perfeitamente o desespero e agitação da criança antes de começar a ser desmembrada e morta.
Mas por que isso é feito? Porque se matarem a criança já quando está fora da mãe serão tidos por assassinos, porém, se a morte induzida ocorrer quando o bebê ainda estiver dentro da mãe, será ‘apenas aborto’. Agora, por favor, leitor, pare e reflita a respeito. Qual é a diferença entre o aborto e o assassinato? O estar dentro da mulher, por questão de segundos (ou que sejam meses), é o que tem poder de ausentar do aborto a caracterização de crime? Ou então, seria a forma como o aborto é feito o ‘amenizador’ do crime? Um medicamento, um procedimento, antes ou depois, muda o fato de que estamos falando de assassinato? E, se assassinato é crime, por que é tratado como excepcional, exclusivo, com direito de ser? Considere um bebê prematuro, ele era para estar ainda no ventre materno se avaliado pela sua maturidade física. Porém, pode ser retirado de sua mãe e, fora dela, não pode ser morto. Então por que ele poderia ser morto se estivesse dentro do ventre materno?
O aborto induzido pode ser feito mediante uso de medicamentos ou através de procedimento cirúrgico, isto é, existe o aborto químico (tóxico) e o aborto mecânico. No aborto químico/tóxico geralmente é usado um medicamento que contém a combinação de antiprogestativo mifepristone com uma prostaglandina. O medicamento bloqueia o desenvolvimento fetal, o que pode não ser suficiente e, em alguns casos, se faz necessário o procedimento cirúrgico para matar ou simplesmente retirar o feto morto. Entretanto, existem vários meios químicos de se realizar (ou tentar realizar) um aborto. O aborto químico, independente se ‘eficaz’ ou não, como o próprio nome já diz, é causado em primeira instância pela intoxicação da mulher, o que pode causar diversos danos ainda piores do que causariam os abortos mecânicos, inclusive a morte. Já o aborto mecânico considera os procedimentos realizados em clínicas ou mesmo os caseiros que não por meio de toxinas. O aborto cirúrgico pode ser feito em poucos minutos, com anestesia geral ou local, para remover o embrião ou feto. Caso durante o procedimento o embrião permaneça vivo, conforme vimos, ele é assassinado de maneira covarde, entretanto, não mais cruel e covarde do que através das outras formas.
O feto sente dor? Essa é uma questão ainda abordada em todo o mundo pelos especialistas na área de neurologia que ainda gera conflitos. Estudos tentam averiguar o momento em que uma criança passa a sentir dor. Alguns partem do princípio que um feto só pode sentir dor após a sétima semana, pois os receptores da dor são desenvolvidos nesse período. Já outros dizem que os requisitos neuro-anatômicos necessários para isso estão presentes apenas no segundo ou terceiro trimestre da gestação. Alguém ainda mais radical afirma que um bebê só passa a sentir dor após o seu nascimento, pois sugere que a sensação esteja ligada ao desenvolvimento mental que ocorre após o nascimento. Isso também interfere na opinião de alguns quanto ao embrião, zigoto ou feto ser ou não humano. Para alguns, esse fato se torna um ‘amenizador de consciência’, pois julgar que um feto não sente dor durante um aborto dá a sensação de alívio, pensando estes que o feto não passa por sofrimento. Mas que diferença isso realmente faria, senão nas perversas mentalidades?
Existem pessoas que perderam seus sentidos sensoriais com problemas neurológicos e isso não faz com que elas deixem de ser humanas e nem justifica o assassinato delas. E, aliás, muitas pessoas são mortas através de um disparo de projétil, por exemplo, sem terem sofrido qualquer dor, e esse homicídio não se torna menos importante do que qualquer outro onde a vítima tenha agonizado em dor. Apesar das muitas teorias, existe o uso de anestésicos para ‘garantir que o feto não sinta dor’, o que não torna o aborto menos cruel, mais ético ou menos criminoso.
Como reage o feto durante o aborto? Seria possível ver como isso é feito? Estaria, realmente, a criança imune a dor, a pressentimentos ou a qualquer coisa que ocorre ao seu redor? Estaria ela completamente inconsciente? Não é o que demonstra o ultrassom durante um aborto ou mesmo a piscicologia. É bastante comum as pessoas encontrarem no período intrauterino as raízes de seus traumas e fobias, o que pode ser comprovado pela ciência e testifica o fato de que estamos tratando de um ser humano completo, ativo e não imune a tudo o que acontece ao seu redor. Na Bíblia, um simples feto (João Batista) reconhece e reage à presença de um simples embrião (Jesus Cristo), quando Maria e Isabel se encontram durante a gravidez de ambas. Qualquer mãe observa que seu filho, ainda no ventre, entende e reage a estímulos externos. Imagine então como um bebê entende e reage a um assassinato!
Bernard N. Nathanson, judeu e ativista pró-aborto, foi um médico ginecologista de Nova York especializado em aborto, sendo o diretor da clínica que mais realizava o procedimento. Era um dos líderes que lutavam pela legalização do aborto nos Estados Unidos, considerando ser este um direito, isso é, até rever a sua posição. Após se demitir da clínica onde era diretor, Bernard Nathanson foi nomeado Diretor do Serviço de Obstetrícia do Hospital de São Lucas de Nova York, onde criou o serviço de Fetologia. Nesta função, a par das novas tecnologias de ultrassonografia com as quais era possível acompanhar o desenvolvimento do feto, reviu suas convicções sobre o aborto, assumindo publicamente a sua nova posição. Isso ocorreu após, através da nova tecnologia disponível, ver pela primeira vez, em detalhes, o feto antes e durante o aborto. Agora era possível ver detalhadamente e acompanhar a realidade de um aborto. “A criança vai sendo torturada, desmembrada, desarticulada, esmagada e destruída pelos insensíveis instrumentos de aço do aborteiro” – afirma. Nessa condição reconheceu que há vida humana no feto, como também que há valor nele sem qualquer distinção entre ele e um adulto. Antes, ativista pró-aborto e, após ver o que acontece realmente no aborto, ativista pró-vida, tornando-se um ícone do movimento. Bernard Nathanson produziu um vídeo, disponível na internet, chamado de “O Grito Silencioso”, o qual recomendo a todos assistirem.
“Se, de fato, existe um ser humano presente desde a concepção, então interferir em seu crescimento ou removê-lo do seu sistema de apoio humano seria equivalente a matar um ser humano.” – MORGENTALER, Henry – médico e militante pró-aborto.
Biologicamente falando, com a confirmação da ciência, nós estamos falando de um ser humano! É interessante observar também a fala deste aborteiro – “removê-lo do seu sistema de apoio humano”. Veremos adiante que existem movimentos que consideram ser o feto um membro do corpo da mulher, já que consideram ter a mãe o direito de decidir sobre a vida do feto em nome do seu próprio corpo. Mas todo e qualquer médico, mesmo pró-aborto, reconhece que a mãe é o sistema de apoio onde se desenvolve o feto e não há nela direito de decidir sobre outro corpo, outra vida, apenas por ser portadora de um útero. Apesar de estar em seu corpo, a criança não é parte do corpo da mãe.
“Agora podemos dizer, sem medo de errar, que a questão de quando a vida começa … é um fato cientificamente estabelecido… Trata-se de um fato determinado que toda vida, inclusive a vida humana, começa no momento da concepção. ” – GORDON, Hymie – chefe do Departamento de Genética Médica da Clínica Mayo.
“Não tenho mais nenhuma dúvida de que a vida humana existe dentro do útero desde o início mesmo da gestação” – NATHANSON, Bernard – ex aborteiro.
“Quando uma pessoa tem início? Tentarei dar a essa pergunta a resposta mais precisa de que a ciência de fato dispõe. A biologia moderna nos ensina que os genitores são unidos à sua progênie por um vínculo material contínuo, uma vez que é a partir da fecundação da célula feminina (o óvulo) pela célula masculina (o espermatozoide) que surgirá um novo membro da espécie. A história da vida é muito longa, mas cada indivíduo tem um início muito simples – o momento da concepção. (…) Cada indivíduo tem um começo bastante singular: o momento da sua concepção. (…) Aceitar o fato de que um novo ser humano passa a existir depois de ocorrida a fecundação não é mais uma questão de gosto ou opinião. A natureza humana do ser humano, da concepção à velhice, não é uma discussão metafísica, é pura e simples evidência experimental”. – LEJUNE, Jerome – Doutor e professor de genética da Universidade Descartes, Paris, França.
“Em biologia e em medicina, é fato aceito que a vida de qualquer organismo gerado por reprodução sexuada começa na concepção (fecundação), no momento em que o óvulo da fêmea e o espermatozoide do macho se unem para formar uma única célula nova, o zigoto; esse zigoto é a célula inicial do novo organismo.(…) É importante a definição porque parece haver uma tendência em alguns círculos médicos de definir a concepção como um momento da fixação do embrião em desenvolvimento na parede do útero, em vez do momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. É essencial lembrar, uma vez que a fixação ocorre por volta de 6 a 10 dias depois da fecundação, que o processo de desenvolvimento do zigoto já está bem avançado no momento em que ocorre a fixação.(…) Em resumo, é incorreto, portanto, dizer que os dados biológicos não possam ser decisivos.(…) Portanto, é cientificamente correto dizer que uma vida humana individual tem início na concepção, quando o óvulo e o espermatozoide se unem para formar o zigoto, e que esse ser humano em desenvolvimento sempre é um mesmo da nossa espécie, em todas as fases de sua vida. Nossas leis, das quais uma das funções é ajudar a preservar a vida do nosso povo, devem se basear em dados científicos precisos! ” – MATTHEWS-ROTH, Micheline – doutora e principal pesquisadora associada da faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.
“Portanto, a partir do momento da concepção o organismo encerra muitas moléculas complexas; ele sintetiza novas estruturas intricadas a partir de matérias-primas simples; e se multiplica a si mesmo. Por todos os critérios da moderna biologia molecular, a vida está presente a partir do momento da concepção” – GORDON, Hymie – chefe do Departamento de Genética Médica da Clínica Mayo.
“Do ponto de vista médico há enorme quantidade de documentos que demonstram que o embrião humano é uma pessoa distinta, biologicamente diferenciada da mãe. Do ponto de vista jurídico e médico, está fora de dúvida. No meu pensamento e ao que sinto, como também no pensamento da maioria dos indivíduos que pensaram seriamente na questão: o momento exato da existência de um ser como pessoa e do corpo humano é o momento da concepção. ” – DEMERE, McCarthy – advogado e médico praticante. Professor de direito da Universidade de Tennessee.
“Aprendi desde o início da minha formação médica que a vida humana tem início no momento da concepção. Os livros didáticos convencionais usados nos cursos que eu fiz e empregados até hoje afirmam isso. (…) Não estou mais preparado para dizer que esses estágios iniciais representam um ser humano incompleto do que estaria para dizer que a criança, antes dos drásticos acontecimentos da puberdade, que descrevi, não é um ser humano. Trata-se da vida humana em todos os estágios, embora incompletos, até a fase final da adolescência.” – BONGIOVANNI, Alfred – ex-chefe de pediatria da Universidade de Ife, atualmente membro do corpo docente da faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia.
“A característica singular da vida humana é o comportamento mental associado ao desenvolvimento de características corporais de influência genética. (…) Esse processo começa quando o espermatozoide fecunda o óvulo. ” – WILLIAMS, Jasper – ex-presidente da Associação Médica Nacional dos Estados Unidos, atualmente da Clínica Williams de Chicago.
“Uma coisa é certa. Depois da fecundação há uma série inexorável de acontecimentos que se desdobra com a divisão, movimentação, acomodação temporária, diferenciação e agregação das células com uma precisão e uma determinação desnorteante. Nas primeiras horas, dias e semanas desse desenvolvimento um observador hipotético, se pudesse testemunhar esse drama em nível microscópico, consideraria identificar precisamente quando ocorreram as principais mudanças qualitativas, exatamente como os pais que observam diariamente o crescimento e desenvolvimento de seu filho são incapazes de dizer precisamente quando ele ou ela deixou de ser criança e se tornou adulto. Assim, o início de uma vida humana única é, do ponto de vista biológico, uma questão simples e de fácil compreensão. O princípio de uma vida humana individual é uma questão simples e objetiva – o princípio é a concepção. Esse simples fato biológico não deveria ser distorcido para servir a propósitos sociológicos, políticos ou econômicos. ” – BOWES Jr., Watson – Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado.
Unem-se a estes nomes, médicos especialistas de todo o mundo com uma única afirmação, sem qualquer vestígio de dúvidas: Somos humanos desde a concepção, estamos falando de natureza e não de momentos de desenvolvimento dessa natureza!
Aqui foram citados os maiores geneticistas do mundo. Em uma comunicação pessoal perante o Congresso dos Estados Unidos, Harold W. Manner, chefe do departamento de Biologia da Universidade Loyola de Chicaco, afirma:
“Quando um espermatozoide humano fecunda um óvulo humano, o resultado é um ser humano – a partir do momento da concepção. A morte infligida a esse ser humano vivo tem de ser considerada um homicídio”.
Sabemos, portanto, que logo na fecundação temos um ser humano. Um ponto, porém, que causa dúvidas na maioria das mulheres e acaba influenciando outros demais fatores, é sobre quando realmente se inicia a gravidez. Isso porque o corpo materno não consegue identificar imediatamente uma gravidez na ocorrência da fecundação, mas sim no momento da nidação. A fecundação ocorre ainda no interior das trompas, e o zigoto em seguida se encaminha na direção do útero para se fixar nele. Após a fecundação, o (já) embrião demora cerca de 6 dias até chegar ao útero materno e se fixar. A nidação é a fixação/ implantação do embrião no endométrio materno, ou seja, no útero. Nesse momento, o corpo materno consegue identificar que nele há um embrião e, por isso, a gravidez pode ser detectada a partir deste acontecimento, quando os hormônios passam a aumentar rapidamente ao ponto de serem vistos nos exames de gravidez em alguns dias. Assim sendo, temos um ser humano se transportando pelo corpo materno durante cerca de 6 dias, que pode ser identificado na nidação. Pelo fato de a gravidez ser detectada neste momento, muitos dizem ser a nidação o marco do início de uma gestação, isto é, a mulher só estaria grávida caso ocorresse a nidação. Caso o embrião não consiga se implantar no útero materno, ele é eliminado sem mesmo o corpo materno identificar que nele houve uma criança. Devemos, porém, saber discernir ‘concepção’ (que tem amparo na biologia) de ‘nidação’ (que tem amparo no acolhimento na comunidade humana). Antes mesmo de ser identificado pela mãe e acolhido por ela, o ser humano já está presente. Isso também desmoraliza o conceito de que o embrião pertença ao corpo materno, já que ainda antes de se fixar ao corpo da mãe estávamos falando de um ser humano completo.
Entretanto, apesar de alguns dizerem ser a nidação o marco inicial da gestação, toda gestação é contada a partir do primeiro dia do ciclo menstrual da mulher, antes mesmo da fecundação. Isso porque todo aquele novo o ciclo foi responsável pela gestação, considerando a fase folicular, a ovulação e a fase luteínica. Isso tudo gera uma confusão na mente de muitas mulheres, porém não é difícil de ser esclarecido. O problema começa quando tal dúvida ou desconhecimento interfere em opiniões e atitudes, o que pode acabar em um aborto.
Gestar significa formar e sustentar um filho em seu organismo. Antes mesmo da nidação temos um filho formado e em desenvolvimento no organismo materno, sendo também sustentado por ele, já que apenas no sistema de apoio materno encontramos todas as condições necessárias para o desenvolvimento de um zigoto e embrião até a sua fixação. Ou seja, como significado do próprio nome, toda gestação se inicia na fecundação e não na nidação.
A teoria de que a vida humana tenha início na nidação tem sido alimentada, convenientemente, pela industria farmacêutica dos anticoncepcionais e veremos isso claramente. Alguns métodos contraceptivos e anticoncepcionais, como a pílula do dia seguinte, DIU e várias outras pílulas, interferem diretamente na fixação do embrião no útero materno. Na prática, somente os anticoncepcionais que utilizam progestogênio, que agem em longo prazo, não têm o potencial abortivo pelo fato de atuarem tão somente na inibição da ovulação. Isto é, nas bulas dos medicamentos encontramos informações dizendo que não são abortivos, pois não interferem no desenvolvimento direto do embrião. Porém, estimulam a descamação do endométrio, que é nada menos do que o lugar onde o embrião deve se fixar. Qualquer interferência no endométrio causada por tais medicamentos impede que o embrião se fixe na mãe e, portanto, são responsáveis por sua morte e eliminação. Por consequência lógica, são abortivos.
Intervir no processo de fixação do embrião, ainda que isso diga respeito ao corpo da mãe, muda completamente o destino da vida humana que está em desenvolvimento e, portanto, não diz respeito tão somente ao corpo materno. Como a indústria farmacêutica admite a teoria da nidação como princípio da vida humana e da gestação, os medicamentos anticoncepcionais não são comumente conhecidos como abortivos e sim como uma precaução de uma gravidez indesejada, porém, fatidicamente são abortivos ao interferirem no progresso do embrião já formado e apto para se fixar no útero materno. Estamos tratando de dois corpos diferentes, isto é, o embrionário e o materno. Ainda que o materno não tenha reconhecido a gravidez, não elimina o fato de que nele há outro corpo já em formação, quero dizer, a vida humana em contínuo desenvolvimento.
Existem, pelo menos, vinte teorias que tentam desqualificar o feto como sendo humano. Na prática, todos são desmoralizados em suas graves contradições. A principal teoria debatida é a da nidação. Embora não tenha fundamento sólido, ela é comumente aceita pela sociedade, a qual se utiliza de métodos contraceptivos hormonais, DIUs e pílulas do dia seguinte. Esta teoria é ainda sustentada pelo comércio da fertilização in-vitro e manipulação embrionária. O motivo é óbvio, se a indústria farmacêutica assumisse a concepção como origem da vida, perderia a grande maioria do seu capital gerado através de seus medicamentos abortivos e bebês fabricados em laboratório.
Ainda falando sobre a natureza humana, temos diversos métodos artificiais que ajudam as mulheres a engravidar quando elas ou seus parceiros encontram alguma dificuldade biológica para tal. A inseminação artificial é um destes métodos, como também a fertilização in vitro. A fertilização in vitro consiste na coleta dos gametas masculino e feminino, sua união em laboratório e a transferência do(s) já embrião(ões) de volta ao corpo materno. Um problema, porém, é encontrado em sua consequência: os embriões sobrantes. O que fazer com os embriões que sobram por não serem transferidos de volta ao corpo materno? São seres humanos que devem ser congelados, descartados, doados…? Esta é uma questão ética, jurídica, filosófica e teológica. Seria ético congelar uma pessoa ou matá-la no descarte? Como estamos falando (já) de seres humanos, não é algo tão simples falar de congelamento, descarte ou mesmo de doação em questões jurídicas. No próximo capítulo trataremos desse assunto, já que todo o assunto aborda a dignidade de pessoa e, com isso, a defesa e a proteção dos direitos humanos.
“Para desprazer de certas agendas políticas e ideológicas, os avanços da ciência não têm colaborado muito. Quanto mais avança a ciência e suas tecnologias, mais claro tem se tornado o fato do início da vida ser a fertilização. Não é a toa que foi dado o nome de contraceptivo ou anticoncepcional às famosas pílulas. Embora as pílulas tenham sido criadas e introduzidas no mercado por pessoas que defendiam o aborto de forma bastante ampla, o termo demonstra a preocupação que se tinha: evitar a concepção de embriões.“ – DEROSA, Marlon – pesquisador na área de bioética, saúde pública, direitos humanos e geopolítica.
Cada vida nova que uma mulher concebe é uma alma eterna que vai viver para sempre!
Biologicamente, vimos que todo indivíduo é um ser singular por suas características genéticas que o diferem de todo e qualquer outro ser da mesma espécie. Mas, além de um valor biológico único, o ser humano tem algum valor moral e, se sim, esse valor é intrínseco? Ou seja, o ser humano tem um fim em si mesmo ou ele é apenas um meio para outros fins?
“A gigantesca maioria concorda com o valor moral intrínseco do ser humano. É isso que enaltece, por exemplo, a Declaração Universal de Direitos Humanos. O próprio artigo quinto da nossa Constituição declara a ‘inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade’. Aqui caberia relembrar a ontologia humana segundo o que dizem os preceitos judaico-cristãos, a saber, a Imago Dei. Negar, portanto, o valor do ser humano seria abrir as portas para o caos em que tudo seria permissível, e falar de direitos humanos seria uma piada tão imbecil quanto falar de direitos das pedras.” – KUSTER, Bernardo.
Afinal, o que é valor moral intrínseco? Para esclarecer, peguemos como exemplo o dinheiro. O dinheiro não possui, em si mesmo, valor. Se estivermos no deserto e cheios de dinheiro, o dinheiro não fará qualquer diferença. Isso porque o valor do dinheiro não está em si, não é intrínseco, o seu valor é para algum fim específico. Em um caso como esse, ele teria alguma finalidade apenas como auxílio se pudéssemos usá-lo para comprar água, comida ou pegar um taxi, por exemplo. Ou seja, o dinheiro é um meio que usamos, mas não é, em si, o valor. E o ser humano, seria um meio com um fim determinado ou teria ele valor em si mesmo?
A questão é que o ser humano não é um objeto ou um meio para outros fins, ele tem um valor simplesmente por ser humano. Ou seja, vale a pena preservar o ser humano simplesmente porque ele é um ser humano.
Assim como no Brasil, as Nações Unidas reconhecem a “dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis”. Já a fé judaico-cristã reconhece que o homem foi feito “à Imagem e Semelhança de Deus“, conforme o livro Bíblico de Gênesis, capítulo 1 e versículo 26.
Toda e qualquer tese que venha defender o aborto ou desconsidera o valor intrínseco do homem ou viola esse valor. Porém, negar o valor intrínseco humano nega todo e qualquer direito humano. Logo, já não mais faria sentido falarmos de família, democracia, casamento, amor, estado, igreja, etc. Qualquer pessoa esclarecida tem plena consciência de que um feto é humano e, para justificar o aborto, alguns afirmam que a humanidade não tem, em si, valor. Este é o caso de Peter Singer e Machael Tooley:
“Ser um membro da espécie homo sapiens não é suficiente para conferir um direito à vida. ” – SINGER, Peter – filósofo secularista, materialista.
“O fato de que o aborto e o infanticídio resultam na destruição de seres humanos inocentes não pode, em si, ser razão para encara-los como sendo errados. ” – TOOLEY, Machael – filósofo.
Você seria capaz de negar o valor moral intrínseco do homem? Seria possível um ser humano, dotado de consciência, valores (corrompidos ou não), racionalidade, carência existencial e sentimentos dizer não ter alma ou valor em si mesmo? Quando falamos de aborto, em qualquer fase do embrião ou do feto, estamos falando do ser humano e este possui valor em si mesmo. Isso desqualifica toda e qualquer tese a favor do aborto, seja como ele for.
Devo confessar que, convivendo um pouco na área da medicina, fui acometida por um grande espanto. Havia me lançado nessa área por amor à vida e estava disposta a enfrentar o que fosse necessário para salvar uma, dentro do que me fosse permitido por Deus. Além de ser fascinada por estudos da área, a medicina era (e é) um encanto para mim. Porém, convivendo neste meio, percebi uma certa frieza que acaba alcançando alguns dos especialistas. Por tanto conviverem com o nascimento e com a morte, parece que a vida perde o seu valor, pois os profissionais precisam aprender a não se importar tanto quando presenciam a morte, isso é, se não quiserem desabar quase todos os dias. A morte se torna menos pessoal, e o nascimento também. De alguma forma vi a misericórdia se perdendo e, de certa forma, isso acaba fazendo com que a vida seja banalizada e se torne fácil dizer: “aborte”, ou “sacrifique”, afinal “é o melhor caminho nesse caso”. Mas, afinal, como entender isso sem levar para o lado pessoal, se a vida fala sobre mim, sobre os meus familiares e amigos? Só é possível falar sobre aborto porque nós tivemos o privilégio de nascer e, nessa posição, poderíamos nos colocar no direito de selecionar os demais dizendo os que devem ou não nascer?
No meio médico a morte se torna algo cotidiano, como também o nascimento. Isso faz com que os profissionais se tornem um tanto indiferentes quanto a vida. Em meio a essa indiferença, o aborto pode se tornar algo comum e corriqueiro. Não é justo fazer tal avaliação dizendo que todos os profissionais caem no mesmo nível de apatia, isso não seria verdadeiro. Conheci enfermeiros e médicos – e não são poucos – que choravam a cada morte e sofriam como se fossem o pai ou o filho do paciente, como também se emocionavam a cada nascimento como se fossem os pais ou os avós do bebê. Aquele choro de um bebê que acabara de nascer era como se fosse o primeiro, o único. E aquele paciente que acabara de morrer também era único, jamais haveria outro como ele. Mas, para a maioria, é ‘só mais um caso’. Sim, estou afirmando que devemos avaliar a frieza que ronda o meio médico, o que acaba desconsiderando completamente o valor moral intrínseco do homem!
Existe, certamente, o fato de a medicina encontrar uma limitação em si mesma, já que não pode fazer milagres. Chega um momento, em alguns casos, que ela acredita ‘precisar decidir’ entre a vida e a morte. Para alguns especialistas, o sacrifício – a eutanásia ou o aborto – se torna uma espécie de ato de misericórdia contra o sofrimento daquele ser. Mas me questiono se a morte é direito de uma decisão médica – o que veremos nos últimos capítulos desse material.
Atualmente presenciamos diversas propostas sobre o direito à vida dos animais, em sua total defesa e proteção. Tais propostas não são de tudo errôneas, porém, contraditórias especialmente quando nem mesmo o ser humano é considerado significante para ter direitos de tal nível. A Croácia, na virada do milênio, lançou uma moeda comemorativa onde nela esteve estampada a imagem de um nascituro (bebê em gestação) e o seu propósito era representar a alegria da vida e do futuro, conforme afirma o site croata Kunalipa:
“O feto é um símbolo universal da vida humana, que é o centro do milênio e que determina o novo milênio que começa”.
De fato, há demasiado motivo de alegria a cada gestação – a vida humana!
“A Constituição Federal de 1988 eleva-a a categoria de direito fundamental, cláusula que, por possuir uma relevância tão evidente, é tida como pétrea, ou seja, que não pode ser quebrada. E vai além, estendendo este direito ao nascituro. Assim, a vida, por sua complexidade, merece ser retratada desde o seu surgimento, ou seja, desde o momento da concepção, no útero materno, fornecendo um estudo acerca do próprio direito à vida, fundamentado na possibilidade de a pessoa humana poder ou não intervir neste processo natural, com base na ciência, na religião, no direito, na moral.” – SANTOS, Ivanaldo.
Vivemos dias nos quais somos constrangidos a pensar que não há verdade. O relativo surgiu com uma suposta bela proposta de ‘paz e amor’. Quando, porém, perdemos de vista a verdade, começamos a naufragar em credos gelatinosos onde, sem o absoluto, nada é seguro. Se a verdade não é, então como o relativista pode crer que o relativo é verdadeiro? Nada mais faz sentido! Se a verdade não existe, então mentir nunca seria errado. Uma das mais graves consequências dessa bagunça irracional é que sem a verdade não há ordem e sem ordem não há desenvolvimento.
A verdade não pode ser sacrificada no altar da unidade uma vez que não existe unidade sem verdade, já que qualquer tipo de relação precisa, necessariamente, estar estruturada em algo seguro, absoluto, verdadeiro. O raciocínio estimulado em nossos dias é um tanto ignorante, pois para que haja prática da tolerância as diferenças e divergências são necessárias. A tentativa do relativismo é fazer com que a paz esteja na ausência da verdade e assim percamos a capacidade de definir o que é certo ou errado. Tendo cada um a sua própria (conveniente) verdade, as diferenças teoricamente seriam resolvidas, na falta de condições e de direito de crermos e considerarmos o que é ou não correto. Já não haveria uma base sólida, um parâmetro. A proposta é que venhamos tolerar um ao outro pela ausência do absoluto, porém, a verdadeira tolerância está na existência (factual e interrompível) e conhecimento das diferenças, em amor, além de estar na correção dos reais problemas e desajustes. Para ajudar, amar, corrigir, é preciso saber o que é certo e errado. E, se existe certo e errado, existe alguma base de discernimento, alguma verdade, o absoluto. Nunca será possível crer no relativo, muito menos se desenvolver, amar, se relacionar por meio dele!
Qualquer verdade que seja relativa perde completamente a veracidade. Em uma sociedade inconsistente de programas egocêntricos e narcisistas, sem qualquer ordem ou estrutura segura, tem crescido uma tal de ‘agenda de gênero’. Para tal ideologia, diferente é desigual, e desigual é injusto; dessa forma, na luta por um suposto “direito igual”, ela tem tratado de vários temas como o aborto, o lesbianismo, a liberdade sexual, o banco de espermas para lésbicas e solteiras, a prostituição voluntária, etc. Mas, de fato, toda diferença é sinônimo de desigualdade?
Para o cristianismo, a ordem está diretamente estabelecida em Deus, pois nEle está o significado de todas as coisas e fora dEle nada é. Nele, diferenças são gloriosas e propositais com fins já estabelecidos. Porém, não é preciso muito para saber que tudo está estruturado e tem uma ordem, afinal, o mundo gira em ordem e, se há ordem, estamos falando que nem tudo é movido de forma e em tempos semelhantes. Se algo progride ou tão somente existe, é porque surgiu de uma ordem natural e a segue. Eliminar a ordem ou a sincronia entre as diferenças, iludindo-nos com o ‘igual a todos’, não poderá mudar a nossa realidade ou nos ajudar em alguma coisa. Na verdade, na maioria dos casos, é impossível ou acaba em aberrações. Não podemos simplesmente mudar a ordem ou dizer que ela não existe só porque ela não nos parece confortável!
Nesse mesmo raciocínio, há quem diga que devemos libertar as mulheres do cativeiro biológico da maternidade, pois ela teria o direito de ser ‘livre de sua natureza’, como um homem, em igualdade. A ideia surge com uma imagem quase sacro, anunciando suposta liberdade. Parece belo, mas é como negar a realidade: a mulher nasce com útero! Não é possível sermos livres do que somos, especialmente em questões existenciais. Se nasci mulher, sou mulher e não posso negar minha natureza ou a ordem que isso implica, ainda que em algum momento algo possa parecer inconveniente à minha vontade. Um cachorro não tem a liberdade de ser uma baleia e, ainda que quisesse ou tentasse se adaptar à vida de uma, ele jamais seria uma baleia e morreria em sua rebelde e ingrata tentativa.
O assunto se agrava quando vemos que o ponto mais afetado em tudo isso é a família. Se desestruturarmos a família, qual será a ordem, o fundamento e a finalidade de nossa sociedade?
“Distraído no dia-a-dia, nem percebi que o aborto veio em forma de poesia.” – VIANA, Rogério.
Há ainda um detalhe que não pode passar desapercebido nessa luta por ‘direitos iguais’ e do ‘meu corpo, minha regra’: o embrião já é um indivíduo, ou seja, já é outra vida (humana) que também tem seus direitos, apesar de estar ainda dentro do corpo materno. Afirmar o direito materno sobre o feto em nome do seu próprio corpo é como dar à mulher o direito de matar (um inocente e indefeso) só pelo fato dela ser portadora de um útero. O embrião não é parte da vida da mãe, mas um novo ser. A mãe é o lugar onde o embrião é gerado e está se desenvolvendo, porém, a mãe não é a vida desse embrião – ele tem vida própria, sendo o resultado não apenas de um óvulo, mas também de um espermatozoide que não pertence a mulher. Ou seja, no processo gestacional há, no mínimo, dois seres, logo, claramente não estamos falando do ‘meu corpo’. O ‘meu corpo’ não possui duas cabeças, dois corações, oito membros, dois cérebros e dois DNA’s diferentes. Caso o feto venha sofrer algum problema fatal, isso não implica necessariamente na morte da mãe, e vice versa. Isso significa que estamos falando de dois corpos. Uma mulher poderia lutar por seus direitos, porém, ainda esse pensamento não dá margem ao aborto, já que um embrião não diz respeito ao direito materno, mas ao direito do próprio humano que está ali se desenvolvendo.
Deve-se considerar que se alguém teve algum poder de escolha em algum momento sobre a prenhez, não é este o feto, mas a mãe e o pai do feto e, portanto, são os responsáveis, não podendo fazer do feto a sua vítima. Isso é, os pais tiveram o direito de escolha anterior à concepção, porém o feto em nenhum momento escolheu ser ou não gerado. Uma vez com vida, ninguém poderia tocá-la por conta de suas próprias conveniências. (Você pode estar perguntando: “mas onde a prenhez originada de estupro se encaixaria nessa conclusão?”. Conforme anunciado em nosso índice, este tema será tratado com maior exclusividade no capítulo 6).
Se a tal ideologia defende a igualdade, deveria considerar que o feto, de igual modo, tem os seus direitos – inclusive o direito de nascer. Afinal, não poderia justamente esses que defendem a igualdade independendo das diferenças, fazer diferença ou descaso de outra vida simplesmente pela condição ainda de dependência na qual ela se encontra. Do contrário, deveriam mudar o que anunciam, pois enquanto lutam por direitos iguais, passam por cima dos direitos alheios contradizendo sua própria tese. Toda e qualquer ideologia que fere a ordem, a decência, a ética, da moral e a verdade, está fundamentada no egoísmo do homem que só pensa em si mesmo e, apesar de pregar igualdade, só pensa nessa igualdade quando isso diz respeito a ele mesmo, ainda que, para ter o que quer, seja necessário dominar e até matar o próximo. Qualquer homicídio é movido por esse egoísmo!
“Quando você luta por sua vida, deve saber pelo que está lutanto. Se o que você defende é uma vida, então como você pode destruir uma vida na esperança de vencer essa luta? Isso é uma hipocrisia, porque digo lutar tanto pela vida e mato alguém para conseguir isso.” – Dana – Paciente incentivada a cometer aborto terapêutico (relato em no documentário “Bood Money”).
“Que seja garantida a proteção jurídica do embrião e que o ser humano seja protegido desde o primeiro instante da sua existência.” – Papa Francisco.
“O útero-seco nada tem a ver com o fato de a mulher haver ou não se reproduzido, poder ou não se reproduzir. Eu me refiro àquelas que acreditam que podem defender a morte dos fetos só porque são dotadas de um útero. Estas, portanto, usam um órgão exclusivamente feminino como condição para defender a morte, ainda que sejam mães.
Assim, pode haver mulheres sem filhos, ou que não podem ter filhos, cujos úteros são férteis. As úteros-secos são almas secas. Porque são mulheres, sentem-se especialmente qualificadas para defender a morte. E que se note: as que já são mães e vão às ruas em defesa do aborto estão deixando claro que seus filhos são apenas abortos que ou esqueceram de acontecer ou que não aconteceram porque a relação custo-benefício do nascimento era superior à do feticídio. Um filho vivo de uma militante do aborto é só uma oportunidade de negócio – ainda que negócio emocional.” – AZEVEDO, Reinaldo – jornalista.
O que temos visto é uma tentativa de ‘desumanizar o feto’ para que assim a mulher seja o foco e possa fazer o que quiser, não apenas da própria vida, mas também da vida que nela está sendo gerada. E isso é desumano! O feto é justamente o indefeso que não pode justificar a si mesmo ou defender a própria vida. As diferenças existem e não há como negar essa realidade, mas, mais do que isso, as diferenças são necessárias para que haja real unidade e, no meio delas, há quem se diga superior, sendo capaz de matar um indefeso. Enquanto teoricamente defendem a tese da igualdade, estão se contradizendo pregando desigualdade. Certa vez, alguém disse: “Abortar é mais cruel e covarde que matar uma criança enquanto ela dorme.”
Aborto não é ético, mediante o juramento que todo e qualquer médico faz ao se formar. John Wiliams Whitridge, obstetra renomado e autor das cinco edições de “Wiliams Obstetrics”, ficou famoso em todo o mundo por seu livro referencial, usado para estudos em quase todas as faculdades de medicina do mundo. No prefácio de seu livro publicado em 1980, diz: “Felizmente entramos em uma era que o feto pode já ser considerado e tratado como o nosso segundo cliente. Quem poderia sonhar, mesmo há alguns anos, que poderíamos atender um feto como médicos?”. Isso porque a tecnologia proporcionou ao homem a condição de ver e cuidar da criança já no ventre materno. É para isso que a medicina evolui: para cuidar de vidas, não para matá-las!
“As tradicionais éticas médicas e conceitos nos dizem que não devemos destruir nossos clientes e nós juramos preservar as suas vidas” – corrobora o ex aborteiro Bernard N. Nathanson.
Uma criança, como ser humano, é um paciente a ser cuidado. Para os médicos, é um cliente. E esse simples fato, para a medicina, impede que o aborto seja feito. John Wiliams Whitridge, com a sua afirmação, automaticamente concorda com o fato de que o zigoto, ou o embrião, ou o feto é humano como também concorda que durante a gestação – do início ao fim – não estamos falando de um só corpo, mas de dois. Duas pessoas, dois seres humanos, dois pacientes, duas vidas, dois direitos, duas personalidades, dois indivíduos. A mãe, certamente, é uma paciente que necessita do acompanhamento e cuidado médico, mas isso não elimina o fato de que a criança também é paciente e que, portanto, também necessita do acompanhamento e cuidado médico. Do contrário, quanto se faz um exame durante a gestação, não seria dito: “você está bem, mas o bebê não está muito bem” (e vice-versa). Não haveria distinção entre eles, antes, seria dito “você não vai bem”, ou, “você vai bem” como incluindo o feto nessa única análise.
“Além disso, a quem pertence à vida senão ao ser que a detém? E um pequeno ser formado no ventre materno não tem também, igualmente, direito à preservação de sua vida, como defende a Constituição Federal?” – SANTOS, Ivanaldo.
” ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ também significa que devo me empenhar em favor de boas leis para proteger as crianças que ainda não nasceram” – GRUDEM, Wayne – Política segundo a Bíblia.
“Os obstetras consideram abortamento a interrupção da gestação antes que o produto conceptual tenha alcançado a viabilidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define abortamento como a expulsão ou extração do feto antes de 20 semanas ou pesando menos de 500g. Perante a lei, aborto é a interrupção dolosa da gravidez, à qual se segue a morte do concepto, independentemente da duração da gestação. Enquanto a obstetrícia preocupa-se com a capacidade de sobrevivência do novo ser fora do útero, a legislação volta-se para a causa jurídica, não importando a época em que se realize a intervenção. O que preocupa o legislador é o aborto provocado, o caráter doloso da interrupção, o seu animus necandi. Assim o médico legista e o perito se tornam peças fundamentais na caracterização deste crime.” – Conteudojuridico.com.br
SAÚDE PÚBLICA
Veremos adiante que há um interesse grande, e desconhecido pela maioria, na legalização do aborto. Não seria novidade se descobrindo tal realidade ficássemos estarrecidos, pois são teses exacerbadamente corruptas. Mas, no corriqueiro, a legalização do aborto é vinculada a saúde pública. As campanhas políticas divulgam o aborto em nome da saúde pública, ou seja: “Não necessariamente defendemos o aborto, porém, no país onde o aborto é ilegal a mulher recorre ao procedimento clandestino que oferece riscos a sua saúde, logo, a legalização do aborto propõe segurança para as mulheres”. Se formos fazer uma análise nessa proposta, seria o mesmo que dizer “vamos defender o erro delas com a legalização do aborto. Já que não tem outro jeito, é melhor que alguém sobreviva”.
Claramente, o aborto, além de seus riscos normais, quando feito de forma ilegal proporciona maior risco de óbito ou sérios e permanentes danos. Mas esse pensamento é coerente? Quero dizer, será mesmo que é a saúde pública que visa a legalização do aborto? E em nome da saúde pública é justificável legalizar o aborto?
A legalização do aborto em nome da saúde pública tem o teórico intuito de retirar as possíveis consequências das mulheres que tomam a decisão errada. Devemos, porém, analisar o quanto isso é verdadeiro, conveniente, bom e justo.
Em primeiro lugar, a proposta do aborto não visa a saúde pública, uma vez que condena a morte uma pessoa saudável e em desenvolvimento (ou digna de cuidados especiais em vista de sua saúde), exterminando-a ao retirá-la do seu sistema de apoio humano. Logo a princípio, a suposta beleza da proposta cai em contradição. O aborto é uma ameaça ao futuro da humanidade. É ainda uma proposta marxista que, em si mesma, tem como fundamento a deterioração do Homem, a diminuição populacional e não a sua saúde ou progresso pessoal.
Em segundo lugar, não é uma proposta justa em qualquer esfera, nem com a sociedade que paga os impostos, nem com a criança que se abriga no ventre, nem mesmo com a própria mãe. Ora, devemos estar cientes de que toda ação, justa ou injusta, tem as suas consequências e, uma vez tomadas as decisões, nos tornamos responsáveis por seus efeitos. Não podemos fazer com que toda a verdade, o que é justo e moral, seja alterado para nos proteger das possíveis consequências de nossos próprios maus atos. Aliás, não é possível matar alguém e esperar que a lei seja ao nosso favor. Como seria se a nossa sociedade estivesse fundamentada em leis que cedessem e aderissem a todo Homem que a colocasse em risco, em nome de um suposto ‘bem maior’, colocando o culpado no lugar de vítima? Nessa condição, já não poderíamos ao menos andar pelas ruas com o mínimo de segurança. É totalmente injusto defender a opção errada de alguém em nome de um ‘bem maior’, até porque não existe ‘bem maior’ que desconsidere a verdade. Bem maior em nome da mentira não é ‘bem’.
Realmente, a criminalização do aborto não impede de tudo o procedimento, mas teríamos que baixar a guarda em nome daquelas que se acham no direito de decidir entre quem vive e quem morre? Se alguém se acha no direito de decidir pela vida de outro, deve assumir a responsabilidade e também o risco da própria morte. Ou então estaríamos dizendo: “ela tem direito de escolher se o outro morre, mas não pode assumir a responsabilidade sobre a própria morte”. Há uma contradição antagônica nesta tese, o que a desqualifica em fundamento.
Em nome da vida e liberdade dos homicidas, ou de qualquer outro criminoso, deveríamos legalizar os crimes? Será que esse é um pensamento que deve valer? Se essa é a linha de raciocínio, poderíamos legalizar todo tipo de crime com a mesma justiça, menosprezando a vítima e vitimazando o réu. A questão é que o aborto não é um crime ‘menos grave’ do que um homicídio cometido de outra maneira, afinal, é uma ameça à própria humanidade.
Há quem diga que o Estado gasta mais na internação de mulheres com problemas pós aborto clandestino do que gastaria fazendo o procedimento legalmente. Mas, ainda se isso fosse verdade, as questões econômicas justificariam a legalização de um crime? E o que dizer sobre ser injusto a população patrocinar a morte de crianças? Por que eu, cidadã de bem, teria que bancar, com o suor do meu rosto, uma chacina? É preferível investir na vida de uma mulher que tenha problemas, resgatando-a de seu estado caído, custe o que custar em questões econômicas, do que investir na morte de inocentes. Isso é justo, moral e misericordioso. Existe uma grotesca diferença entre investir na morte de um inocente e investir na saúde de um réu. O primeiro se trata de humanismo (onde, buscando ser o centro de tudo, na alegação de direitos e liberdade, o Homem acaba destruindo a si mesmo como pessoa e espécie) e o segundo se trata de humanidade (ato de compaixão, piedade).
A questão que está por trás disso não é a saúde pública, já que é contraditória e ineficaz para tal, não tendo convencido a grande massa da sociedade até o presente momento. A legalização do aborto visa algo muito além e, na busca pela legalização, instituições que prezam pelo aborto adulteram as estatísticas anuais. Por exemplo, enquanto anunciam que houveram, em média, um milhão de abortos no Brasil em um ano, na realidade houveram cem mil abortos no ano. Esses dados são alterados para que o aborto tenha maior credibilidade e para que, com alarmante número, a legalização do aborto se pareça plausível em nome da saúde pública. Realmente, os números de aborto anuais não são baixos e veremos isso, porém também estão longe de ser os que anunciam. Um milhão de abortos anuais é a estatística conveniente às instituições que propagam o aborto. Não é recomendável acreditar no que qualquer um diz sem que se averigue a realidade dos fatos. Movimentos feministas amam se apegar a estes números sem fundamento. Além de notória e comprovada fraude, quem reafirma a adulteração são nada menos do que os próprios ex aborteiros. Adiante veremos o motivo de o aborto ser tão visado pela união de forças de interesses.
Ainda no governo Dilma, socialista, a mídia lançou o número alarmante de 200 mil mulheres no Brasil que morrem anualmente em decorrência do aborto realizado de maneira ilegal, baseando-se em contas de abortistas e aborteiros confessos, como Eleonora Menicucci. Esta foi uma notícia com fim de convencer a sociedade sobre a legalização do aborto, que propõe abrir às mulheres a oportunidade de fazer o procedimento de forma aberta. O que incomoda é que não existe maneira certa de se fazer o que é errado e estes números sequer foram submetidos à matemática elementar antes de serem admitidos pelo governo. Inexiste uma base sólida de dados que permita dizer quantas mulheres morrem em decorrência de abortos ilegais, apesar de ser possível uma estimativa de abortos anuais no país.
“Vamos para a matemática básica: Em 2010, o Censo, do IBGE, passou a investigar a ocorrência de óbitos de pessoas que haviam residido como moradoras do domicílio pesquisado. Entre agosto de 2009 e julho de 2010, foram contabilizadas 1.034.418 mortes, sendo 591.252 homens (57,2%) e 443.166 mulheres (42,8%). Houve, pois, 133,4 mortes de homens para cada grupo de 100 óbitos de mulheres. Segundo o Mapa da Violência, dos 49.932 homicídios havidos no país em 2010, 4.273 eram mulheres. Dados oficiais demonstram que as doenças circulatórias respondem por 27,9% das mortes no Brasil — 123.643 mulheres. Em seguida, vem o câncer, com 13,7% (no caso das mulheres, 60.713). Adiante. Em 2009, morreram no trânsito 37.594 brasileiros — 6.496 eram mulheres. As doenças do aparelho respiratório matam 9,3% dos brasileiros — 41.214 mulheres. As infecciosas e parasitárias levam outros 4,7% (20.828). A lista seria extensa.
Agora eu os convido a um exercício aritmético elementar. Peguemos aquele grupo de 443.166 óbitos de mulheres e subtraiamos as que morreram assassinadas, de doenças circulatórias, câncer, acidentes de trânsito, doenças do aparelho respiratório, infecções (e olhem que não esgotei as causas). Chegamos a este número: 185.999. Já começou a faltar mulher!
Ora, para que pudessem morrer 200 mil mulheres vítimas de abortos de risco, é forçoso reconhecer, então, que essas mortes teriam se dado na chamada idade reprodutiva — entre 15 e 49 anos. É mesmo? Ocorre que, segundo o IBGE, 43,9% dos óbitos são de idosos, e 3,4% de crianças com menos de um ano. Então vejam que fabuloso: Total de mortes de mulheres – 443.166. Idosas mortas – 194.549. Meninas mortas com menos de um ano – 15.067. Sobra – 233.550. Dessas, segundo os delirantes, 200 mil teriam morrido em decorrência do aborto — e necessariamente na faixa dos 15 aos 49 anos!!!
Aquele número estupidamente fantasioso das 200 mil mulheres mortas a cada ano deriva de outro delírio: chegariam a um milhão os abortos provocados no país. Que coisa! Nascem, por ano, no país, mais ou menos 3 milhões de crianças. Acompanhem. Estima-se que pelo menos 25% das concepções resultem em abortos espontâneos. Não houvesse, pois, um só provocado, aqueles 3 milhões de bebês seriam apenas 75% do total original de concepções — 4 milhões. Segundo os abortistas, pois, o número de abortos provocados seria igual ao de abortos espontâneos. Mais: das cinco milhões de mulheres que engravidariam por ano, nada menos de 20% decidiriam interromper a gravidez. Nem na Roma pré-cristã ou na China pós-Mao…
Somam à covardia original a covardia intelectual.” – AZEVEDO, Reinaldo – jornalista. (Todos os dados citados estão disponíveis em seu blog apontando as páginas originais das pesquisas).
“A PRÁTICA DIMINUI”
Algumas pessoas afirmam que com a legalização do aborto a prática dele diminui. A tese se baseia em dois pensamentos:
- Com a legalização aumenta a informação e instrução contra o aborto;
- Com a legalização o Estado tem maior controle do número de abortos e onde eles ocorrem para poder combate-lo com maior eficácia.
Não é preciso, porém, a legalização para que haja instrução e combate ao aborto, pois é possível termos uma média de procedimentos anuais através do índice de internamento das mulheres no pós-aborto, já que em média metade das que o praticam precisam de ajuda médica pública para curetagem ou tratamento de problemas. Ou seja, se 50 mil mulheres precisaram de ajuda médica após o aborto, significa que em média 100 mil abortos foram realizados. Dessa forma é possível ter uma estimativa e identificar onde ele é mais praticado para melhor combatê-lo.
Vale lembrar que uma das principais, senão a principal, função da lei é promover a educação e a ordem da sociedade, portanto, a legalização do aborto em nada contribuiria com a liberdade e com a instrução. É justamente por meio da lei que se instrui e trabalha sobre o tema.
“O fato de ser o aborto uma prática difundida, mesmo ao arrepio da lei, não justifica, pura e simplesmente, sua legalização, pois as leis têm sempre, além de sua ação punitiva, o caráter educativo e purificador. Seria um risco muito grande excluir da proteção legal o direito à vida de seres humanos frágeis e indefesos, o que contraria os princípios aplaudidos e consagrados nos direitos humanos. A vida é um bem tão intangível que é supérfluo dizer que está protegida pela Constituição Federal, pois como bem mais fundamental ela transcende e excede todos os seus dispositivos. É a partir da vida que emergem todas as necessidades de legislar. E quando excepcionalmente se admite, em caráter mais que desesperado, é sempre em defesa irrefutável da própria vida, como na legitima defesa, no estado de necessidade e no estrito cumprimento do dever legal”. – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
No Brasil, no ano de 2012, houveram, em média, 100 mil abortos enquanto, no mesmo período de tempo, houveram 65 mil homicídios. Isso não é razoável! Mas, felizmente, este já é um número resultante de uma queda do índice de abortos, o que significa que esse índice vem decaindo. Os números de curetagem no Brasil, entre os anos de 2008 e 2009, caíram 12%. Isso significa que o número de abortos cometidos nesses anos caiu e, mesmo havendo a insistência pela legalização do aborto, o índice de aprovação do aborto entre a população também caiu. Em 1998, 61% da população considerava o ato do aborto algo muito grave, no ano de 2003 esse número cresceu para 90% e já em 2005, 97% da população era contrária a prática. Desde o ano de 1991 existe a tentativa de legalizar o aborto no Brasil e até então ela persiste. Para tal, usa-se de falsos dados como tentativa de manipulação, sem sucesso até o presente momento. Mas, afinal, com a legalização do aborto o índice desse homicídio aumenta ou diminui? Essa é uma das justificativas daqueles que defendem a legalização do aborto: “a legalização diminui a prática”. Podemos analisar a questão observando países onde o aborto é legalizado, com dados concretos.
Nos Estados Unidos, o aborto foi legalizado desde o ano de 1973, quando houve uma briga de litígio jurídico conhecido como “Caso Roe versus Wade”. O caso era de uma mulher conhecida como “Jane Roe” que alegava ter sido estuprada e pedia a legalização do aborto enquanto o fiscal de distrito, Henry Wade, do Estado do Condado de Dallas (no Texas), em nome do Estado se opunha ao direito a aborto. Tendo o tribunal do Distrito decidido a favor de Jane, abriu-se uma jurisprudência para a legalização do aborto, o que deu início à “cultura da morte” propagada por grupos pró-aborto que se instalaram com clínicas por todo o país mediante a legalização. Essas instituições, grupos e clínicas tem um alto faturamento, tirando lucro através da morte de seres humanos. Desde o ano de 1973, na legalização do aborto, até o ano de 2000, foram mortos mais de 50 milhões de crianças. Dá até para comparar com o número de mortos da segunda guerra mundial que matou 55 milhões de pessoas em 8 anos. Na Rússia comunista, Josef Stalin matou em média 60 milhões. Sim, quando falamos de aborto também estamos falando de extermínio em massa!
“À luz desse conhecimento e da reverência pela vida, lamentamos a perda de vidas nas guerras. Os dados são alarmantes. Na Primeira Guerra Mundial, morreram mais de 8 milhões de militares. Na Segunda Guerra Mundial, mais de 22 milhões de membros das forças armadas perderam a vida. Essas duas guerras, que se estenderam por um período de 14 anos, custaram a vida de pelo menos 30 milhões de soldados em todo o mundo. Esse número não inclui os milhões de vítimas civis.
Esses dados, porém, parecem irrisórios diante das perdas de outra guerra que mata anualmente mais do que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial juntas. Relatórios internacionais indicam que são praticados anualmente mais de 40 milhões de abortos.
Essa guerra, a guerra do aborto, é travada contra seres indefesos e sem voz. É uma guerra contra os que ainda não nasceram. É um conflito que está sendo travado em todo o mundo. Por ironia, sociedades civilizadas que, em geral, protegiam a vida humana agora sancionaram leis que autorizam essa prática.“ – RUSSEL, Elder.
Nos Estados Unidos, antes da legalização do aborto, eram feitos em média 100 mil abortos ilegais por ano e, após a legalização, esse número cresceu para 750 mil no ano de 1973. Já no ano de 1983 o número se tornou alarmante, chegando a 1 milhão e meio de abortos. Na Suécia, entre os anos 1939 e 2010 houve o aumento de 8.587% (sim, oito mil quinhentos e oitenta e sete por cento!). Na Espanha, 488% de aumento entre 1987 e 2011. Enquanto, na Inglaterra, em um ano (2006-2007), só entre as adolescentes, houve o aumento de 4%. Parece uma fraude esse pensamento de que a legalização tem o fim de diminuir o aborto, não é mesmo?! Estes são dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Com esses dados fica fácil também identificar a fraude na tese que defende a legalização do aborto em nome da saúde pública, já que com a legalização vem também o aumento da taxa de abortos e, com isso, suas consequências.
“Nos Estados Unidos, o número de nascimentos de crianças vivas por ano gira em torno de três a quatro milhões. O número de abortos eletivos durante esse mesmo período excede um milhão. Assim, nesse país, uma em cada três ou quatro gestações termina em aborto.“ – CHENG, Maria – médica jornalista.
Existe uma brecha na lei brasileira que legaliza o aborto em caso de estupro. O que acontece é que na maioria das vezes as mulheres dizem terem sido vítimas de violência sexual e não é necessário qualquer exame que comprove essa afirmação. A massacrante maioria das mulheres que recorrem ao aborto tiveram uma relação sexual consensual e a consequência disso é, além da imoralidade criminal do aborto, a desordem mental e até o suicídio de muitas mulheres que depois se arrependem do seu feito.
Médicos que convivem na área relatam a série de consequências relacionadas direta ou indiretamente ao aborto, sendo elas não apenas físicas, mas também mentais. A síndrome pós-abortiva é bastante conhecida por suas características psicopatológicas. A afirmação da síndrome é comprovada por inúmeros casos reais e foi comparada com a síndrome da desordem ansiosa pós-traumática (DAPT).
“Há algum tempo, entrou uma moça no meu gabinete pastoral, que vinha gritando desde a porta do estabelecimento. Ela gritava: ‘eu não aguento mais, eu não aguento mais!’ Eu a perguntei o que ela não mais aguentava e ela dizia: ‘eu não aguento mais essas vozes dentro de mim!’. Eu a perguntei que vozes eram essas e ela contou: e’ssas vozes que gritam: assassina! Assassina!’. Questionei a procedência dessas vozes e ela disse: ‘as três crianças que eu matei, eu as abortei!’. Respondi a ela: ‘bem, isto é crime, isto é pecado, agora vamos ver com Quem pode resolver isso’“. – PARANAGUÁ, Glênio Fonseca – pastor e escritor.
Há quem afirme que os motivos religiosos não podem ser considerados, mas vale observar que as mulheres que sofrem após o aborto procuram as instituições religiosas pedindo por socorro e são essas instituições que respondem às consequências desses abortos. Da mesma forma, é válido ressaltar que as pessoas que mais colaboram com doações para orfanatos e abrigos são as religiosas, as quais não defendem o aborto e optam por ajudar na adoção.
O pensamento em questão diz que, se o aborto é tido como crime, existem os lugares que o praticam sem legalização, isto é, clínicas clandestinas, e estas lucram em cima da morte. Com a legalização, supõem que o comércio de fetos e o lucro que tiram sobre o aborto (porque o aborto é pago), acabe. Isso porque os abortos seriam feitos pela própria rede de saúde pública (patrocinada pelo povo) e, então, não mais existiriam as clínicas clandestinas. Sim, é realidade a existência desse comércio ilegal e desse lucro sobre a morte de crianças, porém a mulher que procura uma clínica clandestina não é vítima, mas conduzida pelas próprias pernas, seja por conta da pressão, medo, ou qualquer outro fator. Fato é que um crime não pode justificar outro. Legalizar o aborto seria justificá-lo em nome de outro crime, a comercialização.
O comércio e o lucro são ilegais e estarrecedores? Sim, sem dúvidas! Mas o aborto que a mulher comete, dando acesso ao seu ventre, não é um crime menor, considerando que se essas mulheres não quisessem abortar não existiriam as clínicas. Se não houvesse o interesse pelo aborto, as clínicas não seriam sustentadas e não haveria o comércio. A mulher que procura uma clínica clandestina pratica o crime tanto quanto a clínica, sendo a pena, perante a lei, igual para ambas. O justo seria pesar as investigações e a lei para tais clínicas e conscientizar as mulheres, como também apoiá-las em favor da vida fetal – o que não é necessário ser feito pela legalização, pelo contrário. As pessoas tendem a usar justificativas ou amenizar o problema, sem considerarem que existe uma raiz do problema.
“Um estudo recentemente publicado traz uma série de novas pistas para se esclarecer os motivos e o perfil das mulheres que realizam abortos no Brasil. Essa pesquisa, coordenada por Débora Diniz, antropóloga da Universidade de Brasília (UnB), e por Marilena Corrêa, médica sanitarista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avaliou mais de 2 mil estudos sobre o aborto no país. Os resultados contrariam o senso comum, segundo o qual esperaríamos uma maior taxa de abortos entre adolescentes e mulheres com pouco estudo, desempregadas, solteiras e não católicas. Segundo Diniz e Corrêa, a maioria das mulheres que abortam tem entre 20 e 29 anos e possui uma união estável (cerca de 70%). Essas mulheres têm até oito anos de estudo, a maioria trabalha e é católica (entre 44,9% e 91,6%, dependendo do estudo analisado). A maior parte delas possui, pelo menos, um filho (entre 70,8% e 90,5%) e é usuária de métodos contraceptivos (principalmente a pílula anticoncepcional). Segundo vários estudos, a realização de abortos seria uma solução utilizada por muitas mulheres quando os métodos contraceptivos falham. As análises também indicam que entre 50,4% e 84,6% das mulheres que interrompem a gravidez utilizam o misoprostol (conhecido popularmente como Cytotec), um medicamento vendido ilegalmente em todo o país. A perda do apoio da família e do pai da criança, como também a carência de iniciativas educacionais e assistenciais do poder público para auxiliar gestantes, aliadas a problemas financeiros associados com a manutenção de uma criança indesejada e com a exiguidade de perspectivas futuras são fatores que contribuem para a decisão a favor do aborto.” – Instituto Ciência Hoje.
É visível que se usa de mulheres de baixa renda e idade jovem para justificar o índice de aborto, porém condições sociais não são fatores determinantes, como já visto. O aborto nunca é justificável por condições qualquer e pode ser anulado quando no verdadeiro amor em eliminação do egoísmo. Em última análise, a solução do problema não está na legalização do aborto, mas na solução da série de motivos que levam a maioria das mulheres a abortar – falta de opção, falta de apoio, falta de condições econômicas, falta de creches, falta de ensino e desalinhamento de valores e princípios. Não convém ao governo ‘cortar o mal pela raiz’, afinal, é a raiz do problema que o sustenta e para ele a solução desse montante de problemas sai muito mais caro do que legalizar o aborto e pagar por esses procedimentos!
“A constituição Federal garante que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. A constituição Federal proclama, portanto, o direito a vida, cabendo ao estado assegurá-lo em sua dupla acepção, sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de ser ter vida digna quanto à subsistência.” – MORAES, Alexandre – Direito Constitucional.
“Estimativas de 2005 da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que ocorrem a cada ano no planeta cerca de 87 milhões de casos de gravidez indesejada. Desses resultam entre 46 milhões e 55 milhões de abortos. Diariamente, são realizadas cerca de 126 mil interrupções voluntárias da gravidez, ou seja, ocorre um aborto a cada 24 segundos. Comparativamente, é como se 1/4 da população brasileira ou todos os habitantes da Itália, ou da Espanha ou da Argentina fossem exterminados em um único ano. A grande maioria desses abortos (78%) ocorre em países em desenvolvimento.” – Instituto Ciência Hoje.
Conforme a Pesquisa Nacional do Aborto (UnB e ONG ANIS), uma a cada duas mulheres que abortam necessitam de internação médica e 75% dos abortos são naturais, espontâneos. Mas, afinal, quais são os pensamentos que defendem o aborto? O aborto não é um tema tratado apenas em visão dos ‘direitos das mulheres’ ou da ‘saúde pública’, como já vimos, apesar de serem as teses mais conhecidas e abordadas por serem as mais corriqueiras. Porém, há muito mais teses que defendem o aborto que, na verdade, são o que fundamentam e usam os demais meios e teses para proclamar tal heresia. Teria, porém, alguma delas fundamento moral, ético e legal? Na religião, pelo menos a cristã, sabemos que o aborto nunca será justificável, mas, além da religião, algo poderia justificar tal ato?
Nos meios esclarecidos há total reconhecimento de que um embrião é um ser humano e, ainda assim, há defesa do aborto. Por quê? Quais são os motivos que anunciam ser plausível, ou até necessário, o aborto?
A EUGENIA
Eugenia ou eugenismo é o estudo que visa o melhoramento genético da espécie ou da raça, física ou mentalmente, geralmente adotada por materialistas. Ela não é bem vista, principalmente por ter ocorrido a ‘eugenia nazista’ que fez distinção de raças humanas e colocou entre elas uma hierarquia, executada através morte de inocentes. Para Hitler, os judeus, ciganos e africanos não eram humanos, portanto, deveriam ser mortos por não serem dignos de viver. Da mesma forma, em vista do melhoramento da raça, a eugenia apoia o aborto. Por exemplo, para o estudo, crianças com Síndrome de Down não deveriam nascer, pois empobreceriam as qualidades genéticas das futuras gerações. Como para Hitler, até hoje para algumas pessoas os africanos não deveriam nascer ou viver. Para quem defende a tese, deve haver uma ‘seleção’ de pessoas para que a humanidade melhore geneticamente, ou seja aperfeiçoada – o que envolve o aborto. Geralmente, as pessoas que apoiam tal ideia são as que acreditam na evolução, as evolucionistas, isto é, as que dizem ter o homem vindo do macaco e que, portanto, a espécie vai se desenvolvendo e aperfeiçoando. Para quem apoia o eugenismo baseando-se na evolução, o ser humano seria apenas um ser mais desenvolvido que em nada se difere dos outros animais. Por exemplo, para os materialistas, a alma não existe, pois a humanidade nada mais seria do que um macaco com melhoramento genético que o capacitou a ser mentalmente mais desenvolvido. Entretanto, tal linha de pensamento desconsidera todo e qualquer valor moral intrínseco do homem, ou seja, o homem é apenas mais um animal sem valor moral pessoal.
Diga para uma mãe que deu à luz uma criança com problemas mentais ou físicos que esse ser humano deveria ser exterminado e verá qual a reação dela.
“Os mentalmente defeituosos não têm direito a vida, podendo ser mortos para servirem de alimento – se viéssemos desenvolver um gosto pela carne humana – ou para fim de experimentação cientifica. ” – SINGER, Peter – já citado anteriormente.
“É imoral não abortar bebês com Síndrome de Down.” – DAWKINS, Richard.
John Powell, médico, autor e padre, relata uma experiência que teve quando decidiu passar suas férias servindo como capelão na Alemanha. Houve uma irmã em especial que lhe chamou atenção por parecer carregar um grande fardo.
”Irmã, a senhora guarda alguma dor profunda dentro de si? Quer falar sobre ela? Sou bom ouvinte em alemão”.
A querida irmã me abriu um coração cheio de mágoas. Explicou-me que ela e suas irmãs, certa vez, abriram um lar para crianças retardadas e portadoras de deficiência física. As freiras da ordem religiosa de irmã Rultilia tinham passado por um treinamento para cuidar dessas crianças e amavam-nas ‘como se fossem seus próprios filhos’.
“Mas certo dia, ouvimos falar que o governo planejava leva-las e mata-las, só por serem retardadas, mas, de qualquer maneira, nos pusemos a rezar. Ah, como rezamos por nossas crianças! Mas um dia as caminhonetes chegaram e os soldados levaram embora nossos bebezinhos. Jogaram-nos nas caminhonetes como sacos de batatas e os levaram para os ‘centros da morte’. Eles disseram que as crianças foram mortas porque não tinham contribuição a dar para o futuro do Terceiro Reich. Eram apenas um gasto, um peso morto.”
Em seu livro “Abortion: the silente holocaust”, ele continua:
“Em 1946 e 1947, o dr. Leo Alexander, um psiquiatra de Boston, era consultor do Ministério da Guerra dos Estados Unidos servindo no Gabinete do Presidente do Conselho de Crimes de Guerra de Nuremberg. Depois de dois anos de criteriosas investigações sobre o pesadelo nazista, que vê como um efeito aberrante da aceitação da moralidade hegeliana, o dr. Alexander publicou um notável artigo no “The New England Journal of Medicine”, em sua edição de 14 de julho de 1949.
Intitulando seu artigo como “A prática médica sob uma ditadura”, o doutor confirma, em linguagem técnica, o que a irmã Rutilia me contara no jardim do convento em Flittard.
Para ele, os germes da destruição humana na Alemanha estavam na crescente aceitação da moral pragmática hegeliana: se oferece solução para um problema prático, é moralmente justificável. Os (desejáveis) fins justificam os (nefastos) meios. A tendência em direção a essa moral, cada vez mais aceita nos Estados Unidos nesta nossa época, teve início na Alemanha antes mesmo de Hitler chegar ao poder, em 1933. O dr. Alexander escreve que a enxurrada de propaganda destinada a justificar racionalmente a matança com base em sua utilidade começou mesmo antes da ascensão de Hitler ao poder.
“… voltou-se uma bateria de propaganda contra as atitudes tradicionais solidárias, do século XIX, para com os portadores de doenças crônicas, e em favor da adoção de um ponto de vista utilitário, hegeliano. A esterilização e a eutanásia de pessoas portadoras de doenças mentais crônicas foi discutida numa reunião de psiquiatrias bávaros em 1931.”
Quando Hitler efetivamente passou a exerver um domínio incontestável, a moral hegeliana da ‘utilidade racional’ substituiu os ‘valores morais, éticos e religiosos’. A ciência médica da Alemanha nazista colaborou de bom grado. Muitos médicos que tiveram prestado o juramento de Hipócrates pela preservação da vida se tornaram os algozes sociais do Terceiro Reich. Francis Schaeffer e o doutor em medicina C. Everett Koop, em seu livro “Whatever happened to the human race”, informam:
“Os principais a serem mortos foram os idosos, os enfermos, os senis e retardados mentais, e as crianças portadoras de deficiências. No final, à medida que se aproximava a Segunda Guerra Mundial, estavam também entre os indesejáveis condenados os epiléticos, os mutilados da Primeira Guerra Mundial, as crianças com orelhas disformes e até as que urinavam na cama. Os médicos participaram desse planejamento sobre questões de vida ou morte destinado a economizar o dinheiro da sociedade.
No filme “Julgamento em Nuremberg”, o alemão condenado disse: “Mas não achávamos que chegaria a esse ponto”.
O americano respondeu: “Chegou a esse ponto a partir da primeira vez em que você condenou um ser humano inocente”.
(…)
Em seu artigo, o dr. Alexander identifica claramente o “primeiro passo fatal”, a corrosão que tem início em uma escala microscópica. No final ela se tornou um pesadelo bárbaro, o sangrento corolário da moral hegeliana do pragmatismo e da utilidade racional.
Começou com a aceitação da atitude básica do movimento da eutanásia, de que existem vidas que não vale a pena serem vividas.
Comentando essa afirmação do dr. Alexander, Francis Schaeffer e o dr. C. Evertt Koop acrescentaram: “É exatamente isso que está sendo aceito atualmente pelos movimentos em favor do aborto, do infanticídio e da eutanásia!. É o “primeiro passo fatal”, o pressuposto mortífero capaz de fazer com que um país migre de uma ética solidária e humanitária para a ética implacável que proíbe qualquer ser humano de ser um ônus, sob pena de morrer.
Como podemos ver, a eugenia preza pelo controle, o poder e os resultados – políticos e econômicos. Trata-se de um jogo de interesses praticado pelos maiores e aderido pelos leigos em suas conveniências próprias. Porém, a eugenia não é a única.
CONTROLE POPULACIONAL
Na verdade, a tese do controle populacional é apenas uma roupagem nova que deram para a eugenia, já que o eugenismo não ‘pega bem’. Essa tese diz que uma população sem controle para um planeta finito pode causar problemas futuros como, por exemplo, a fome, especialmente em países de terceiro mundo. Ou seja, ela se utiliza de suposta preocupação com o futuro do mundo e da humanidade para destruir a própria humanidade. Como o eugenismo, a tese do controle populacional desconsidera todo e qualquer valor moral intrínseco do homem. Isso é o que afirmam:
“O crescimento demográfico infinito é impossível num planeta que é finito, acabaria com a natureza, com tudo. Então, a redução de crescimento populacional é bem-vinda.” – EUSTÁQUIO, José Alves – professor da escola nacional de ciências estatísticas do IBGE.
Mas, além disso, é importante destacarmos o que há por trás da tese que anuncia o controle populacional. Será que ela é, em si, a motivação daqueles que a propagam? Ou teria algo camuflado por trás de tudo isso?
“A distância entre o controle da natalidade e a legalização do aborto é curta. Está amplamente demonstrado que as campanhas anticoncepcionais terminam infalivelmente pró-aborto.” – DEROSA, Marlon – pesquisador na área de bioética, saúde pública, direitos humanos e geopolítica.
John Rockefeller I, investidor, empresário e filantropo americano, ficou muito rico revolucionando o setor do petróleo. Sua família é parceira e ficou conhecida como ‘família Rockefeller’. A riqueza de Rockefeller cresceu e ele se tornou o homem mais rico do mundo e o primeiro americano a ter mais de um bilhão de dólares. No ano de sua morte, em 1937, sua fortuna foi avaliada em 1,4 bilhões de dólares, o que significa hoje mais de 340 bilhões de dólares, tornando-o o homem mais rico da história. Rockefeller definiu a estrutura moderna da filantropia, dedicando sua fortuna nos seus 40 anos de aposentado para criar um sistemático estilo de filantropia, amor à humanidade, com fundações que tiveram grande efeito na medicina, educação e pesquisas científicas. Além de ajudar a medicina, fundou universidades e ajudou a igreja, sendo ele Batista. Porém, sua descendência não foi tão benéfica. John Rockfeller III, em 1952, se convenceu de que o mundo tinha muita gente e que era preciso controlar o crescimento da população com o fim de ter o controle sobre o funcionamento das nações (da dinâmica populacional, social e econômica) e, por fim, o sustento de sua riqueza e poder. Sim, novamente estamos falando de poder e domínio. John Rockefeller III começou a criar institutos de estudos sociológicos como artimanha para justificar as suas estatísticas. Dessa forma, este homem se achava no direito de decidir quem morre e quem nasce, a raça, o lugar e o momento para não perder o controle que tinha.
Isso porque a segunda guerra havia encerrado em 1945 e em sua sequência houve um aumento populacional, caracterizando o ‘segundo período de explosão demográfica’. Tal crescimento era uma ameaça à soberania americana, o que automaticamente ameaçava o seu poder. O aborto se tornou o instrumento para que ele tivesse o controle demográfico, sendo disfarçadamente propagado como o que preza pelo bom funcionamento futuro da humanidade. Tendo implantado diversos institutos pelo mundo em defesa da tese, conseguiu em questão de 10 anos, ao custo de 1 bilhão e 700 mil dólares, promover a ideia do controle populacional. Ao longo dos anos foram se ajuntando a ele várias instituições e empresas privadas, políticos e fundações gigantes como: Fundação FORD, Fundação MacArthur, OAK Fundation, Global Fund for Women (… a lista é longa) – ricas tanto quanto ele e com a visão do domínio. As ONG’s e movimentos feministas recém-criados tomaram o mundo sendo patrocinados por essas fundações. No Brasil há várias instituições que propagam o aborto com o mesmo fim, sendo disfarçadamente chamadas de ONG’s. Trata-se de uma tentativa dos países ricos de dominar os países em desenvolvimento. Por trás de tudo isso há ainda a visão da lucrativa indústria do aborto.
Em 1989, a Casa Branca rejeitou um documento que advoga pelo aborto, mais conhecido como “Relatório Kissinger”. Este documento era do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, com participação de Rockefeller. Após rejeitado, ficou conhecido mundialmente. Através dele pode-se observar o que há por trás da tese do ‘controle demográfico’, que visa o poder dos países ricos.
A ideologia não diz respeito tão somente ao aborto, mas às principais causas combatidas pelos judaico-cristãos, que visam a ordem divina “Crescei e multiplicai-vos“ (Gênesis 1:28 – Bíblia Sagrada), sendo elas também: a esterilização em massa, o implantamento de doutrinas contrárias a famílias numerosas, o uso de anticoncepcionais, o emprego de mulheres em funções que as mantenham distantes da maternidade, o desajuste moral e estrutural da família (como a homossexualidade que é estéril, as doutrinações, etc). O documento foi apresentado à Casa Branca com o nome “Implicações de crescimento da população mundial para a segurança e os interesses externos dos Estados Unidos” mas é chamado de “Relatório Kissinger“ por ter sido assinado pelo Secretário de Estado, Henry Kissinger. No relatório, encontramos:
“A condição e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos são particularmente importantes na redução do tamanho da família… As pesquisas mostram que a redução da fertilidade está relacionada com o trabalho fora do lar” (NSSM 200, Pag.151).
“Ter como prioridade educar e ensinar sistematicamente a próxima geração a desejar famílias menos numerosas” (NSSM 200, pag.111).
“A grande necessidade é convencer a população que é para seu benefício individual e nacional ter em média, só três ou dois filhos.” (NSSM 200, pag.158).
“…devemos mostrar nossa ênfase no direito de cada pessoa e casal determinar livremente e de maneira responsável o número e o espaçamento de seus filhos e no direito a terem informações, educação e os meios para realizar isso, e mostrar que nós estamos sempre interessados em melhorar o bem-estar de todos. ” (NSSM 200, pag.22, §34).
“Há também o perigo de que alguns líderes dos países menos desenvolvidos vejam as pressões dos países desenvolvidos na questão do planejamento familiar como forma de imperialismo econômico e racial; isso bem poderia gerar um sério protesto” (NSSM 200, pag.106).
“Prestar serviços de planejamento familiar integrados aos serviços de saúde de maneira mais ampla ajudaria aos EUA a combater a acusação ideológica de que os EUA estão mais interessados em limitar o número de pessoas dos países menos desenvolvidos do que em seu futuro bem-estar” (NSSM 200, pag.177).
“A assistência para o controle populacional deve ser empregada principalmente nos países em desenvolvimento de maior e rápido crescimento nos que os EUA têm mais interesses políticos e estratégicos especiais. Esses países são Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Brasil, Filipinas, Tailândia, Egito, Turquia, Etiópia e Colômbia” (NSSM 200, pag.14/15, §30).
Alguns fatos sobre o aborto precisam ser entendidos:
– Nenhum país já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto e a ideologias que demoralizam a família;
- As leis de aborto de muitos países não são estritamente cumpridas e alguns abortos por razões médicas são provavelmente tolerados na maioria dos lugares. É sabido que em alguns países com leis bastante restritivas, pode-se abertamente conseguir aborto de médicos, sem interferência das autoridades.
“Deve-se dar prioridade ao programa geral de assistência às políticas seletivas de desenvolvimento nos setores que ofereçam a maior perspectiva de motivar mais as pessoas a querer famílias menores.” (NSSM 200, pag.17)
Outra informação alarmante que o documento traz é que nenhum país conseguiu reduzir o crescimento populacional sem recorrer ao uso de métodos contraceptivos.
“O aumento da população mundial é uma ameaça para os interesses externos dos Estados Unidos, o que é preciso controlar de qualquer maneira com esterilização em massa, anticoncepção e inclusive o aborto. É um fato que os Estados pouco populosos e ricos têm medo do crescimento dos países pobres e mais férteis e que tentam impor políticas de controle demográfico”. – CARLOS, Luiz – padre e presidente da Associação Pró-vida de Anápolis.
Como podemos ver, ninguém está realmente interessado nos direitos da mulher e muito menos do ser humano. As ideologias marxistas e materialistas apoiam o aborto visando os seus interesses próprios, instigando os interesses individuais de alguns leigos ou não apegados a qualquer valor, moral ou ética, se unindo a eles (e se utilizando deles, inclusive monetariamente) para a legalização do aborto. O leigo em seu desconhecimento mata tanto quanto o corrupto em sua malícia, a diferença é que o leigo é o principal instrumento do corrupto, o qual se utiliza de supostas conveniências para tirar proveito. É por isso que manter o povo desinformado é uma grande estratégia marxista, ao passo que a verdade liberta e carrega consigo o mais justo progresso.
É de grande valor pontuarmos que as grandes religiões, como o islamismo, adotam o princípio bíblico da multiplicação como estratégia de divulgação de sua crença. Eles são tidos como o povo de maior fertilidade, pela taxa de natalidade, do que qualquer outro. Nisso temos visto tal religião tomar conta do mundo. Infelizmente muitos cristãos da atualidade adotaram uma visão totalmente antibíblica, incrédula, egoísta e ignorante a respeito da família, agindo de maneireia omissa e contrária a ordem divina. O uso de medicamentis e métodos anticoncepcionais são um nítido meio de afirmar desconfiança a respeito do caráter de Deus e, além disso, não é nenhuma novidade que tais procedimentos trazem graves consequências à saúde da mulher a curto, médio e longo prazo. Por outro lado, basta observar uma ordem divina para encontraremos nela o avanço, no reflexo do caráter de Deus. As leis de Deus não são postas para fazer mal contra a humanidade, antes são as instruções dAquele que a criou com o fim de nos trazer significado e liberdade. Não existe, portanto, método melhor de progresso pessoal e coletivo do que o crescimento da família. Isso porque de um único casal, isto é, de duas pessoas, pode-se gerar algumas dezenas de novos propagadores de determinada doutrina, valor ou mesmo o enriquecimento de um país. Observe os países desenvolvidos, sua população precisa estar em contínuo crescimento (ou ser mantido em considerável número populacional) para que possa garantir o futuro e, como vimos, para que eles possam dominar os países inferiores precisam propagar o controle populacional sobre estes demais. Quando um país tem sua população idosa ou com baixa taxa de natalidade, considera-se em risco e, portanto, convida extrangeiros jovens para dar à luz em seu território, gerando então uma nova população jovem em seu país para que o mesmo possa crescer ou, no mínimo, ser mantido. Da mesma forma, o futuro da igreja depende das crianças que nascem hoje, e o seu progresso também. Além do mais, não existe meio melhor de discipulado do que o ninho íntimo do lar, entre pais e filhos. Família é uma rica linguagem divina e dom de Deus. É, portanto, de extremo valor priorizarmos a família nos princípios bíblicos, os quais zelam inclusive pelo número de herdeiros da graça de Deus. Um Deus que preza pela verdadeira liberdade e crescimento dos Seus é o mesmo que faz o Seu povo fértil para a procriação. Observe ainda que as curas mais citadas na Bíblia, ou mesmo na atualidade, são sobre mulheres que eram estéreis se tornando férteis, inclusive foram as mulheres estéreis as utilizadas por Deus para dar a vida aos homens mais nobres. Todos os dias nossos consultórios médicos testificam o milagre da vida. Isso porque Deus se movimenta em favor do crescimento da humanidade, na dependência dEle, e jamais no extermínio do Seu próprio povo e Imagem!
Vale ainda lembrar que, ainda nos países onde o aborto é legalizado, ele é pago e por isso gira um comércio. Isso já desqualifica a justificativa de legalização para termino da indústria aborteira, antes, a incentiva mais e mais.
A COMERCIALIZAÇÃO DE FETOS
O horror vai ainda além quando há defesa do aborto para o comércio. O lucro gerado pela indústria do sexo (prostituição/ pornografia/ adultério) é acompanhado pelo lucro dos métodos contraceptivos que, ainda em suas falhas proporcionam o giro do comércio abortista e, por fim, o lucro sobre os fetos. A indústria do aborto se aproveita dos fetos para vários fins:
- O comércio de órgãos e membros fetais;
- O comércio de fetos para a ‘sopa de feto’;
- Venda de fetos ou de partes do feto para a macumbaria;
- Comércio de tecidos fetais para a indústria cosmética;
- Comércio para estudos científicos, dentre outros.
Acontece que, quando uma garota aparece em uma dessas instituições, geralmente está em estado de choque e medo e, nessa situação, ao invés de proporcionarem auxílio em favor dela e da vida que está sendo gerada – ainda que seja para a adoção – eles influenciam a garota negativamente, até as pressionando, dizendo a elas sobre uma suposta gravidez de risco ou impondo ainda maior terror em suas mentes. Sem contar a ideologia doutrinada e os abusos cometidos. Este é o testemunho de centenas de garotas que se apresentaram na situação e tiveram a recomendação do aborto, o qual realizam imediatamente.
”Com sede estrategicamente localizada nas proximidades das universidades americanas, a ‘Planned Parenthood’ é definida como uma organização preocupada com a saúde que fornece aconselhamento aos jovens. Em 2015, ele teve que responder a reclamações sobre a venda de órgãos e tecidos fetais de crianças abortadas em estágios avançados de gestação para pesquisa. ‘Paternidade Planejada’ negou. Algumas semanas atrás, 56 membros do Congresso americano também pediram para ser investigados em relação ao encobrimento de estupro e abuso sexual. Ultimamente, alguns estados dos EUA retiraram a cobertura para o seguro de saúde, o governo dos EUA anulou os subsídios milionários e hoje a IPPF alerta sobre a falta de financiamento para seus programas globais pró-aborto.” – DEROSA, Marlon – pesquisador na área de bioética, saúde pública, direitos humanos e geopolítica.
“O Slogan número 1 dos pró-aborto é a ‘pró-escolha’. E a pior ironia deste slogan é que se perguntarmos as mulheres que cometeram aborto o motivo de terem o realizado a primeira resposta é que disseram a elas que não havia outra opção.” – MEANEY, Joseph – Human life International.
Existem duas grandes mentiras proclamadas como meio de incentivo ao aborto. A primeira é que o feto não se trata de um ser humano e segunda é que a mulher é beneficiada. A junção de duas mentiras alimenta o ego que no momento se sente carente de solução. Alimentar a visão da ‘liberdade da mulher’ e seus direitos faz com que ela almeje uma vida no controle de seu próprio ventre, o que não significa abstinência sexual, mas o uso de métodos contraceptivos e anticoncepcionais para sua própria manipulação. Esse raciocínio não para por aí, pois é exatamente o mesmo que dedica à mulher o direito de decidir sobre a vida ou morte do próprio filho em seu ventre.
Veja que falácia, nos Estados Unidos onde o aborto é legalizado, mais de 80% dos abortos induzidos ocorrem por coação, ao passo que na teoria anunciam o direito de escolha da mulher. Não se trata, portanto, de uma verdadeira liberdade, mas de uma ideologia implantada para o lucro de alguns. Enquanto essas mulheres acreditam tratar-se de liberdade, estão sendo exploradas.
O fim lucrativo em cadeia se inicia na imoralidade sexual e termina na morte de inocentes. A partir do momento em que é implantada na sociedade a imoralidade sexual como sendo algo bom, de direito, saudável e inofensivo, começamos a perceber a escravidão e extermínio em massa. Com a ideologia da mulher independente e dona do próprio corpo alimentamos a indústria do sexo, a mesma que anuncia a prostituição voluntária e, neste meio, o que não falta é escravidão, exploração, dor, sequestro, mentira e morte.
O terror não acaba por aí! Cabe e convém ao sistema propor meios para as mulheres serem mantidas no suposto ‘autocontrole’, o que significa a comercialização dos anticoncepcionais. Estes, por sua vez, são abortivos, mas não são criados e comercializados com o fim de extinguir totalmente a gravidez indesejada, mas para alimentar a indústria abortícia. Ou seja, é um sistema mantido pelo suposto anúncio de “você tudo pode e é capaz, você é o dono de si mesmo e tem a liberdade de fazer o que quiser sobre sua vida e sobre a sua família. Controle, seja, o poder é seu”, enquanto, na realidade, não passa de uma falácia para o domínio dos ‘grandes’. Não existe liberdade quando o assunto envolve o extermínio da própria espécie, o que diz respeito a mim e a você!
Não é novidade para ninguém que os cristãos são absolutamente contrários a tudo o que possa remeter essa ideologia. Mas, infelizmente, apesar de famosa a posição dos judaico-cristãos e conservadores, a grande maioria desconhece o que acontece por trás da ideologia e o motivo por sermos contrários a ela. Inclusive, infelizmente temos visto a tal adentrar em nossos púlpitos através de pregações de livre-arbítrio, direto incondicional do Homem, dentre outros. Os ortodoxos, por sua vez, são constantemente tidos por retrógrados, fascistas, anti liberdade, dominadores, controladores, homofóbicos, racistas e cativos. Bastaria, entretanto, o esclarecimento de causa para se identificar o grande problema de tal doutrinação que cativa e mata bilhões de pessoas em todo o mundo, das mais variadas maneiras anunciadas pela ideologia. É escravidão e morte do início ao fim!
Não existe combate melhor a toda esta baixeza, provinda diretamente do inferno, do que a Verdade e seus respectivos valores que proporcionam a liberdade real. Para uma visão mais aprofundada do tema com exemplificações de casos reais, sugiro o Filme Documentário “Blood Money”.
“O aborto é um produto comercializado vendido a pessoas muito fragilizadas, em crise. Elas compram o produto em busca de solução, mas recebem maiores problemas.” – EVERETT, Carol – ex aborteira, proprietária da clínica de aborto.
“O aborto é um ramo muito lucrativo” – MCCRVEY, Norma – ‘Roe’, do caso “Roe x Wade”, funcionária de clínica abortista. Antes pró-aborto e atualmente pró-vida.
Recentemente alguns vídeos referentes a esse assunto vazaram na internet – a comercialização de fetos pela “Planed Parenthood”-, o que não foi bem visto e dificultou o financiamento que a instituição recebia. E, ainda recentemente, o Estado do Texas tentou eliminar a sua defesa pró-aborto, porém foi proibido pelo até então presidente Barack Obama, mediante ameaça de processo. Há um interesse da parte de todo governo comunista e ditatorial em cima do aborto. O custo médio, em 1980, para a realização de um aborto era de 300 a 400 dólares cada procedimento, agora pegue esse valor e multiplique por um milhão e quinhentos mil abortos contabilizados na época. É um grande giro na economia, além de girar uma indústria. A indústria do aborto, atualmente, só perde para a indústria do sexo, mas para a indústria do aborto a indústria do sexo é aliada, já que quanto maior o número de gravidez indesejada, maior o número de abortos lucrativos. Tudo não passa de uma grande cadeia obscura infernal, um abismo sem fim. A escuridão do luto de inocentes e de estruturas familiares passa pelas trevosas ideologias marxistas.
Você acha mesmo que eles não sabem o que estão fazendo? Pois bem, Mary Calderone, ex diretora médica da Planned Parenthood, militante pró-aborto, disse em um artigo publicado no “American Journal of Public Health” (volume 50, número 7 de 1960, página 951): “Abortar é tirar uma vida”. Neville Sander, fundador do Metropolitan Medical Service, uma clínica de aborto de Milwaukee, estado de Wisconsin, diz: “Sabemos que é matar, mas os estados autorizam a morte sob determinadas circunstâncias”. Alan Guttmacher, ex presidente da Planned Parenthood, disse em seu livro “Planning your family”: “A fecundação, então, se realizou; foi gerado um bebê!”. A doutora Magda Denes, que se submeteu a um aborto, fez durante dois anos uma pesquisa numa clínica de aborto e reuniu os resultados de suas investigações num livro, “In necessity and sorrow: Life and deth in a abortion hospital”. Posteriormente, afirmou em entrevista a um jornal de Chicago: “não houve um médico que não tenha dito, vez por outra, na aplicação do questionário: Isso é um assassinato!”. Joseph Scheidler, conhecido por diversas clínicas abortistas, diz: “já conversei com centenas de aborteiros e todos eles, sem exceção, disseram em determinado momento serem assassinos. Alguns se dizem pistoleiros, pagos por aqueles que querem matar seus próprios filhos”.
“Pagamos alguns preços elevados pela vitória da tecnologia sobre a natureza, mas nenhum talvez tão elevado quanto os custos intelectuais e espirituais de ver a natureza como simples objeto de nossa manipulação, exploração e transformação. Com o poder da engenharia biológica atualmente em expansão, haverá excelentes novas oportunidades para uma degradação semelhante da nossa visão da humanidade. Na verdade, já estamos presenciando a corrosão de nosso ideal do homem como um ser grandioso ou divino, como criatura dotada de liberdade e dignidade. E, evidentemente, se viermos a nos ver como carne, tornar-nos-emos carne.” – Dr. Leon R. Kass, professor de Artes Liberais da Biologia Humana da Universidade de Chicago.
“Naturalmente, opiniões e propostas semelhantes às mencionadas acima podem se multiplicar indefinidamente. O argumento básico é em favor de uma nova ética, que substituiria a velha ética. A nova ética pressupõe que existem vidas que não vale a pena serem vividas e que essas pessoas deveriam ser submetidas à morte antes ou depois do nascimento; sua morte pouparia as outras pessoas de ônus financeiros e emocionais. A velha ética insiste na santidade e no valor de cada vida, e nega que existam vidas que não valem a pena serem vividas. A nova ética julga cada vida por sua qualidade e significado e submete à morte aqueles cuja vida não corresponde aos padrões exigidos. As pessoas devem ser autorizadas a viver apenas se corresponderem certos parâmetros de utilidade e produtividade. O recado é: não os queremos e não vamos tolerá-los se vocês forem um ônus para nós, principalmente um ônus financeiro ou emocional. Permitiremos que vocês vivam apenas se considerarmos que vocês podem ter uma vida “significativa, útil e produtiva”. Não admitimos portadores de deficiências.
A nova ética é, naturalmente, a indisfarçável teoria da utilidade de Hegel que foi o fundamento racional e a força propulsora da conduta dos médicos do Terceiro Reich na Alemanha. Atualmente, a mídia, o Judiciário e a comunidade médica dos Estados Unidos estão inclinados nessa direção, se não pressionando em seu favor. Os defensores da nova ética sentem que a vitória final está muito próxima. Logo, as susceptibilidades da opinião pública estarão suficientemente amortecidas. As pessoas “se acostumarão” com ela, e a matança dos indesejáveis, cuja vida não corresponde aos padrões exigidos, poderá prosseguir sem as incomodas contestações nos tribunais.” – POWELL, John.
”Esse é um assunto de grande importância para nós, pois o Senhor declarou repetidas vezes esta ordem divina: “não matarás”. Posteriormente, acrescentou: “nem farás coisa alguma semelhante”. João Calvino, reformador protestante do século XVI, escreveu: “se parece mais horrível matar um homem em sua própria casa do que num campo, (…) deve-se considerar mais atroz destruir um feto no ventre materno, antes de vir à luz.” – RUSSELL, Élder.
Existem três tipos de aborto:
- O aborto eletivo. Quando há a decisão de matar o feto por qualquer motivação que não seja clínica;
- O aborto seletivo. Diz respeito às crianças que apresentam problemas físicos ou mentais – problemas congênitos e/ou enfermidades graves que supõem ser fatais, chamadas de ‘incompatíveis com a vida’;
- O aborto terapêutico. É um aborto induzido com o fim de salvar a vida da mãe, em casos quando a sua vida está em risco por conta da gravidez, ou para preservar a sua saúde colocada em risco, sendo ela física ou mental.
O primeiro estivemos trabalhando durante todo o material até então e os dois últimos estaremos abordando nesse capítulo. Vamos também tratar da gravidez provinda de estupro com maior ênfase, pois estes três tópicos são os que chamamos de ‘aborto polêmico’. Diante de tudo o que vimos, haveria algum tipo de aborto induzido com direito de ser?
A legislação brasileira permite o aborto em casos seletivos e terapêuticos. E o que dizer a respeito da gravidez resultante de um estupro? Vale ou não vale o aborto? A legislação brasileira também permite nesse caso.
ABORTO SELETIVO
“Qualquer forma de violência contra um ser humano, é uma violência contra todos os outros homens; contra o homem comum – o Cristo da sociedade atual. Qualquer forma de violência contra um ser incapaz e desprotegido não é própria da consciência médica nem compatível com o destino da medicina, pois seria uma quebra da tradição que a cristalizou como um projeto em favor do homem e da humanidade, sem discriminação ou preconceito de qualquer espécie. Se alguém tem pensamento contrário e admite que vai contribuir com o bem-estar da sociedade, agindo opostamente, está enganado. Vai, no mínimo, incutir o egoísmo, saciar a insensibilidade e promover a discriminação. Não é pelo fato da existência de uma má-formação fetal que o aborto deixaria de constituir uma ofensa à vida e à dignidade humana. De qualquer forma que venha nascer o ser humano, é homem, é sujeito de direito, tem lugar garantido como personalidade jurídica” – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
O aborto seletivo é muitas vezes tido como recomendével em alguns meios, pois julgam não haver chances do bebê em gestação nascer vivo, permanecer vivo ou viver em condições normais. Logo, o feto é condenado à morte por ser examinado como inapropriado para a vida – seja a vida gestacional ou após ela.
A proposta do aborto seletivo é constantemente associada à eugenia, quando vemos que se trata de pessoas dizendo as condições adequadas e possíveis da vida humana, em outras palavras seria uma ‘seleção’ realizada pelos médicos e pais que se baseiam em alguma suposta má formação. Querendo ou não, o Homem se coloca no direito de decidir quem deve ou pode viver, inclusive por quanto tempo.
A medicina tem sido constantemente desafiada pelos casos vivos de pessoas que nasceram sem problemas, tendo antes sido diagnosticadas como ‘um caso perdido’ ou ‘um caso sério demais’. Há também o caso de pessoas que nasceram, realmente, com distúrbios, mas vivem com eles. Existe ainda pessoas que foram curadas de seus dilemas, como também crianças que não chegam a nascer, ou morrem pouco tempo após o nascimento.
Vimos, porém, que o ser humano tem valor moral intrínseco e também que um embrião é humano desde a sua concepção, independente de como venha se desenvolver ou por quanto tempo possa viver. Quando nos deparamos com a possibilidade do aborto seletivo nos encontramos em questão semelhante ao aborto eletivo, sobre estarmos decidindo sobre a vida e o tempo dessa vida do outro ser humano. Falam em misericórdia e liberdade, mas o que vemos é dominação e assassinato.
Diante disso, alguma má formação poderia justificar um aborto? A resposta seria sim apenas se não estivéssemos tratando de um ser humano. Nenhuma anomalia poderia retirar de alguém o direito ao desenvolvimento e a vida.
Devemos considerar que a medicina tem avançado e esse progresso deve ser em torno de prezar pela saúde e vida das pessoas, e não de condená-las ou de decidir sobre o seu tempo de vida. Isso é o que acontece quando, por exemplo, detectado algum problema no bebê e tratado este problema nele quando ainda no ventre ou fora dele.
“… as técnicas de diagnósticos pré-natais, tão sofisticadas e onerosas hoje em dia, pelo menos deviam estar em favor da vida do novo ser, e não contra ela. Se o diagnóstico pré-natal tiver como única proposta a possibilidade da prática abortiva, como quem faz um exame de qualidade, é um atentado aos princípios da moralidade, um desrespeito aos valores da pessoa humana e uma coisa pobre e mesquinha.” – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
Se nossos estudos e avanços têm sido direcionados a uma seleção condenatória de seres humanos, parece que não estamos, na verdade, progrindo, mas definhando. Outrora, estávamos nós dando à luz a pessoas com ou sem deficiências físicas e amando-as, ainda que isso significasse alguns poucos fôlegos de vida para fora do ventre materno. Hoje, selecionamos aqueles que devem ou não nascer. Enquanto nossos avanços deveriam servir a humanidade com o fim de ajudá-la em sua saúde, temos usado dela para matar.
“O argumento que pretende justificar o direito de abortar quando uma mulher apresenta ou supõe apresentar uma má-formação de um filho que vai nascer, é o mesmo que poderia garantir a outra gestante que não pôde ou não teve oportunidade de realizar exames pré-natais, o direito de ser contemplada mais adiante com uma legislação que permitisse praticar impunemente o infanticídio ou a eutanásia neo-natal”. – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
Caso uma criança recém nascida apresentasse graves problemas de saúde, teríamos por este motivo o direito de tirar-lhe a vida? Provavelmente ninguém aceitaria o extermínio de doentes recém nascidos ou mesmo adultos e idosos, dificilmente uma pessoa normal aprovaria condenar à morte bebês inocentes. Entretanto, o aborto seletivo tem esta mesma proposta, matar crianças no ventre por conta de sua condição.
Usar de nosso atual conhecimento e condição de diagnóstico intrauterino como utensílio para realizarmos um ‘teste de qualidade de humanos’ e para condenar os ‘não aprovados’, é algo totalmente desumano. Poderia uma mulher desprovida de condições de diagnóstico solicitar um aborto por não ter a tal ‘aprovação’ médica sobre o seu bebê? Outrora, dávamos à luz a bebês também com problemas graves e isto não nos dava o direito à eutanásia ou ao infanticídio. Estamos falando do mesmo contexto quando o assunto é aborto seletivo!
Não raro nos deparamos com pessoas que sofrem com algum tipo de enfermidade severa e somos capazes de nos compadecer para ajudar essas pessoas e famílias, seja em oração, doação ou trabalho voluntário. Entretanto, somos capazes de matar seres semelhantes silenciosamente, logo no ventre materno. É assim que afirmamos ser hipócritas.
É válido lembrarmos que as diferenças naturais entre os indivíduos existem, porém, elas não repartem a humanidade criando entre os Homens uma hierarquia de valor. Por exemplo, é nítido o fato de a mulher ter funções diferentes das funções masculinas e características físicas diferentes, entretanto, em nenhum momento ela é mais ou menos valorosa quanto a ser humano, em comparação ao homem. Não podemos fingir que as diferenças não existem ou tentar eliminá-las da existência, entretanto, não podemos também fazer com que elas sejam um fator que determine ou crie diferenciação no valor intrínseco humano. Logo, em toda e qualquer diferenciação natural que possa conter um indivíduo, seu valor moral é mantido intacto, não gerando qualquer direito alheio de extinguir ou dominar o ser.
Existe a boa notícia! São conhecidos casos de crianças que não foram abortadas e que nasceram sem cérebro ou sem parte dele, chamadas de ‘acéfalas’, como também o caso de diversos outros tipos de anomalias e doenças. Algumas morrem logo após o parto, mas outras sobrevivem por determinado tempo ou até por muitos anos – o tempo considerado ‘normal’ da vida humana. As que duram algumas horas ou semanas cumpriram o propósito para qual foram criadas e foram fundamentais na vida dos pais, como eles mesmo anunciam. Uma mãe nunca deixa de se assumir, posicionar, amar e agir como mãe apenas porque o bebê não chegou a nascer ou morreu pouco tempo depois do nascimento.
Independente do tempo vivido, os pais dessas crianças alegam jamais terem se arrependido de não ter interrompido a gravidez, pois acreditam no propósito de Deus para com a criança e também para com a vida deles.
Você pode estar pensando: “mas espere aí! Agora você já está entrando no quesito religioso”. Mas precisamos analisar o aborto no aspecto ‘religioso’! Em primeiro lugar, estamos falando de uma população 90% religiosa. Algumas pessoas afirmam que não são válidos os argumentos religiosos, porém, a própria vida é a maior prova do milagre. Então, na verdade, estamos falando de milagre o tempo todo.
Ainda agnóstico, dizia Albert Einstein que “só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre”. Para quem acredita na existência de milagre, a própria existência é um milagre e, portanto, cada fôlego, cada batida do coração, cada passo, cada piscar de olhos, cada divisão celular, cada fecundação, cada segundo é milagre. Nesse caso, não é necessário que algum milagre seja feito aqui ou ali, a própria vida é milagre e, portanto, independente de quanto tempo possamos existir, provamos o milagre a cada instante. Por não entenderem assim, algumas pessoas corroem em amargura, insatisfeitas, enquanto procuram um milagre aqui e outro acolá e tentam ditar a existência por si mesmas. É libertador viver em estado de gratidão em reconhecimento da graça constante de Deus que nos proporciona a vida e, nisso, o aborto é totalmente desmoralizado.
A ciência pode avaliar a vida e se basear no que a vida lhe proporciona, mas não pode explicar o fôlego de vida. Não é uma anomalia, ou mesmo a ausência dela, que tem o poder, em si mesma, de manter ou tirar o fôlego de alguém. É justo afirmar que a vontade de Deus se cumpre na vida das pessoas mais saudáveis tanto quanto na vida das pessoas menos saudáveis. Uma vez que não são os médicos que têm poder de dar vida, ela não depende do que eles dizem. Caso for da vontade do Criador que a Sua criação viva apenas alguns minutos após o parto, ou mesmo antes do parto, quem é o Homem para que O questione? Certamente, naqueles poucos instantes, se cumpriu um propósito eterno.
John Lober foi um médico neurologista britânico e escreveu um documento chamado: “Is your brain really necessary?” [o seu cérebro é mesmo necessário?]. O documento contesta, com um fato real, a necessariedade do cérebro para a vida humana. Neste momento os médicos aborteiros de casos seletivos precisam se calar. De uma forma ou de outra, o aborto é contrariado como prova de que o controle da existência e da vida não pertence ao Homem. Diante desse fato, o que mais poderia justificar o aborto? Junto a este caso temos inúmeros espalhados por todo o mundo, os quais a ciência não pode explicar em sua limitação. E se em alguns desses casos o aborto tivesse sido feito? Logo, nunca podemos desconsiderar a vontade de Deus ou até de um engano médico.
“Os médicos sugeriram a uma jovem mulher que ela abortasse porque o bebê nasceria com alguma deficiência. Ela se recusou. A mulher é minha mãe e o bebe sou eu.” – Andrea Bocelli, tenor, compositor e produtor musical italiano.
Na crença judaico-cristã, Deus não fica nos conhecendo no nascimento. Ele nos conhece antes mesmo da concepção, antes da fundação do mundo, e não tem por filhos os Seus apenas após o nascimento, mas desde a eternidade, e cuida deles desde o ventre. O nascimento é o momento em que a mãe pode conhecer o rostinho do seu filho e o filho começa a descobrir o mundo além do ventre materno, começa a descobrir as maravilhas que Deus criou, como as estrelas, o jardim, as flores do campo e o calor dos braços da sua mãe. O nascimento é um momento marcante, um marco na vida de todos nós e dos nossos familiares, mas não é o que difere algo na natureza humana física ou espiritual.
“Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” – Jeremias 1:5 (Bíblia Sagrada).
Confiar no Deus onipresente, onipotente e onisciente que tem caráter e que manifesta este caráter perfeito em todo o seu domínio e em tudo o que faz é consolador. Essa confiança nos leva ao deleite na Sua vontade onde podemos nos submeter em realidade de gratidão e viver em realidade de prazerosa obediência. É uma dependência que nos faz provar nova realidade de vida. Para aquele que confia, a vida não é um fardo, já não há motivos para viver ansioso e nem mesmo para querer tomar o controle da existência. Logo, para este já não existe a possibilidade do aborto, pois a suficiente graça de Deus faz com que sejamos satisfeitos em Sua vontade e, consequentemente, no serviço prestado a outras vidas humanas – independente de como elas são.
A ressurreição de Cristo nos proporciona uma esperança eterna e, nela, somos satisfeitos para vivermos em bem ânimo independente das circunstâncias. Isso faz com que amemos o próximo em suas debilidades, visando o que é eterno e não temporal. Além do mais, a ressurreição nos abre uma janela de oportunidades, mostrando que tudo está debaixo do poder de Deus e que estamos novamente reconciliados com Ele por meio de Cristo. Logo, qualquer prodígio é possível. A vida venceu a morte e essa é a Boa Notícia!
Nossas expectativas não podem estar fundamentadas no que o homem pode ou não fazer ou no que queremos ou achamos, mas apenas na simples e perfeita vontade de Deus, seja como ela for. Ele é bom e justo em todos os Seus feitos. O poder de Deus se aperfeiçoa nas debilidades humanas e é nas impossibilidades, quando o homem está vazio de si, impotente e fraco, que está no ambiente pronto para a manifestação da vida. Foi o que ocorreu na ressurreição, quando um túmulo não pôde detê-Lo!
O que põe em cheque as afirmações e sugestões colocadas por médicos abortistas é o milagre da ressurreição. Não é normal para os céticos aceitar que alguém viva sem cérebro, não é normal aceitar que a vida venceu a morte no terceiro dia. Também não é normal considerarmos pais que perderam seus filhos serem totalmente gratos, sujeitos e satisfeitos na vontade de Deus. Tudo isso é milagre! É totalmente gracioso presenciar a realidade de famílias que convivem com crianças com problemas e são santificadas através deles, como também a realidade de famílias que perderam entes queridos e sabem agradecer a Deus pelos muitos, ou poucos, fôlegos de vida daquela criança que puderam presenciar e a quem puderam servir em amor. O simples fato de a ressurreição provar a vida além da morte testifica que vale a pena investir em fracos, débeis e pecadores, e não no seu extermínio.
Diante disso, quero sim que você, leitor, que está passando por algo semelhante ou que conhece alguém em situação semelhante, tenha a sua mente aberta para o leque de realidade que surge da ressurreição. Há vida, e vida eterna! É quando a capacidade humana é nula que fica nítido o poder de Deus e, sim, Ele escolhe esses casos para ser a manifestação do Seu amor, graça e misericórdia. Abortar com a esperança de eliminar sofrimentos só pode causar maiores problemas e sofrimentos, mas estar no impossível do Homem é um privilégio provado por aqueles que testificam a graça do Deus suficiente. Ainda quando um bebê não chega a nascer ou vive pouco tempo após nascido, é milagre sua existência e a obra de Deus na vida de seus pais. O trabalho de Deus está para além de levantar paralíticos ou limpar leprosos, Ele trabalha com saciedade, gratidão e paz. Isso se chama salvação e vida eterna!
“Deus não é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.” – Atos 17:25-28 – Bíblia Sagrada
A criança que está dentro do ventre materno foi estrategicamente colocada ali por Deus, seja como ela for. Só Ele sabe com que propósito cria cada uma das suas criaturas. Não cabe ao homem decidir quando alguém deve ou não viver – quando ela tem ou não valor, capacidade ou qualidade suficiente.
O aborto seletivo considera a capacidade e qualificação humana, enquanto em Deus provamos a suficiente capacidade e qualidade divina, que em nenhum momento imputa ao Homem a necessidade ou direito de avaliar a humanidade como se faz em um teste de qualidade com objetos. Deus não é servido por mãos de homens e, portanto, Ele é quem dá e quem tira o fôlego de vida, estabelecendo até mesmo o lugar da habitação de cada uma das Suas criaturas.
“O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.” – 1 Samuel 2:6, Bíblia Sagrada.
“Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar” – Jó 14:5, Bíblia Sagrada.
Ninguém jamais pode negar o desejo de que todas as crianças nasçam saudáveis, nem mesmo menosprezar a aflição e as dificuldades dos pais de crianças malformadas, ainda que estejam em permanente gratidão pelo fruto da graça de Deus. No entanto, isso por mais pungente que seja, não autoriza ninguém – muito menos os que não vivem esse sofrimento – retirar desses seres o direito à vida. O ser humano não pode ser julgado, na avaliação de sua existência, pela ‘plenitude de vida e independência sócio-econômica’, nem muito menos pelo fulgor de uma inteligência privilegiada ou pela formosura de seus traços físicos, uma vez que ele não foi proposto para torneios e disputas, mas para realizar o destino da criatura humana. E, como tal, não pode ser avaliado por quem quer seja, pois isso não é o resultado de uma simples convenção, senão um imperativo da própria natureza humana.
“Qualquer que seja o estágio da ciência, qualquer que seja o avanço da biotecnocracia que tudo quer saber e tudo explicar, não existe argumento capaz de justificar a disposição incondicional sobre a vida de um ser humano, propondo sua destruição baseada em justificativas que se sustentem na ‘relação custo-beneficio’, pois essa vida é intangível e inalienável. Só assim estaremos ajudando a salvar o mundo. Apesar de todos os horrores, este é o mundo dos homens. Essa é também a forma dele reencontrar o caminho de volta a si mesmo, em espírito e em liberdade.” – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
ABORTO TERAPÊUTICO
Precisamos iniciar o tema destacando que esse tipo de aborto diz respeito a uma condição extretamente rara e, quanto mais se evolui a ciência, mais raro e menos plausível se torna o aborto ‘terapêutico’. Isso porque cada vez se torna mais preciso e possível o zelo pela vida particular da mãe e do feto, sem que seja ‘preciso escolher’ entre uma delas.
“Ainda assim, afirmamos que o ato só seria lícito se a gestante apresentasse perigo vital, se esse perigo estiver sob dependência da gravidez, se a interrupção da prenhez fizer cessar aquele perigo e se esse for o único procedimento capaz de salvar-lhe a vida.” – Direito Médico, 7ª edição, São Paulo: Fundo Editorial Byk, 2001.
Para que o aborto terapêutico tivesse qualquer razão de ser, seria preciso afirmar que a mulher grávida está à beira da morte por motivo único e exclusivo da gravidez e que não existiria qualquer outro meio de salvar-lhe a vida. Isso, porém, é um caso extretamente raro e, atualmente, quase que impossível pelo fato de ser possível, com o avanço da medicina, optar por vários outros tipos de tratamentos que não findassem no prejuízo ou eliminação do feto. Como já dito anteriormente, a medicina tem em seus valores o princípio de prezar pela vida e, quanto mais ela evolui, menos justificável se torna o aborto. Ora, seria totalmente contraditório dizermos estar prezando pela vida enquanto matamos uma. Portanto, nossos exames e tratamentos clínicos têm tornado cada vez mais preciso o cuidado particular de feto e mãe.
“Os avanços da medicina reduziram enormemente os riscos para a vida e a saúde da mãe, de tal forma que as condições orgânicas que complicam a gravidez, ou nas que o estado de gravidez leva ao agravamento da saúde são cada vez mais controláveis e susceptíveis de serem compensadas com uma assistência médica adequada. Não proporcionar estes cuidados médicos poderia mesmo constituir uma má prática clínica. Nas situações clínicas em que a gravidez constituísse efectivamente uma circunstância de agravamento da saúde materna devem providenciar-se todos os meios terapêuticos disponíveis para tratar a saúde física ou psíquica da mãe, tentando que mãe e filho se salvem. Entre estes meios não se contempla o de provocar a morte diretamente, que não é nem um acto médico nem ético.” – JORGE, Paulo – professor.
Se, porém, precisássemos optar por uma das vidas, teríamos que admitir diante toda e qualquer ética médica que nenhuma das duas vidas teriam prioridade em seu valor moral.
“Por conseguinte, enquanto morte direta de um inocente, não podem existir dúvidas quanto à ilicitude moral do chamado aborto terapêutico. Nenhum motivo pode ser tão importante ao ponto de invalidar a norma que declara ilícito causar a morte direta de um inocente. Isto representaria um empobrecimento tal que nenhum valor estaria em grau de compensar. O princípio da ‘comparação ou contraposição de bens’, frequentemente usado na ética, aqui não é válido ou, em todo o caso, leva sempre a concluir que o mal de matar não pode ser compensado por nenhum outro. Por isso a ponderação entre a saúde da mãe e a vida do feto é desequilibrada e equivocada; em nenhum caso a vida do ‘nasciturus’ pode ser instrumentalizada em favor da saúde (bem secundário com respeito à vida) da mãe” – JORGE, Paulo – professor.
Em seu livro “O aborto: Mitos, verdades e argumentos”, o filósofo Germain Grisez afirma: “subordinar a vida à saúde é algo que em si mesmo não posso fazer; nunca estarei mais são morto que vivo. Não se pode preferir razoavelmente a saúde à vida, a parte (a saúde) ao todo (a vida)”.
Existem duas realidades em um aborto terapêutico:
- A primeira é quando a vida materna está em risco e o feto ainda não teria condições de viver fora do útero materno. Com isso supõe-se que a morte da mãe significaria necessariamente a morte do filho. A condição temporária de dependência fetal, como já vimos, não altera a seriedade moral do assunto e, portanto, seria justo espreitar um pouco mais a questão, dividindo essa condição em duas:
I) Quando podemos segurar a gestação um pouco mais até a criança poder ser retirada da mãe em um parto prematuro que não ofereça riscos fatais à sua vida e à vida do feto. “Nesta ‘espera armada’ pôr-se-ão todos os meios técnicos que os médicos considerem adequados para estabilizar ou controlar a situação clínica até que se deva induzir o nascimento. Existem casos graves onde manter a gestação pode oferecer um perigo maior para a vida da mãe. Pensamos ainda ser justo admiti-lo, posto que há um motivo importante para correr esse risco: pode nascer uma criança viável” (A. Sánchez de Lamadrid, Valorização moral das atitudes médico-cirúrgicas nos embargos ectópicos, Roma 2006, p. 267).
II) Quando de fato a mãe está à beira da morte por único e exclusivo motivo gestacional e a ausência da gravidez fosse o único e satisfatório meio para salvar a sua vida, não sendo possível, entretanto, realizar um parto prematuro com o fim de salvar a vida do feto. - A segunda é quando a vida materna está em risco, porém o feto poderia nascer e viver, ainda que prematuro. A ausência do parto prematuro, em preferência do aborto ou da gestação que oferece risco a ambos, seria considerado negligência médica.
Uma vez que existe notória distinção entre ‘perigo grave’ e ‘situação fatal’, é preciso saber discernir cada caso de maneira bastante precisa. Entretanto, no todo percebe-se o abuso do termo ‘terapêutico’, tornando o seu uso totalmente inadequado. Em nenhum momento um aborto poderia ser considerado uma terapia ou ato de tratamento médico. Como aponta o Manual de Bioética Sgreccia, o princípio terapêutico diz respeito a “intervenção médico-cirúrgica que procure curar ou eliminar diretamente a parte doente do corpo”. No caso em questão, o aborto, não se trata de intervir sobre uma doença, mas sobre suprimir ou eliminar a vida do embrião ou do feto para evitar que se agrave a saúde ou o perigo de vida da mãe. O embrião/feto não é uma doença e, portanto, não poderia ser um alvo de extermínio em nome da terapia.
“A verdadeira terapia, a única terapia lícita, é a que elimina directamente a doença sem comprometer a vida do feto” – Fundamentos e ética biomédica, vol. I, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid 2009, p. 366.
O termo ‘terapêutico’ se torna, portanto, totalmente impróprio uma vez que ao invés de remover a parte doente da mulher, remove outra vida. De fato, o assunto é polêmico e muito pensamos quando precisamos salvar a vida de alguém, porém precisamos considerar estar matando outra pessoa e também estarmos usando de maneira contraditória um termo como justificativa para tal.
“O percurso não é desde a ação terapêutica sobre a doença para alcançar a saúde, mas que realmente se configura uma ação sobre o que está são (sobre o feto que também pode estar são), para prevenir uma doença ou o perigo de morte.” – Fundamentos e ética biomédica, vol. I, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid 2009, p. 564.
Deve-se ainda considerar que o aborto chamado de ‘terapêutico’ seria tão somente uma tentativa de salvar a vida da mãe, que não necessariamente teria sucesso. Além disso, em muitos casos pode provocar agravo em sua saúde física e mental. Além do mais, o aborto (qualquer que seja) está diretamente vinculado a um risco acrescido de perturbações psiquiátricas. As patologias são diversas, incluindo perturbações depressivas e ansiosas, disfunções sexuais, ideação suicida e comportamentos suicidários, abuso de álcool e drogas e stresse pós-traumático. A maioria dos abortos acaba na chamada ‘síndrome pós-aborto’. Todos esses efeitos, como sabemos, causam danos a saúde física da mulher, além dos que podem ser desencadeados após o procedimento.
Não creio, pessoalmente, portanto, que essa seja uma ‘escolha’ competente ao Homem, a quem não cabe a existência. É ainda de importância lembrar que Cristo deu Sua vida em prol de uma decendência saudável, para a glória de Deus. Seria justo, diante disso, afirmar que uma mãe daria a sua vida, se necessário e possível, em função da vida de sua prole. Isso significa que o aborto chamado de terapêutico seria plausível tão somente se com o consentimento da mãe e/ou do pai da criança (dependendo da situação), caso a mãe estivesse à beira da morte por conta da gestação, se o aborto fosse suficiente para salvar a sua vida e se não fosse possível realizar um parto prematuro da criança em gestação. Este caso, entretanto, é extremamente raro e seria o mesmo que comparar a duas vítimas à beira da morte. No caso de duas vítimas, portanto, é melhor que uma se salve do que ambas se percam, apesar de ambas serem dignas de igual cuidado e tratamento. É preciso, portanto, eliminar todo o qualquer tipo de negligência para se chegar a essa conclusão.
ESTUPRO
O aborto que diz respeito ao estupro é conhecido como aborto ‘sentimental, moral ou piedoso’. Isso porque em alguns meios se entende que a gestação se deu pela “violência e pela coação, trazendo no seu ventre um filho indesejado e marcado para sempre pelo ultraje recebido”. Este é, porém, um caso polêmico uma vez que o feto não teria culpa do ato de seu progenitor, mas seria a sua (segunda) vítima.
Nunca poderemos desconsiderar a perversidade de um estupro. A Bíblia, no Antigo Testamento, traz como pena do estupro a própria morte do agressor (Deuteronômio 22:25). Ao mesmo tempo, considera inocência da mulher agredida (vs. 26). Isso significa que o próprio Deus considera isento de culpa o agredido e não menospreza a sua causa, antes pune com justiça o agressor. Devemos considerar, no entanto, que no caso do aborto o sentenciado a morte não é o agressor, mas o inocente e indefeso.
Apesar de estarmos tratando de um contexto que aborda bastante sofrimento, não devemos nos esquecer do fato de Deus ser soberano sobre tudo e todos. Isso diz respeito, inclusive, a nova vida que está no ventre. Compete a Deus manifestar misericórdia sobre o agredido, justiça sobre o agressor e graça sobre o filho do ventre. Ao passo que o fruto do estupro possa nos parecer miserável e odioso, na verdade ele se trata de um ser humano que é amado, querido e planejado por Deus. Isso significa que Deus investe em miseráveis, a graça é a Sua manifestação de caráter, onde demonstra que não depende da dignidade humana para agir em amor. Se desconsiderarmos o investimento de Deus em seres ‘odiosos’, teríamos que desconsiderar em primeiro lugar o Seu amor sobre nossa própria pessoa, já que somos pecadores e nos rebelamos constantemente contra a Sua Santidade.
Outro ponto a ser observado é que o filho não traz consigo a responsabilidade sobre os atos de seus progenitores. Cada ser responde por seus atos diante de Deus. Isso já desmoraliza o conceito da criança ter sobre ela um ‘ultraje definido’ pelo seu pai agressor ou pela forma como foi concebida. Ainda que possa parecer desgostoso gerar o filho resultante de um estupro, a criança não carrega consigo culpa referente ao ato de seu progenitor, não podendo, portanto, ser punida com a morte. Filho e pai, assim como filho e mãe, são pessoas totalmente distintas.
“Naqueles dias nunca mais dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram. Mas cada um morrerá pela sua iniquidade; de todo o homem que comer as uvas verdes os dentes se embotarão”. – Bíblia Sagrada, Jeremias 31:29,30.
Observamos um desvio significativo em nossas leis que permitem o aborto em caso de estupro, uma vez que consideram esta legalização um ato de misericórdia em favor da mulher, mas desconsideram a misericórdia quando o alvo se volta para o feto que carrega, em si mesmo, valor moral (e inocência) semelhante ao da sua mãe. Trata-se, então, de uma teoria contraditória em essência.
Apesar da (até então) permissão da lei brasileira, devemos submeter qualquer lei feita por homens à Lei de Deus. A lei dos homens diz o que é crime e o que tem potencial de ferir a sociedade (segundo a conclusão de alguns), entretanto, a lei de Deus diz o que é pecado (o que contraria o Seu caráter) e a maneira como Ele julgará todas as coisas, inclusive a lei dos homens. A maioria dos crimes são também pecado, mas é preciso ter discernimento pois é possível a lei dos homens contrariar a vontade de Deus, proibindo inclusive pregação do evangelho, por exemplo. Por outro lado, nem tudo o que é pecado é considerado crime como, por exemplo, o adultério, a cobiça, a mentira, etc. Deve ser, portanto, a Lei de Deus a nos conduzir, pois ela é completa e perfeita, visando o que realmente tem potencial para ferir não só ao outro, mas a nós mesmos e ao Caráter de Deus. A instrução divina nos mantém em santidade, comunhão e a salvo, porém a lei humana poderá tão somente nos manter distantes das celas do cárcere enquanto ela for vigente. Enquanto uma Lei é de valor, permanência e extensão eterna, a outra é totalmente temporal e suscetível a mudanças.
Seria justo, diante dos homens e diante de Deus, admitirmos por lei que o agressor assumisse pena por seu ato e ainda tivesse que indenizar a mulher a quem agrediu, além de assumir os custos do filho gerado, durante e após o cumprimento de pena, com o suor do seu rosto. Isto é, nos casos onde não há a pena de morte para o agressor.
Todavia, em nenhum momento poderíamos considerar justa a morte da pessoa em gestação. Poderíamos considerar a possibilidade de adoção, após o nascimento, caso a mãe não consiga desligar em suas emoções, lembranças e afeto o ato, em si, do filho gerado.
Lianna Rebolledo, da Cidade do México, era apenas uma garotinha quando sofreu todo tipo de agressão de seus estupradores. Com apenas 12 anos de idade, seus sequestradores a deixaram desfigurada, quase morta. A situação deixou nela diversas cicatrizes e, mais: uma filha em seu ventre. Para a maioria, a criança seria nada mais do que ‘outra cicatriz’ ou ‘um grande prejuízo a ser eliminado’. Porém, Lianna afirma tê-la visto como “o despertar de uma nova vida”.
Em uma entrevista gravada para o Life Site News, Lianna conta que o médico quase a obrigou a cometer um aborto, alegando ser um direito, para que ela não tivesse que conviver com as consequências do estupro. Em seguida, “Lianna perguntou ao médico se o aborto a ajudaria a esquecer o estupro e aliviar sua dor e sofrimento. Quando ele disse que não, ela percebeu que acabar com a vida do bebê, na verdade, não poderia beneficiar alguém”.
“Se o aborto não ia curar nada, eu não entendia o porquê de fazê-lo. Eu sabia que tinha alguém dentro do meu corpo e nunca pensei sobre quem era o seu pai biológico. Ela era minha criança. Ela estava dentro de mim. Sabendo apenas que ela precisava de mim, e eu dela… isso me fez querer trabalhar, arrumar um emprego, ser uma pessoa melhor para a minha filha”.
O estupro tornou a vida de Lianna bastante dolorida e complexa. Não importava quantas vezes ela lamentasse, não conseguia livrar-se do sentimento de sujeira. A ideia de suicídio parecia oferecer à jovem uma libertação instantânea de tanta miséria. Porém, ali se revelou a importância da vida de sua filha. Lianna começou a perceber que tinha que pensar não apenas em si mesma, mas no futuro da pequena vida que florescia em seu ventre. Hoje, com 35 anos, percebe que sua filha salvou a sua vida e ajudou a dar-lhe a cura que precisava tão desesperadamente. A graça foi sua única cura. Na entrevista, Lianna diz:
“Eu salvei a vida da minha filha e ela salvou a minha.”
“Foi realmente difícil, mas só de ver aquela pequenina me dizendo como era feliz por eu ter lhe dado a vida, quando ela disse isso – e ela tinha apenas quatro anos quando me disse: ‘Mamãe, obrigado por me dar a vida’ –, eu entendi que foi ela quem me deu a vida de volta.”
“Ela sempre esteve presente por mim. Ela é a única pessoa que me mostrou um amor verdadeiro. E eu sempre serei grata”
“Embora o estupro tenha sido um momento muito difícil, se eu tivesse que passar por isso só para conhecer e amar minha filha, eu passaria de novo.”
Lianna agora vive em Los Angeles, Califórnia, onde cuida do Loving Life, uma organização sem fins lucrativos que ajuda mulheres que foram violentadas e grávidas. Ela também é uma palestrante pró-vida internacional e leva a mensagem de que toda vida é amável, não importa como tenha começado.
“Nenhum crime, por mais assombroso e terrível que tenha sido, pode justificar o assassinato de um ser humano frágil e inocente no ventre materno”.
Não é possível usarmos do ‘direito de escolha materno’ como justificativa para o aborto, nem mesmo o sequente de estupro, pois o simples fato de afirmarmos liberdade não significa que tudo o que fazemos seja bom ou moralmente legítimo. Aliás, não é possível falarmos de liberdade humana enquanto ferimos a humanidade e ferimos a sua liberdade, incluindo nossos próprios filhos. Se o aborto, por si só, não é capaz de curar a pessoa agredida sexualmente, então assassinar outra vida seria apenas um ato tão imoral quanto do agressor de ferir outra pessoa pensando apenas na sua própria satisfação. O aborto não pode curar nem mãe e nem filho pós estupro, nem psicologicamente, nem fisicamente.
Diferente do que a grande maioria pode pensar, estudos feitos por especialistas na área, como Sandra Mahkorn, revelam que 75 a 85% das mulheres que sofrem abuso sexual e engravidam de seus estupradores preferem levar a gestação adiante. Isso significa que as pessoas que estão de fora não podem usar do nome e situação daquelas que sofrem para legitimar o aborto, como se tivessem o direito de dizer o que elas devem ou não sentir ou fazer, enquanto alegam liberdade.
“Essa evidência, por si só, deveria fazer as pessoas pensarem e refletirem sobre o pressuposto de que o aborto é querido ou até mesmo melhor para vítimas de violação sexual” – REARDON, David C – autor americano e fundador do Elliot Institute.
Como já dissemos no tópico anterior desse capítulo, o aborto está diretamente vinculado a um risco acrescido de perturbações psiquiátricas, já que se trata da morte de um inocente. Devemos considerar que uma mulher que foi violada está ainda muito mais suscetível aos traumas do aborto do que as demais. Como no caso de Lianna, muitas mulheres agredidas pensam em algum momento em suicídio (ou algo semelhante). Também, em números incontáveis de casos de aborto, as mulheres consideram a mesma possibilidade como fim de suas dores e culpa. Se somarmos a tendência de ambos, observamos uma probabilidade de muito maior sofrimento às mulheres estupradas que cometem aborto. Portanto, o aborto não pode propor melhoras ao seu emocional, mas tão somente pioras. Devemos ainda considerar os riscos para a sua saúde física.
A grande maioria das mulheres que passaram pela experiência traumática do aborto a relatam como sendo “uma degradante e brutal forma de estupro médico”. David Reardon explica:
“O aborto envolve um exame doloroso dos órgãos sexuais de uma mulher por um estranho mascarado que está invadindo o seu corpo. Uma vez na mesa de operação, ela perde o controle sobre seu corpo. Se protesta e pede ao aborteiro para parar, será provavelmente ignorada ou dirão a ela: ‘É tarde demais para mudar de ideia. Isso é o que você quis. Temos que terminar agora.’ E enquanto ela está deitada ali, tensa e desamparada, a vida oculta dentro de si é literalmente sugada de seu ventre. A diferença? Numa violação sexual, da mulher é roubada a sua pureza; nesse estupro médico, é roubada a sua maternidade.”
Mulheres que foram agredidas sexualmente se descrevem como constrangidas, invadidas, envergonhadas, violadas e sem valor. Imagine então esta mesma mulher sendo submetida a outra violação, chamada aborto, que expõe e toca não apenas o seu corpo e suas emoções já feridas, mas também a vida de seu filho, que também carrega parte dela. É desumano! Uma mulher traumatizada pelo estupro não soluciona as suas dores e problemas com o aborto, apenas acrescenta um novo e maior trauma à sua própria vida, além de tirar a vida de um inocente!
O testemunho de Lianna é apenas um dentre as 75 a 85% de vítimas de estupro que ficaram grávidas. Seu caso parece ainda pior quando vemos a sua idade de 12 anos quando foi agredida e esse mesmo agravante não foi levado em consideração para a depreciação da vida nela gerada. Precisamos então pontuar que um relacionamento indesejável não significa uma vida indesejável.
Muitas são as mulheres que deram à luz a crianças que vieram de um estupro, e as amam normalmente. Como também vemos algumas mulheres optarem pela adoção, crendo que outra família poderia dar maior afeto do que ela. Neste último caso, as demais famílias que foram galardoadas com o filho adotivo agradecem diariamente a existência daquela criança, dizendo ser nada menos do que o fruto de suas orações.
Deus pode usar de qualquer ventre para dar à luz às pessoas que Ele determinou para a existência antes da fundação do mundo e, ainda que isso possa ser doloroso quando por meio de um estupro, não deixa de ser uma dádiva carregar em si mesma nada menos do que uma outra pessoa que manifesta a Imagem e Semelhança de Deus. Não poderia a portadora do ventre ter o direito de decidir se a criança merece ou não nascer.
Podemos não entender absolutamente os propósitos de Deus, mas podemos em confiança nos render a Ele. Isso significa admitir, em um caso como esse, que todo ser gerado está ali pelo plano de Deus e, de uma forma ou de outra, será usado por Ele. A liberdade de Deus em cumprir com a Sua vontade é o que nos faz livres. A liberdade humana só é livre se em submissão à vontade de Deus, caso contrário, não passa de uma escravidão.
Existem alguns exemplos Bíblicos de relacionamentos perversos de onde vieram pessoas escolhidas de Deus. Bate-Seba, por exemplo, era casada com Urias e, Davi, além de adulterar com ela, mandou matar o seu marido. Não me parece que o relacionamento de Bate-Seba e Davi era o ideal, mas foi justamente dele de onde veio Salomão. E dessa descendência veio Jesus. Os propósitos de Deus são insondáveis e Seus planos são eternos, sendo eles perfeitos. Essa é uma forma justa de Deus agir, já que demonstra que Ele não age conforme o merecimento do homem, mas conforme a Sua Graça. Os frutos de Deus não são resultado da justiça e/ou bondade humana, mas apenas da Sua Graça. Por isso, o estupro também não é justificativa plausível para o aborto.
Ismael foi o filho de Abraão com uma serva, fruto da incredulidade dele e de Sara, sua esposa. Foi ainda fruto de um relacionamento sem amor, pois a serva, Hagar, foi apenas usada, como um objeto, para dar à luz a um filho de Abraão diante da suposta impossibilidade de Sara gerar um filho em sua avançada idade. Mas, ainda assim, Deus abençoou Ismael, sua descendência é incontável como a areia da praia. Ismael tinha que existir para o cumprimento dos propósitos de Deus. Independente de como foi dada a concepção, toda vida humana tem valor intrínseco e é repleta de propósitos divinos.
Devo dizer claramente que se você, meu leitor, é fruto de um adultério, estupro ou qualquer imoralidade sexual, você é tão querido e almejado por Deus quanto qualquer outro ser humano na face da Terra, carregando consigo valor moral intrínseco, a Imagem e Semelhança de Deus e propósitos eternos dEle. Você é, como qualquer outro, uma pessoa criada e formada por Deus. É constrangedor conhecermos o Deus que se manifesta em Graça diante de uma humanidade que nada pode lhe oferecer além de ofensas e perversidades.
Concluímos então que nenhum motivo seria plausível para a prática do aborto. Seria de se pensar, talvez, quanto ao aborto terapêutico na eliminação de toda e qualquer negligência, como citamos no tópico anterior neste capítulo.
Talvez o aborto seja tido como uma solução prática para muitas mulheres e casais, seja por falta de conhecimento, consciência, ou mesmo por algum tipo de conveniência. Além do estupro e de algum problema de saúde materno, existem vários motivos que nos levam a pensar que o aborto seria uma boa saída. Em geral, pensamos ser o aborto a solução de um problema. Quando dizemos ou pensamos assim, apontamos para a criança como sendo ela o nosso problema e, com isso, fazendo dela o alvo do nosso extermínio.
Por me identificar nisso e conhecer mulheres que já pensaram em cometer, ou mesmo já cometeram o aborto, gostaria de pontuar os motivos mais constantes que nos levam a desejá-lo ou ao menos considerá-lo. É de suma importância ainda que a sociedade como um todo, e principalmente os cristãos, sejam aptos e estejam interessados em abraçar as mulheres que se encontram neste dilema e, para tal, é preciso ao menos identificar aquilo que as aflige. Considerando que o mundo é rapido, esperto e ágil para propor a essas mulheres o aborto, conseguindo iludí-las com a mentirosa proposta de liberdade a curto prazo, precisamos ainda do conhecimento da causa, amor, mansidão, humildade e habilidade para expor a Verdade em sua pureza para essas mulheres e casais. Não nos esqueçamos ainda daquelas mulheres que foram vítimas de violência sexual, elas carecem de salvação! A grande maioria têm consciência de que o aborto não é moral e, portanto, não precisa de mais pessoas que tão somente as aponte, mas que as acolham e discipulem no Caminho que realmente propõe, e é, a liberdade.
O primeiro e mais comum motivo que leva as mulheres a pensarem no aborto é o medo da reação do cônjuge ou pai do bebê. “Afinal, será que ele vai aceitar, rejeitar ou mesmo ficar irado contra mim?”, pensam. O pai da criança é a figura mais importante e querida por nós quando o assunto é ter filhos, mas em muitos dos casos, a mulher já nem se relaciona com o pai da criança, eles terminaram o relacionamento e depois ela descobriu a gravidez. Em muitos outros casos, a mulher sabe que o seu parceiro não gostaria de ser pai, ou pelo menos até aquele momento. Existe ainda a situação agravada das mulheres que, após relatarem a gravidez ao pai da criança, serem abandonadas pelo suposto parceiro, serem agredidas ou receberem a ordem de abortar a criança. Ir contra toda essa proposta rodeada de temores é algo tão divino quanto investir em seres inocentes e carentes de amor.
Apesar de precisarmos reconhecer a dificuldade de tais situações, ainda elas não podem superar a graça do Deus que investe em fracos e debilitados, o que diz respeito a mãe da criança e também a própria criança. Nós, mulheres, temos a carência de aceitação e amor, porém, temos também o chamado de amarmos aos nossos filhos que também são carentes de amor. O chamado da maternidade nos convoca a dispensar misericórdia sobre pessoas frágeis e dependentes como manifestação de amor, o qual também nos acolhe e cerca de gratidão. Somos carentes, mas tal necessidade não pode justificar a morte de outro ser tão carente quanto nós. Por meio da maternidade conhecemos o amor prático de Deus e proporcionamos este amor a um ser semelhante a nós. Podemos e devemos ser saciadas no amor de Deus para partilhá-lo com os nossos filhos, pois não há outra forma de sermos livres de nós mesmos. E quando acolhemos nossos filhos, independendo das circunstâncias ao redor, passamos a nos parecer com o Deus de misericórdia.
As mulheres abandonadas precisam ser cercadas de compreensão, amor e auxílio, já que foram abandonadas por aqueles que eram tão responsáveis quanto elas pela vida daquele bebê gerado. O aborto, entretanto, nunca é justificável, uma vez que o erro de um homem não pode justificar o erro semelhante de uma mulher. Em casos de casais divorciados após o nascimento da criança, tal separação ou repúdio não podem justificar o infanticídio. Crianças ainda dentro do ventre valem o mesmo que crianças já fora do ventre. A lei nos assegura que, ainda se o pai da criança rejeitar seu descendente, ele é obrigado a arcar com seus custos, pois é seu responsável. De uma forma ou de outra, ainda que não possamos dizer ser uma situação justa, o pai da criança terá que responder por seus feitos. Muito mais rígida, e suficiente, é a justiça de Deus. Mulheres podem confiar a Deus suas feridas, seu sentimento de abandono, sua solidão e até os seus próprios pecados!
Conheci uma mulher que quase foi assassinada por meio de um aborto. Quero dizer, seu pai não aceitava ter mais uma menina depois das duas já nascidas, sendo que o seu sonho era ter um menino. Por conta disso ele mandou que sua esposa fosse a uma aborteira, dando a ela o dinheiro para o procedimento ilegal. Eu não existiria se essa senhora tivesse pego aquele dinheiro para matar sua filha. Aquele bebê era a minha mãe, aquela senhora era a minha avó e aquele senhor era o meu avô. Felizmente, ao invés disso, minha avó retrocedeu e decidiu investir o dinheiro comprando roupinhas para a bebê. Qual seria a diferença entre tal aborto e um feminicídio? Mas, eu tenho o privilégio de ter como avó uma mulher de coragem, mansião e sabedoria. Isso é uma mulher livre e, sem dúvidas, o melhor exemplo vivo que já tive. Apesar de ser casada com um homem machista, isto não deu a ela o direito, ou mesmo a necessidade, de ser feminista. Eu tive bisavô e avô machista, uma marca na família paterna e materna. Vi e vivi bem de perto, mais do que se imagina, os danos do machismo. Mesmo isto não me fez feminista! Duas famílias espanholas machistas que se uniram não resultaram em uma bisneta com desvio semelhante. Aqui está a diferença: Cristo entrou na história! E onde Ele entra, tudo é feito de novo. O erro de um não justifica o erro de outro. O feminismo causa tantos danos quanto o machismo, pois denigre toda e qualquer ordem, sincronia e beleza entre as diferenças originais, que dizem respeito ao caráter do Criador. Ambos promovem a morte em essência. Observe a ideologia atual, quão perversa é. Mulheres podem ser livres do machismo se tão somente conhecerem o caráter de Deus que dá discernimento, equilíbrio e sabedoria.
A instabilidade no relacionamento com o pai da criança é uma situação comum não apenas em nossos dias, mas há muitos séculos. Os motivos podem ser variados. Para piorar, nossa sociedade tem sido construída em relacionamentos cada vez menos seguros, distentes daquilo o que Deus ordena em Sua Palavra como ambiente santo. Entretanto, não é o único motivo que pode nos levar a considerar o aborto. O segundo motivo mais comum é a vergonha e o medo da reação das pessoas ao redor, como dos nossos pais ou mesmo da sociedade em geral. Vivemos em um século que nos sugere que ter filhos (ou vários filhos) é algo doloso, prejudicial, pobre e feio. Pressionadas pelo que o século divulga em sua perversidade, muitas mulheres se veem carentes do aborto para se adequarem a uma vida ‘feliz, livre e de boa fama’. A boa notícia é que não precisamos nos conformar com o que o século diz e nem serví-lo, pois a liberdade já está consumada e declarada na cruz de Cristo. Mulher, não se detenha ao que o mundo diz! O que mais poderíamos esperar de um meio que se tornou totalmente o oposto do Pai Celestial que deu Sua própria vida para adotar e gerar filhos? Nossa sociedade tem sido fundamentada cada vez mais em uma cosmovisão egocêntrica e ateísta, incrédula, onde ter dinheiro, desenvolver uma boa carreira profissional e se divertir ao máximo se tornam prioridades acima de amar um semelhante, ainda quando este semalhante diz respeito ao seu próprio filho. E é ai, quando uma criança parece ameaçar tudo isso, que o aborto é considerado.
Observe as ideologias atuais, o que dizem os influenciadores, a mídia e muitas vezes até alguns infiltrados na igreja. Sua proposta é: “seja feliz, porque esse é o seu chamado, na sua felicidade está o seu significado e se você não se fizer feliz, ninguém vai”. Na busca por essa tal felicidade, nunca se pensa em algo além de si mesmo. Olha como isso soa: “Adultério? Se for para me fazer feliz, pode! Divórcio? Se for para me livrar de algo que dói, pode! Mentir? Se for para me fazer parecer melhor, pode! Matar uma pessoa? Se for para me satisfazer, pode!”. A lista seria enorme e, na busca da felicidade, nos tornamos assassinos de valores e de vidas. Trair pode parecer bom, desde que seja em favor do meu ego, pois ser traído não é algo legal. É assim, nessa busca sedenta, imoral e desordenada, que nos tornamos cativos. Já o evangelho anuncia que o nosso chamado não é ser servido, mas servir. Antes de servir a outro ser humano, nossa convocação é servir a Deus, visando em tudo a Sua Glória. Nisso a verdadeira satisfação pode ser obtida, no apesar das dores. Isso porque em Cristo encontramos o nosso significado e nEle há paz que excede sentimentos, achismos, desejos, medos, conveniências, dores, rumores, etc. Isso nos leva a servir ao próximo, independente do quanto ele pareça ameaçar a nossa fama, reputação, sonhos, vontades e centralidade. O evangelho nos tira do centro e apenas assim nos livra de nós mesmos, porque nosso significado não está em nada nesse ou desse mundo, mas nAquele que venceu o mundo em Sua ressurreição. Já não vivemos em torno de barganhas, usando pessoas e ferindo a nós mesmos, mas somos livres. Somos livres para amar, livres para perdoar, livres para servir, livres para adorar, livres para viver e livres até mesmo em nossa morte. Não precisamos que façam algo por nós para ser quem somos, não precisamos que algo aconteça para que façamos o que é certo, tudo podemos em Cristo, pois é Ele quem nos fortalece. Nenhum sepulcro detém aquele que está em Cristo! Ser cativo de Cristo é sinônimo de ser livre de tudo ao nosso arredor e, principalmente, do nosso ‘eu’.
Aqui já adentramos no terceiro motivo que faz com que consideremos o aborto: a falta de condições financeiras. A grande massa da população quando pensa em ter um filho considera aguardar o momento em que possa oferecer conforto e boa aparência à sua descendência, porém não imaginam que crianças aguardam mais pelo colo e presença dos pais do que pelas roupas de marca. Não existe herança melhor a se dar do que os valores e princípios da graça de Deus, que não são bens temporais, mas eternos. Assim como a carência de um homem que nos aulixie na maternidade e que, com isso, nos ofereça um mínimo de estrutura familiar onde consigamos criar nossos filhos, muitas vezes também somos pressionadas pela carência de bens financeiros para que possamos oferecer o mínimo de estrutura material para criar nossos filhos. O que não podemos nos esquecer é que, apesar de importante a estrutura familiar ou o mínimo capital financeiro, nada disso pode valer mais do que a própria vida. Veja que contraditório, dizemos aos nossos bebês no ventre: “como eu não posso te dar muita comida ou uma roupa de muita qualidade, eu vou te matar!”. Filhos podem viver sem o pai ou sem o melhor tipo e quantidade de alimento, mas não podem viver sem a vida. O alimento serve para a vida, e não a vida para o alimento.
Devemos ainda estar cientes da soberania e providência de Deus, a que nos sacia em nossas necessidades e zela pelo que de fato tem importância, nos fazendo andar na contramão daquilo o que o mundo tem como sua estrutura e seu prazer. Pode ser que não possamos oferecer o alimento mais caro ou a maior fartura, mas temos a garantia de que Deus não deixará faltar o alimento para aqueles que O temem, sabendo também que confiando nEle sempre estaremos satisfeitos, ensinando inclusive tal satisfação aos nossos filhos. Esse valor sobressai todo e qualquer valor financeiro: se passarmos por momentos mais difíceis, ensinaremos satisfação plena em Deus e se passarmos por dores, ensinaremos a cura em Cristo. É assim que filhos desfrutam da graça de Deus, não tanto na grande fartura, mas muitas vezes na escassez. É assim que podemos dizer que a Graça de Deus nos basta, se quando carentes de algo formos supridos nEle. Assim também, de fato é importante a presença do pai na vida do filho, porém sua ausência pelo seu próprio pecado pode ser superada na presença e graça do Pai Celestial. Deus é Pai perfeito, presente e suficiente. Ele deve ser tomado como exemplo e, mais do que isso, como nosso próprio Dono!
Apesar de comum sugerirem o aborto para casos como este, vimos em capítulos anteriores que raramente pessoas nessas condições o cometem. Isso porque as condições financeiras não são o fator priordial quando o assunto é ter filhos. Outro motivo também comum, mas não primordial, é a insegurança. Raramente uma mulher se sente segura quando descobre uma gravidez. Quando sabemos estar grávidas, somos tomadas por grande espanto, uma espécie de susto, porque sabemos ser uma mudança radical de vida. Tal mudança diz respeito ao nosso corpo, relacionamento conjugal, relação com outros filhos (se já houverem), finanças, moradia, prazeres, hobbies, prioridades, etc. Ou seja, a presença de um filho, ou mais um filho, muda tudo. Como seres humanos, queremos sempre ter o controle não só do hoje, mas também do amanhã, vivendo ansiosos. Quando um filho nos aparece e ameaça nosso controle, planejamento e sonhos, somos tomadas por grande espanto e insegurança. Precisamos, porém, saber que nunca tivemos o controle de nossas próprias vidas, já que é Deus quem nos guia e sustenta em todas as coisas. Sua fidelidade tem nos mantido. Não haveria alimento em nossa mesa se Ele não regasse o campo ou cuidasse dos trabalhadores que colhem os grãos. Não haveria crescimento se Ele não quisesse dá-lo. Portanto, sempre fomos carentes de Deus e saber que Sua fidelidade continuará nos mantendo é o que elimina toda insegurança. O arrependimento nos leva submeter a nossa incredulidade a Deus, em quem podemos confiar mais do que em nosso suposto autocontrole. Nisso, somos libertos de nossas aflições.
De fato, filhos mudam completamente nossa rotina e vida. Adiante veremos que, na verdade, eles são feitos para este fim também. O trabalhar de Deus em nossas vidas envolve nos retirar da incredulidade e egocentrismo, nos fazendo servir a outro ser também carente e dependente. Esse trabalho (o da maternidade/ paternidade) só pode ter sucesso se estivermos saciados nAquele que nos proporciona novidade de vida e graça. Ou seja, a maternidade é um chamado de Deus para nos aproximarmos dEle e reconhecermos a nossa dependência, pois por meio dela reconhecemos nossas fraquezas e contradições. Entretanto, nEle podemos ser pais e mães que amam filhos incondicionalmente. A maternidade nos assusta porque somos fracos, mas é consolador e eficiente ter um Deus forte e suficiente.
Estes são motivos que nos levam considerar o aborto, mas não acabou por aí. Existem mulheres que sofreram abortos espontâneos em gravidezes anteriores, ou que sofreram com crianças com má-formação, e ficaram traumatizadas. Uma nova prenhez, para elas, é como reviver o medo. Apesar de difícil alguém abortar por causa disso, muitas mulheres desistem da maternidade ou a enxergam como um monstro desafiador. Todas essas situações são referentes à tão conhecida ‘gravidez indesejada’.
Não parece muito agradável ter um filho de um homem que nem mesmo nos amou a ponto de permanecer ao nosso lado. Não parece animador não poder oferecer conforto aos nossos filhos. Não é consolador sentir-se sozinha, envergonhada e/ou ameaçada. Tudo isso, porém, é vencido no conhecimento pessoal de Deus e na confiança nEle. Nada neste mundo pode suprir, curar ou superar nossos temores, carências, traumas, receios e inseguranças senão o nosso próprio Pai Celestial, para quem fomos feitos. Ainda se tivéssemos as melhores condições financeiras, um pai amável para nossos filhos, o apoio da sociedade e ainda que tivéssemos planejado cada detalhe de nossa gravidez tendo-a como nossa realização, ainda assim seríamos insatisfeitas e encontraríamos motivos em nós mesmas para sermos contrárias à maternidade. Isso porque a maternidade, em si mesma, trabalha com as nossas fraquezas e contradições – e isso não é muito agradável se não estivermos satisfeitas na graça de Deus. É por meio das nossas negações, portanto, que Deus nos convoca a conhecer a graça que elimina a mais profunda insatisfação humana. Quanto maior a fraqueza, maior a graça.
Gostaria agora de me identificar de maneira mais pessoal para tratarmos deste assunto tão íntimo e sério. Vamos agora falar de pecado. Não posso falar como quem não tem pecado e, quando falo de pecado, não estou citando apenas atitudes pecaminosas mas, principalmente, uma essência corrupta.
Aborto é pecado. Mas o que é pecado? É tudo aquilo o que não parte de Deus e contraria o Seu caráter e, por consequência, é tudo aquilo o que transgride as Leis de Deus e nos leva a viver distantes dEle. O pecado não é, necessariamente, uma atitude errada que tomamos, mas principalmente uma natureza perversa que temos, a qual nos mantém cativos de nossas próprias vontades e imoralidades. Chamamos isso de iniquidade, ela é uma essência corrupta que a todo tempo se revolta contra Deus em nós, o que nos leva a praticar obras dolosas contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos.
Todo pecado tem origem na incredulidade do Homem e no seu egoísmo. A essência do pecado que estamos tratando (o aborto) não é diferente da essência de outros pecados. O que leva alguém a pensar em cometer um aborto não é algo diferente do que leva alguém a adulterar, mentir, matar, reclamar, roubar, dar falso testemunho, ou mesmo a odiar alguém. A Bíblia diz que odiar alguém é o mesmo pecado que homicídio (1João 3:15) e, afinal, quem nunca odiou um terceiro? O motivo disso é claro: pensamos sempre naquilo que nos é conveniente, vivemos para nós mesmos, amamos a nós mesmos e, para ter aquilo o que queremos, usamos e abortamos pessoas. No momento em que alguém for contra a minha vontade, provavelmente eu serei tentada a odiar essa pessoa por causa do meu egoísmo. Semelhantemente, se alguém parecer complicar a minha vida, eu serei tentada em minha incredulidade a eliminar aquela pessoa, custe o que custar. Mas o amor pode aniquilar as minhas conveniências, tendo por base a graça e, dessa forma, o ódio/homicídio pode ser eliminado.
Lembro-me de, quando mais jovem, sempre ter almejado a maternidade. Desde a minha infância este foi o único sonho cultivado em mim. Tudo parecia lindo no meu tempo, no meu gosto e no meu controle. Antes mesmo de minha conversão, o meu sonho era ser mãe. Mal sabia eu que a maternidade é Deus trabalhando exatamente o oposto de tudo isso em nós. A maternidade e a paternidade não são sobre nós, mas apenas sobre Ele, Cristo.
Comecei a reparar como este meu desejo não era tão santo como supunha ser, era vaidoso, centrado em minha própria pessoa: o que eu achava, o que eu idealizava, o que eu poderia oferecer, o que eu conseguiria. Em minha mente criei planos, tracei metas e cultivei expectativas de como seria ser mãe. Aliás, até mesmo o sexo de meu filho eu queria definir conforme as minhas conveniências. Em nenhum momento aquilo se tratava de amor, aquilo era nada mais do que o meu egoísmo tentando definir todas as coisas tendo a minha vontade e capacidade como centro e definição de todas as coisas. Às vezes, essa essência se passava por boa, quando me tentava fazer crer que eu estava pensando no melhor para o meu filho. Ah, que falácia! Tudo não passava da minha tentativa de fuga de Deus. Percebi isso no momento em que, com medo de estar grávida fora do tempo planejado, o aborto passou por minha mente.
Eu nunca fui a favor do aborto, porém, ele passou por minha mente no momento em que eu me via frustrada em meus planos e a minha capacidade se mostrou insuficiente. Quero dizer, eu queria ser mãe, mas teria que ser no meu tempo, do meu jeito, exatamente como eu havia sonhado e dentro do meu autocontrole. Eu não sabia confiar em Deus. Aquilo tudo parecia ameaçar minhas expectativas sobre o que eu definia ser vida e felicidade. Não era sobre a verdadeira maternidade e amor ao filho, mas sobre a realização do meu próprio sonho e nada mais. Se aquela criança, ou mesmo suposição, ameaçava a minha tentativa de poder sobre minha própria vida, eu seria capaz de matá-la. Filho para mim, mesmo que inconscientemente, não passava de um meio para a minha realização pessoal. Não era uma pessoa a ser amada incondicionalmente, mas um objeto para a minha satisfação que, quando não conveniente, poderia ser descartado. Eu confiava mais em meus próprios planos do que em Deus e Sua vontade. Não queria um filho para confiar a Deus, mas para eu mesma usufruir. Eu nunca pensava em uma criança com mais de dois anos de idade, com problemas na escola, os problemas da adolescência ou adultos que precisariam de um bom exemplo. Pensava apenas em bebês para me autosuprir nas minhas vaidades. Em nenhum momento me perguntei o que Deus realmente pensava sobre aquilo. Eu estava pecando!
Felizmente eu não cometi um aborto. Mas, no meu íntimo, eu pequei tão gravemente quanto se o tivesse praticado. Hoje eu posso trabalhar com pessoas que já cometeram aborto, ou com casais que pensam em cometer aborto, sabendo o que isso realmente significa e requer de nós. Em nenhum momento poderia me colocar como sendo um ser superior, digno de condenar alguém, porém em nenhum momento poderia permitir que alguém cometesse tão grave erro sem ao menos ter alertado e mostrado a real solução do problema. É assim que quero trabalhar com você sobre este lado tão sombrio que é quem realmente somos e, por outro lado, te mostrar como realmente podemos ser livres de tudo isso.
Fazem alguns anos que passou por mim uma moça desconhecida, no meio do dia, em desesperado pranto. Ela procurava ajuda e estava sem mais esperanças. Não sei explicar o porquê ela chegou a mim, em meio a tantos. Grávida, abandonada pelo ex noivo e expulsa de casa pelos próprios pais religiosos, sem emprego ou qualquer visão de futuro, a moça dizia estar indo abortar o seu filho naquele momento. Sem ter muito o que oferecer a ela, dei apenas tudo o que eu tinha: o consolador e quebrantador conhecimento de Deus. Presenciei uma vida nascendo em minha frente, quando o semblante daquela jovem mudou completamente e, com um sorriso no rosto, a certeza de retroceder sobre sua decisão de abortar aquela criança. Acompanhei aquela querida mulher durante a sua gestação e foi o meu maior prazer descobrir com ela que aquele bebê era uma menina. Foi emocionante ser a primeira pessoa a saber o sexo da criança, era como se fosse minha própria filha, minha própria alegria. Aquela mãe transbordava gozo, ainda que com muitos problemas em sua vida. Seus problemas eram vencidos dia a dia na dependência de Deus, em oração. Com o tempo tudo foi se encaixando. Infelizmente, com o passar dos meses perdemos o contato, ela se mudou e não nos vimos ou falamos mais, ainda que me lembrasse constantemente dela e de sua filha. Eu não vi a pequena nascer. Alguns anos se passaram e, ainda a pouco, ela me encontrou novamente. Junto a ela estava uma linda princesa, de 5 anos de idade. Aquela garotinha me abraçou, enquanto sua mãe dizia: “obrigada, aquele dia a vida da minha filha foi salva pelo seu Deus e hoje ela é a maior joia que eu tenho, não imagino a minha vida sem a minha filha e nunca me esquecerei das suas palavras”. Ao meu ver, não foi salva tão somente a vida daquela pequena menina, mas principalmente a vida daquela jovem mãe.
O mesmo Deus que me deu de provar a Vida, como também a esta moça, também a dá de provar a todos em Sua Palavra. De onde veio a ousadia, a mansidão, a confiança e a coragem desta mãe? Gostaria de deixar uma reflexão aos pais que já abortaram e também aos pais que estão pensando em abortar. Sim, digo os pais, porque o homem é tão responsável quanto a mulher.
Pai é tão responsável quanto mãe, ou até mais. O homem, tendo sido instituído por Deus como cabeça da mulher e líder da família, traz consigo responsabilidades pertinentes, sendo a principal delas o zelo por sua esposa e filhos, para a glória de Deus. Se uma mulher deseja cometer um aborto, ainda que o corpo seja dela, a criança é também do pai e este tem toda autoridade para dizer o que acredita ou almeja ser feito. De forma semelhante, quando uma mulher comete um aborto, a responsabilidade é também do pai da criança, que responderá diante de Deus pela autorização, desejo, indiferença ou permissão para tal feito.
A partir da fecundação temos um novo ser em desenvolvimento, cujas características descendem de pai e mãe, logo, ambos são responsáveis desde a concepção. Não é a mulher quem fica grávida, mas o casal. O chamado é mútuo e carece de ambas partes. Por isso, a partir de agora não trataremos mais o aborto como um assunto exclusivo à mãe, mas também (igualmente) ao pai. Caso estejam pensando em cometer um aborto, ambos são responsáveis. Caso já tenha sido cometido um aborto, ambos foram responsáveis. Quando, portanto, tratarmos do assunto, considere estar sendo dirigida a palavra ao casal.
Como já dito a pouco, o aborto é um erro a condenar um inocente por nosso próprio egoísmo. Há várias formas de ferirmos ao outro e o aborto é uma delas, porém, este é definitivo. Para nos livrarmos desta tripla condenação (do pequeno réu sem crimes à morte e da dupla de responsáveis pela morte), devemos refletir no que há por trás do nosso pensamento e desejo que desafia a vida.
A primeira coisa a se pensar é que a criança em desenvolvimento já é conhecida por Deus e amada por Ele. Esta pessoa traz consigo os propósitos de Deus para com ela e para com os seus pais. Ainda mais, ela foi detalhadamente planejada e criada por Deus e para Ele. Filhos não são propriedade dos pais, mas de Deus. Se visarmos a glória de Deus neste momento tão delicado, seremos satisfeitos em saber que esta criança foi por Ele querida e vive para Ele. Cada célula embrionária que se multiplica no ventre materno, cada batimento cardíaco, dizem sobre Deus e são para Ele. É Deus mostrando Suas próprias mãos e o Seu caráter através de Sua criação. Se pensamos em também viver para Ele, amaremos este bebê, para a Sua glória. Independente se esta criança é fruto de adultério, estupro ou prostituição, Deus almeja a vida que Ele deu a esta criança e tem os Seus propósitos para com toda a situação.
A existência é, em si mesma, um milagre. O fato de existir um novo ser humano a se desenvolver é um milagre. O milagre da paternidade e da maternidade fala sobre o chamado de sermos semelhantes ao Deus que é Pai e Mãe. Ao presenciarmos uma criança sendo gerada, vemos o magnífico chamado de Deus em nos parecer com Ele em todo ato de amor e graça que nos santifica. Uma das características da graça é negar a si mesmo em prol do outro, em conformidade com a vontade de Deus. Não é um ministério fácil, pelo contrário, ele nos conduz a cruz continuamente onde somos trabalhados por Deus. Este trabalho pode começar já quando descobrimos uma gravidez e pensamos em cometer um aborto, logo ali Deus está nos convocando a negarmos a nossa vontade que visa nossas conveniências, em amor a Ele e, consequentemente, aos nossos filhos.
O aborto revela a iniquidade humana. Quero dizer, se não tivéssemos pecado nunca sequer pensaríamos em aborto. A iniquidade é real em nós, mas é possível não servi-la. Ao decidirmos amar a Deus em detrimento de nós mesmos, sabemos que enfrentaremos problemas, dificuldades, porém temos a garantia de que não estaremos a sós. Há consolo e suprimento em Cristo! É mais do que saber estar fazendo o certo e ter a consciência limpa, é sobre ter Deus ao seu lado quando você visa a glória dEle e não a sua própria.
Confiar em Deus, vendo e sofrendo todos os trajetos que nos trouxeram até aqui, tendo ainda a incredulidade habitando em nós, não é algo fácil. Mas saber que Deus tem caráter é suficientemente digno da nossa confiança. Confiar em Deus sempre requer que nos desfaçamos de nós mesmos mas, ao mesmo tempo que tal renúncia não é tão agradável, gozamos de uma paz que excede qualquer entendimento. Eu posso confiar em Deus, você pode confiar em Deus ao ponto de praticar a vontade dEle, mesmo se algo não entender pelo percurso!
Olhando tão somente para Deus e em segundo plano para o filho que está crescendo no ventre é impossível que ainda sobre algum espaço para amarmos a nós mesmos ao ponto de cometermos um aborto.
As situações podem parecer dizer “aborte”. Nossos pais podem parecer nos repudiar e dizer “aborte”. O pai da criança pode nos rejeitar e dizer “aborte”. A sociedade pode tentar nos ridicularizar e dizer “aborte”. Os médicos podem nos instruir ao aborto. Nossos medos, inseguranças e traumas podem gritar dentro de nós “aborte”. Entretanto, bastaria um pequeno feixe do resplendor da glória de Deus para sabermos que a vida é do Seu prazer, é a Sua criação por onde Ele se revela e trabalha conosco e que, portanto, tendo nEle nossa alegria, podemos nos regozijar ao proclamar: não abortarei!
Você precisará de ajuda, como sempre precisou. Mas existe a garantia quando se teme a Deus:
“… e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20)
Para o seu auxílio nesse percurso da maternidade onde você precisa de cura, libertação, saciedade, conhecimento e vivificação, o ministério Reformai dispõe gratuitamente de outros materiais sobre a graça de Deus e maternidade, como também de nossa equipe para melhor acolher e amparar você e sua família. Entre em contato conosco, será um prazer serví-los!
Infelizmente, há muitos casos de pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer a Verdade e ter o Consolo antes de cometer um aborto. Pode ser que tenham sido enganadas por alguma proposta de custo benefício ou que consideravam até aquele momento ser o seu direito decidir sobre a vida de outrem em nome da sua própria vida. Em muitos casos também, apesar de saber ser errado abortar, algumas mulheres e casais optaram por tal prática desconsiderando suas próprias consciências.
É independente, porém, como nos sentimos antes ou depois do aborto, pois nada disso influencia a maneira como Deus ve o pecado e o abomina. Pouco importa também se tenhamos sofrido alguma consequência física ou pscicológica sobre nossas pecaminosas decisões. Aquela mulher que sofre com distúrbios psciquiátricos ou físicos após o aborto precisa do arrependimento tanto quanto aquela que nada sentiu ou sofreu. Não é aquilo o que sentimos, ou mesmo as consequências dos nossos atos, que devem determinar a necessidade ou importância do arrependimento, uma vez que nada disso é o que deduz a seriedade do pecado.
Se você é alguém que sente o peso do seu pecado, permita que essa experiência te humilhe, para que você esteja disposto a ouvir o que Deus tem a lhe dizer sobre o seu pecado. Sua experiência de pecado é simplesmente a confirmação do quão profundo é o problema e quão desesperadamente você precisa de um Salvador. Através de sua prática e do seu pesar você pode buscar conhecer em Deus a gravidade daquilo que foi feito, não apenas pelo que foi feito, mas pelo que realmente somos. Isso é, este é um momento oportuno para descobrirmos que somos exatamente o oposto de Deus em nosso íntimo, e que a iniquidade nos afasta dEle. Não somos parecidos com Deus, não temos relacionamento com Ele, não queremos cumprir com a Sua vontade, não sabemos nos submeter a Ele e estamos distantes. Essa é a gravidade: não podemos agradar a Deus por nós mesmos e, ainda se quiséssemos agradá-lo, seria tão somente com a intenção de revirar os Seus bolsos! Nosso íntimo se revolta contra Deus a todo momento e o aborto é apenas uma forma de enxergarmos isso. Destruímos relações, vidas e pessoas. Somos egoístas, hipócritas e incrédulos. E o pior é que não sabemos fazer algo diferente disso. Permita que o seu pecado circunstancial te revele o seu pecado essencial e te faça almejar por um Salvador suficiente. A morte revela a finitude do Homem, mas a ressurreição revela a infinitude divina, a qual venceu a nossa morte. Portanto, o aborto pode te levar a conhecer a sua falência e finitude, mas a boa notícia é que se você estiver sedento por um Salvador, Ele já venceu a sua morte! Em vez de sermos oprimidos por certos pecados, confessamos pela fé que toda a nossa condição está caída e nossa única esperança é Cristo. Este, por Sua vez, é suficiente. Nós oferecemos nossos próprios filhos como oferta ao pecado, matando-os para o nosso próprio suposto benefício, mas Deus ofereceu O Seu Filho como oferta suficiente para aniquilar o nosso pecado e nos tornar Seus amigos novamente.
Mas e se você é alguém que não sente grande tristeza emocional por causa do seu pecado? E se, para você, o pecado não é tão ‘óbvio’? Da mesma forma, você também precisa ouvir o que Deus lhe diz sobre o seu pecado, e você precisa acreditar nisso mais do que em si mesmo. Não devemos ser convencidos por aquilo o que sentimos ou o que nossas perversas mentes nos dizem, mas nos submeter confiando naquilo o que Deus diz. E o que Ele diz? Sua Palavra afirma que somos pecadores e, portanto, Seus inimigos (se não confiarmos em Cristo e vivermos à parte dEle). Ainda se sua vida parecesse estar direita, ainda que nunca tivesse matado alguém, a Palavra de Deus nos fala sobre a realidade mais profunda do nosso pecado. Mesmo quando você faz boas obras e vive de maneira disciplinada, as Escrituras nos advertem que nossos atos justos à parte de Cristo são como trapos imundos (Is 64:6) e que nossos corações são enganosos acima de todas as coisas (Jr 17:9). Se, portanto, cometemos algo doloso e não sentimos o peso do pecado, ainda assim devemos saber que aquilo foi errado porque Deus diz que é errado. Se foi Ele quem criou e instituiu todas as coisas, as quais também julgará, está com Ele o poder de dizer o que é certo ou não. Se não nos submetermos ao que Ele diz, isso não mudará o fato de Ele estar certo e ser Justo, apenas definirá o nosso destino distante dEle. Isso não quer dizer que você deva se atolar no pecado e na culpa. Mas, pela fé, todos devem confessar que a Escritura corretamente revela nossa condição caída (separada de Cristo) e que nossa justiça própria apenas nos condena. Devemos admitir que erramos, porque Deus disse que erramos. Isso também é fé – crer na Palavra de Deus acima de nossos achismos e vontades. A partir de então, assumindo nossa condição, podemos buscar a Deus como nosso Salvador indispensável e apenas assim encontraremos nEle a salvação.
Nada pode tornar justo o ato injusto. Mas é possível tornar a pessoa injusta em uma pessoa justa. O aborto é um pecado que demonstra sermos exatamente o oposto de Deus, pois enquanto matamos filhos a favor de nós mesmos, Deus morre por filhos. E este Deus morreu por filhos justamente para torna-los justos, porque eram injustos, praticando apenas injustiças. Em Cristo, podemos nos parecer com Deus, podemos nos achegar confiantemente no apesar dos nossos pecados, confiando em Sua graça. Podemos conhecer a Deus, tê-Lo por Pai e sermos pais justos novamente. É apenas quando conhecemos a Paternidade divina que podemos exercer a paternidade/ maternidade terrena com graça e justiça.
Assim como a força de uma enfermidade pode ser vista pelo que ela requer de um remédio para curá-la, e assim como o valor da mercadoria pode ser medido pelo preço que ela custa, também os sofrimentos de Cristo revelam a gravidade do mal do pecado. Para saciar a Justiça de Deus em Sua Santidade, nada menos do que a morte de Cristo era o preço do pecado. Isso significa que nada do que possamos fazer ou sentir poderá fazer qualquer tipo de efeito positivo em nossa relação para com Deus. Como O Filho de Deus era maior que o mundo, assim Seus sofrimentos declaram que o pecado é o maior mal do mundo. Quão mal é esse pecado que deve fazer Deus sangrar para curá-lo! Ver o Filho de Deus sendo morto pelo pecado é a maior manifestação da justiça de Deus, que revela a tão pesarosa injustiça do pecado. O Filho de Deus foi morto pelo pecado da criatura. Se houvesse outro modo de expiar um mal tão grande, se houvesse honra em outro meio, se fosse possível exercer justiça de outra forma e se Deus pudesse ser inclinado a perdoar sem que o pecado fosse compensado pela morte, Deus não teria consentido que seu Filho passasse por tão grande sofrimento. Mas não é possível sanar o pecador senão aniquilando o pecado.
Se Deus é Santo e Justo, o pecado deve ser punido na mesma severidade conforme o Seu caráter é ferido. Toda a santidade da vida de Cristo, sua inocência e boas obras, não nos redimiu sem a morte. Quão grandes eram nossos crimes, que não podiam ser apagados pelas obras de uma criatura pura, ou a santidade da vida de Cristo, mas requeriam a efusão do sangue do Filho de Deus para o seu cumprimento! Cristo em Sua morte foi tratado por Deus como alguém em nosso lugar, digno de ira, por ter tomado o nosso pecado. Ele foi tratado por Deus da maneira como nós deveríamos ser tratados e aqui se mostra a gravidade do pecado. A severidade da justiça de Deus sobre Cristo mostra a seriedade do pecado que requer juízo, não tendo O Pai poupado o Seu próprio Filho. Se Cristo não tivesse sido Homem e tomado o nosso pecado Ele nunca seria sujeito à morte, pois Ele não tinha pecado próprio e “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Cristo, não tendo nenhum crime próprio, deve então ser um sofredor em nosso lugar: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53:6). O pecado foi transferido para Ele e Ele foi visto como nós éramos vistos. Vemos então como o pecado é odioso para Deus e, portanto, deve ser abominável para nós.
Sabendo dessa realidade, podemos analisar a humanidade. Esta encontra-se perdida no (e em) pecado. Isso significa que estamos mortos (separados da Vida que é Deus), não apenas por consequência de maus atos, mas principalmente por causa do pecado que habita em nós. Se falamos de seres que estão mortos, primeiramente precisamos analisar o que é morte e, depois, qual é a condição de um defunto. A morte, antes de fazer um cadáver, faz um solitário. Isto é, estamos falando de alguém que foi separado da existência. A morte espiritual não é diferente: antes de provarmos o que significa ser um cadáver, primeiramente experimentamos uma existência separada da comunhão, ausente de vida, vazia. Assim se encontra a humanidade apartada da comunhão de Deus: com um vazio existencial, ausente em significado. Ser separado de Deus significa não ter identidade própria. Afinal, se o Homem é criado à Imagem e Semelhança de Deus, a partir do momento em que este se vê separado dEle, perde totalmente a sua identidade. Se fomos criados para relacionamento com Deus e o partimos, perdemos o sentido de ser. Então vemos que a humanidade encontra um vazio em si mesma, um vazio de sentido. Ela não é e procura ser, sozinha. Repleto de si mesmo, o homem ouve dia e noite o ecoar da morte em sua alma, cheia de vazio, solidão e insatisfação, tentando preencher a si mesmo da forma que considera suficiente, procurando felicidade aqui e acolá, custe o que custar, destruindo a si mesmo. Isso é morte espiritual. É um conflito ainda maior quando consideramos que passamos a ter medo daquilo que antes nos era natural, passamos a conhecer a vergonha e a usar máscaras, porque desconhecemos e não confiamos no caráter de Deus.
Essa vida perdida por conta de um relacionamento partido só pode ser restituída a partir do momento em que temos o relacionamento reconciliado. Agora, analisemos a condição de um defunto: será que um defunto tem alguma condição de reconciliar algo por si mesmo? Um cadáver é algo infrutífero que só pode, por si mesmo, apodrecer em sua morte. Se você convidar para ou mandar um destes fazer algo, nem ouvir ele poderá, quanto menos corresponder. Cadáver é um corpo onde não há mais vida e que, por isso, não mais corresponde a qualquer estímulo físico. Espiritualmente é da mesma forma: um morto espiritual não pode corresponder aos estímulos espirituais. Esse corpo existe e respira, mas não vive, não fala a linguagem de Deus e nem pode compreendê-la, afinal, nem pode reconhecê-la. É ainda incompatível com o Reino de Deus e não pode desfrutar o lar eterno, a vida, tudo o que Deus é.
Deus não pode esperar que a humanidade tome alguma atitude para reconciliar o relacionamento que ela partiu. Seria irracional acreditar que Deus espera que um defunto se ressuscite, e a fé não é irracional. Algumas pessoas acreditam que podem agradar a Deus cumprindo várias tarefas, mas se não for por Cristo, através da nossa fé nEle, é impossível nós O agradarmos. O homem natural (ainda morto no pecado/ não nascido do Reino de Deus) só é capaz de procurar a Deus em busca de seus interesses. Isso não é amor, muito menos relacionamento!
A questão é que tarefas, penitências e currículos não reconciliam relacionamento. Na verdade, essa busca por agradar a Deus por ter algum interesse ou por ter medo de algo é muito perversa, demonstra apenas tamanha corrupção humana e, por isso, é reconhecida biblicamente como imunda. É nessa realidade de defunto que compreendemos a Boa Notícia de Deus, que é o evangelho – Cristo. Em Cristo tudo se faz novo. Isso acontece porque em Cristo fomos reconciliados com Deus, que é a Vida. Somos enxertados na videira e a seiva – o Espírito Santo – passa a correr em nós a nos vivificar. A vida eterna passa a habitar em nós e nos restaura.
Para entendermos como a reconciliação foi concretizada, primeiramente avaliemos o problema do pecado e o que Deus requer: Deus é justo. Essa é uma ótima notícia, afinal, como seria ter um deus injusto/corrupto governando o universo? Porém, este atributo divino não agradável a pecadores. Quero dizer: o que faria um Deus Justo com seres totalmente injustos? Se Deus é justo, Ele precisa executar a justiça e punir o injusto. Mas como executar tal sentença sobre os filhos a quem amou? Temos então um dilema e este não pode ser resolvido pelo homem!
Minha injustiça não permite que Deus me aceite, por mais que me ame. O Caráter Santo requer santidade e eu não sou santa.Pior ainda que isso é o fato de eu não poder me fazer santa, isso é, estou perdida em minha própria condição. Se em algum momento considero ser suficiente em minhas tentativas de justiça, sou o pior dos pecadores, pois ainda considero determinada independência, suficiência e dignidade. Acontece que isso é ego e ego é meu pecado!
Assim sendo, Deus não pode esperar algo vindo da minha parte. Não podemos nos salvar e não há qualquer vestígio de esperança em nós mesmos. A reconciliação não pode partir da humanidade, estamos mortos. A morte escraviza, uma vez que é uma condição que não podemos mudar. Ou seja, para piorar, somos escravos do pecado. Diante dessa realidade, o evangelho anuncia um Deus que desce para reconciliar o que nós não podemos (e não queremos), libertando-nos do cativeiro. Isso é feito de uma maneira humanamente louca, considerando que um Deus Santo e Todo Poderoso desce em uma realidade fracassada para nos salvar de nós mesmos. O Deus que tudo é, desce para salvar homens que acham que são alguma coisa. Não se trata de uma tentativa humana de subir ao trono, mas sim de um Deus que desce do Trono, se faz homem e, de homem, toma o nosso lugar de morto e nos justifica.
Isso acontece porque em Cristo foram imputadas todas as nossas injustiças e Ele foi tido como maldito de Deus em nosso lugar. Quando Jesus Cristo recebe sobre Si os meus pecados, Deus O vê como maldito e me vê como bendita. Então Cristo paga a minha dívida e me entrega o comprovante de pagamento. Agora a justiça de Deus já não é contra mim, porque ela foi saciada. Agora eu tenho o amor de Deus e a Sua justiça ao meu favor. O relacionamento está pleno.
Por isso, apenas por meio de Cristo temos o nosso relacionamento reconciliado com Deus, porque apenas Ele sacia a Justiça do Pai e nos torna compatíveis com o Reino de Deus. Podemos então nos achegar diretamente ao Trono da Graça, crendo que por Cristo somos aceitos e temos um Pai de amor que, por ter nos amado, entregou Seu Filho a fim de ter toda uma descendência. Isso significa justificação, aqueles a quem Deus amou foram justificados. Não somos mais vistos por nossos méritos, mas pelos méritos de Cristo. Ele nos resgatou da nossa morte e nos deu vida em Sua ressurreição. Agora, vivos pelo Espírito, podemos simplesmente nos relacionar e temos nossa identidade em Cristo. Você crê nesta obra divina? Crês que o seu pecado estava em Cristo e com Ele você morreu para que agora pudesse viver?
Apesar do aborto ser um terrível pecado, não é imperdoável. Em Cristo somos livres de nós mesmos, quando passamos a conhecer a Deus e amá-Lo. Assim, podemos nos arrepender de nossos maus feitos. Deus exerceu em Cristo toda a justiça que merecíamos e por isso, em Cristo, somos justificados. Não por nossos méritos, mas pela graça, por fé. Por isso também os nossos deméritos não podem nos afastar de Deus. Se você cometeu um aborto, saiba: a morte de Cristo por você tem maior significado diante de Deus sobre a sua vida do que a morte do seu bebê.
No momento em que contemplamos a glória de Deus, a primeira coisa que sabemos é: somos pecadores. E a segunda coisa que sabemos é: Deus é Santo e justifica pecadores. Um deus que não revela o pecado do Homem não é um deus santo, pois um Deus Santo nunca aceitaria qualquer resquício de pecado e, portanto, Sua Santidade revela o pecado. Apenas o Deus que revela o pecado pode constranger o Homem em Sua Santidade para fazê-lo livre do pecado. A boa notícia é que este Deus Santo operou em manifestação da Sua glória numa cruz, nos alcançando por Seu imenso amor e a Sua Santidade é suficiente para livrar-nos do pecado, graciosamente. Ela é a luz para nos levar ao arrependimento. Quanto mais contemplamos a Santidade de Deus, melhor enxergamos a gravidade do nosso pecado e mais somos gratos por Sua graça superabundante.
A fé em Cristo, sabendo que não somos aceitos por Deus por nossos méritos, elimina de nós o fardo de tentar conquistá-Lo. Deixa de ser um comércio. Conhecendo-O como Pai, temos com Ele um relacionamento íntimo genuíno ausente de medo, vergonha e barganha. Sendo Deus e, mais do que isso, meu Pai e melhor Amigo, sei que Ele conhece uma a uma das minhas fraquezas e, ainda assim, me aceita por causa de Cristo. Isso faz com que eu não use mais máscaras e não mais viva uma falsidade tentando ser o que eu não sou, mas confiando nEle e em Seu amor, prossigo sendo santificada na liberdade de nossa relação. Falamos de família, falamos de um Pai em quem podemos confiar e que nos aceita. Dentro dessa realidade, estamos livres para amá-Lo verdadeiramente, pelo Espírito da Vida que em nós passa a habitar.
A realidade da graça em nós é a Vida. Ela não é um simples adereço do cristianismo, mas sim o próprio cristianismo! A graça não é parte dele, ela é tudo, é Cristo vivendo em nós, é a confiança que liberta. Ela é ressurreição, o deleite e satisfação em Cristo. Graça é a paz com Deus que gera paz de Deus que não pode ser abalada por circunstâncias. É uma nova identidade e nova natureza que anseia por santidade e não se deleita como antes no pecado ou que, pelo menos, não se contenta com ele porque ama a Deus e não quer desagradá-Lo. Não é medo da morte, é amor à vida!
Como alvos do amor e da justiça de Deus, todos aqueles que foram unidos em Cristo pela fé já não são estranhos para o Pai, mas sim filhos amados, recebidos pela adoção concreta em Cristo. Aquele que foi unido a Cristo em Sua morte (isto é, reconhece que morreu em Cristo – estava nEle quando Ele tomou sobre Si os nossos pecados), também com Ele vive. Somos dependentes da Graça e seguros nela ontem, hoje e amanhã.
Assim, o amor de Deus não está anunciando que nós temos alguma virtude em nós mesmos, mas sim que somos cheios de falhas e dependentes; apesar disso, Ele é perfeito e fiel em nos amar. Em outras palavras, Seu amor é constante apesar da nossa inconstância porque não está baseado em quem nós somos, mas somente nEle mesmo.
Não estabeleçamos nosso descanso em nada produzido por nós mesmos, nem em nada abaixo do próprio Cristo; nem mesmo no arrependimento, fé ou em alguma reforma moralística ou religiosa. O arrependimento é o resultado do perdão de Deus, não a origem da Sua satisfação de justiça. O arrependimento revela a bondade divina para afastar o julgamento e o pecado de nós, mas não é o pagamento da dívida. A fé é semelhante a um cheque em branco que assinamos e entregamos a Deus para que Ele preencha da maneira que bem quiser, na confiança de que todo o nosso saldo e toda a nossa vida não pertence e não compete a nós mesmos. Porém, só é possível tal fé se tivermos saldo em nossa conta e este saldo foi Deus quem pagou. Logo, a fé não é a origem, não é a justiça em si mesma, mas o meio pela qual nos relacionamos com Deus e com o próximo. Não é nela que devemos colocar a confiança, mas nAquele que nos bancou e deu vida. Já o arrependimento não tem, em si, o poder de nos salvar, portanto não é ele digno da nossa confiança, mas é tão somente o estado da alma que foi rendida à graça de Deus por causa dos méritos de Cristo. Não é o arrependimento que sacia a Justiça de Deus, mas apenas o próprio Cristo – e isso resulta em arrependimento. O arrependimento e a fé são resultado da graça revelada no Cristo agonizante, e não a origem da justiça. Nossas obras, por sua vez, são totalmente ineficazes e perversas se feitas por nós mesmos à parte de Deus e, portanto, não podem nos salvar, mas tão somente nos condenar. Por isso, não há outro que nos salve de nós mesmos, nem nossas obras, sentimentos, desejos ou moralidade. Não há outro que ofereça novidade de vida em ressurreição. Não há outro que tenha pago nossas dívidas e vencido a nossa morte. Ele nos chama e a Sua convocação ao arrependimento é para nos aproximarmos dEle com confiança, e não para corrermos dEle. O chamado da fé é para nos rendermos a Ele toda uma vida, porque Ele já pagou por ela. Podemos nos achegar porque cremos que o acesso ao Trono está aberto por causa de Cristo, nos méritos dEle, apesar dos nossos deméritos.
Pecador, não há nada mais verdadeiro do que reconhecer-se fraco e também nada pode propor maior liberdade do que estar rendido a Cristo. Podemos nos achegar a Deus para confiar nossos fracassos, em reconhecimento de nossas fraquezas. Afinal, não existe intimidade maior do que a que aquela partilha a sua nudez. Para Deus, não é uma novidade as nossas fraquezas, mas confessa-las faz toda diferença para uma alma enfadada pela autossuficiência. Confiar fracassos é muito melhor do que entregar grandes obras repletas de orgulho!
Vivemos o tempo todo querendo mostrar nossas capacidades. Quando procuramos um emprego, é um currículo que carregamos em nossas mãos. Quando queremos conquistar uma pessoa, dedicamos a ela nossas habilidades. Quando postamos algo em nossas redes sociais, no íntimo dizemos: “olhe como eu sou bom nisso”. Quando escolhemos uma foto para colocar em algum perfil social de nossas redes, nunca é aquela foto realística das olheiras, cabelos amassados e roupas aleatórias. Queremos sempre ser o mais feliz, o mais forte, o mais poderoso. Afinal, quem é que gosta de admitir-se fraco, contraditório, inconsistente e impotente?
Porém toda essa suposta capacidade vem acompanhada de algo muito perverso: a mentira. Quem é que nunca foi tentado a mascarar uma simples foto a ser colocada em uma rede social? Ou então, quem nunca teve dificuldade para confessar um pecado? Quem pode dizer nunca ter tentado esconder uma debilidade para parecer-se melhor? Quem é que jamais procurou ou se atraiu em alguém por conta do seu status ou aparência? Procuramos a independência e a autossuficiência como se fosse um deus, somos desesperadamente corrúptos.
Devo, portanto, dizer que a verdadeira confiança não está em dedicar méritos, mas em confessar fracassos. Só abre a sua nudez aquele que confia o suficiente para se entregar a outrem. Adão estava nu e não se envergonhava, sendo exatamente como Deus o fez, até que o seu orgulho se mostrou presente e, então, justificar-se era o seu alvo. Ali a vergonha e o medo adentrou e tomamos a fuga de Deus e da verdade como nosso meio de justificação. Mas o Deus de Adão foi Aquele que, vendo-o nu, proveu um sacrifício suficiente para cobrí-lo (não encobrí-lo) do seu pecado. Cristo é o enviado de Deus para cobrir a nossa vergonha, nos dar livre acesso ao Pai, curar nossas feridas e dar a segurança que só nEle há. Cristo nos dá a eternidade como uma nova realidade, e não como simples possibilidade e, por isso, encontramos uma nova esperança impossível de ser frustrada. Um Deus que morre por pecadores é digno de confiança como nenhum outro. Todos os deuses exigem força e méritos, mas o Senhor dos Exércitos requer as fraquezas, a realidade do homem, a sua nudez. Ele não é um Deus humanista, mas extremamente humano, fazendo-se homem e Sumo Sacerdote. Este mesmo Deus é o que convida os sobrecarregados e oprimidos, cansados de si mesmos e de todo o sistema, para descansarem na Sua cobertura. Confie o seu pecado a Deus, confie suas feridas de forma semelhante, porque Ele carregou o seu fardo!
Entregar o fardo é coisa para quem confia. Veja como é um ato de extrema confiança: eu não mais vivo por aquilo o que sou capaz, quero, sinto ou vejo, mas apenas por Ele. É sobre os méritos dEle, a obra dEle, a vontade dEle. É isso o que faz com que neguemos a nós mesmos, uma vez que já não buscamos nos auto suprir ou justificar. Se Ele me justificou, eu sou livre de me auto justificar. Se Ele me sacia, eu sou livre de me saciar. Que descanso, que liberdade Ele é! Este é o único Deus que anula o ego do Homem e o livra de si mesmo.
É assim também que Ele trabalha conosco: fazendo-nos amar debilitados, perdoar aqueles que nos ferem, viver por meio de Sua graça. É assim que Deus faz do Seu povo pessoas de confiança, com quem podemos ser íntimos e trabalhar problemas. A Igreja de Cristo deve estar pronta para acolher as mulheres vítimas de estupro tanto quanto as vítimas das ideologias seculares ou do próprio pecado chamado aborto. Deve ainda estar pronta a pregar, com a mesma misericórdia e justiça, ao estuprador e/ou pai da criança que a abortou de suas vidas. O povo de Deus deve ser o ambiente propício para a confissão de pecadores, principalmente porque é um povo que se reconhece pecador e está saciado no Salvador, apto para dispensar a graça que dEle recebeu. Só pode mostrar o caminho correto aquele que já passou por ele e provou do seu destino!
O arrependimento não é necessidade exclusiva de quem já cometeu um aborto, sequer apenas de quem já pensou em cometê-lo. Arrependimento é necessidade contínua e diária de seres humanos (todo e qualquer) em confiança a Deus. Todos nós precisamos retroceder de nosso humanismo crendo na boa, agradável e perfeita vontade de Deus em amável submissão a ela. Arrependimento é o chamado cristão de retrocesso contínuo de si mesmo, rumo a glória de Deus. Esta glória, por sua vez, se manifesta em nossas fraquezas: negações, debilidades, limitações, medos, problemas, injustiças e até pecados. Deus ama casos impossíveis e confusos para manifestar-se em graça. Se você se reconhece nessa posição de indefeso, incapaz e injusto, é para você este chamado. A glória de Deus te aguarda!
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” – CRISTO, Jesus – Mateus 11:28-30, Bíblia Sagrada.
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