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Oração Puritana por Missões(6 min de Leitura)

A motivação puritana para a oração missionária: A eficiência do Espírito Santo

A Reforma redescobriu a obra do Espírito Santo em oposição à atividade religiosa humana, como a administração sacerdotal dos ritos da igreja. Zacarias 4:6 diz que o templo de Deus será edificado “não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. João Calvino disse: “Devemos ser tão dependentes somente de Deus ao ponto de sermos totalmente persuadidos de que a sua graça é suficiente para nós” (Calvino, Comentário sobre Zacarias 4:1-6).

Essa crença levou homens e mulheres a confiar em Deus em oração e a resistir à sua tendência inata de confiar na capacidade humana. John Howe (1630–1705) escreveu: “Há uma aptidão tão grande para confiar em outros meios e deixar nosso coração neles. Um braço de carne significa muito, enquanto o poder de um Espírito Todo-Poderoso é considerado nada. E as pessoas tendem a ser muito inventivas, e propensas a prever como tais formas externas fariam nossos negócios e tornariam a igreja e o interesse cristão enormemente prósperos” (Iain  Murray, The Puritan Hope , 243 ).

As Escrituras e a experiência também despertaram os reformadores para a realidade dos derramamentos em larga escala do Espírito Santo para a conversão de muitos pecadores, elevando a igreja a novos graus de santidade. John Knox (ca. 1510–1572) escreveu sobre uma notável obra de Deus na Escócia em 1559, dizendo: “Deus multiplicou tanto o nosso número que parecia que os homens tinham chovido das nuvens” (Murray, The Puritan Hope, p. 243). O Espírito Santo pode fazer grandes coisas, muito além de nossas aspirações limitadas.

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A confiança nas promessas de Deus e no poder do Espírito Santo deve nos levar, nas palavras de Howe, a “esperar pacientemente e orar fervorosamente” por uma colheita espiritual mundial. Podemos ter certeza também de que “Ele dará o seu Espírito àqueles que lhe pedirem” (Murray, The Puritan Hope, 254-55 ).

A instrumentalidade do evangelho

João Calvino e os Puritanos ensinaram a doutrina da eleição soberana ou incondicional: Que Deus escolheu certos indivíduos e os ordenou para a vida eterna, para glorificar Sua graça em sua salvação (Efésios 1:4-6). Ao mesmo tempo, eles disseram que Deus leva os seus eleitos para a fé e salvação através da pregação do evangelho (Ef 1:13). Portanto, os reformadores e puritanos trabalharam para espalhar o evangelho (Beeke, Puritan Reformed Spirituality, pp. 54–72, 143–69). Eles treinaram e enviaram pregadores do evangelho e oraram pela propagação do evangelho no mundo perdido.

William Perkins (1558–1602), um patriarca do puritanismo inglês, disse que um princípio fundamental do cristianismo é que Cristo e Seus benefícios devem ser aplicados à alma pela fé, e a fé vem somente pelo ouvir da Palavra (Works,  1:2). O evangelho é “o instrumento e, por assim dizer, o canal do Espírito Santo, para moldar e derivar fé na alma: pela qual fé, aqueles que creem, fazem, como com uma mão, apreender a justiça de Cristo” (Works,  1:70).

Perkins ensinou as pessoas a orarem para que Deus enviasse os pregadores do evangelho ao mundo. Ele escreveu em sua exposição sobre a oração do Pai Nosso: “Quando vermos um povo sem conhecimento e sem bons guias e mestres, ou quando virmos alguém em pé na congregação sem poder ensinar, aqui é motivo de luto. É hora de dizer, Senhor, que venha o teu reino”. Perkins disse que “os cristãos devem orar pelos ministros do evangelho e orar para que seus corações sejam preparados para a edificação do reino de Deus, para a destruição do reino do pecado e de Satanás, e para a salvação das almas de seu povo” (Workes , 1: 336, 339. Essas páginas são consecutivas no livro; a última deveria ser 337). 

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Cristo deu a Sua igreja a comissão de fazer discípulos de todas as nações (Mt 28:18-20). Assim, Matthew Henry escreveu: “A salvação por Cristo deve ser oferecida a todos e não retida, pois não é por sua incredulidade e impenitência que eles são excluídos” (Commentaries, 5:361-62 ). À luz da compaixão e do mandamento de Cristo de orar pelos obreiros (Mt 9:35–38), Henry disse: “Todos aqueles que amam a Cristo e às almas devem mostrar em suas sinceras orações a Deus… que Ele enviaria mais trabalhadores hábeis, fiéis, sábios e aptos para a sua colheita; que Ele operaria na conversão de pecadores e na edificação de santos; daria a eles um espírito para o trabalho, os chamaria e os sucedesse” (Commentaries, 5:105 ). A designação e uso de Deus deste grande meio de graça para a salvação dos homens nos encoraja a orar pelo chamado, treinamento e envio de homens que pregarão o evangelho até os confins da terra. 


Texto original no inglês “Puritan Prayer for World Mission (2)”, originalmente em Meet The Puritans. 2019 © Traduzido por Elnatan Rodrigues.

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Joel Beeke

Joel Beeke é presidente e professor de Teologia Sistemática e Homilética no Puritan Reformed Theological Seminary e um dos pastores da Congregação Reformada da Heritage Netherlands.

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